A arritmia cardíaca é uma condição que se caracteriza por irregularidades no ritmo cardíaco, podendo ser acelerado, retardado ou até mesmo irregular. Ela pode ocorrer devido a uma variedade de fatores, como doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios metabólicos ou consumo excessivo de substâncias como álcool e cafeína. Dependendo da gravidade, essa condição pode causar sintomas como tonturas, falta de ar, palpitações e até desmaios, afetando significativamente a qualidade de vida de quem sofre com ela. Quando os sintomas se tornam debilitantes, surge a dúvida: as pessoas com arritmia cardíaca têm direito a aposentadoria por invalidez ou outros benefícios previdenciários?
Neste artigo, vamos explicar os direitos de quem sofre de arritmia cardíaca no contexto previdenciário, abordando os benefícios como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e o BPC-LOAS, explicando como acessar esses benefícios quando a condição comprometer a capacidade de trabalhar.
A arritmia cardíaca refere-se a qualquer alteração no ritmo normal do coração, que pode ser acelerado, desacelerado ou irregular. Existem diversos tipos de arritmias, como fibrilação atrial, taquicardia ventricular e bradicardia, e suas causas podem variar desde doenças cardíacas subjacentes até alterações eletrolíticas ou fatores ambientais, como o uso excessivo de álcool. Quando o coração não consegue bater de maneira adequada, ele perde a capacidade de bombear o sangue de forma eficiente, prejudicando o funcionamento de outros órgãos.
Nos casos mais graves, a arritmia cardíaca pode causar complicações sérias, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), e até levar à morte súbita. Além disso, os pacientes podem enfrentar sintomas que comprometem a capacidade de realizar atividades cotidianas, o que inclui a incapacidade de manter um emprego e a necessidade de constante acompanhamento médico.
Pacientes com arritmia cardíaca podem enfrentar grandes dificuldades no ambiente de trabalho, especialmente quando os sintomas são severos. Fadiga excessiva, dificuldade de concentração, tonturas frequentes e até desmaios podem interferir diretamente na produtividade e na capacidade de trabalhar com eficiência. Em casos mais graves, a pessoa pode ser forçada a afastar-se do trabalho temporariamente ou, em casos irreversíveis, de forma permanente.
Além disso, o tratamento contínuo necessário, como o uso de medicamentos para controlar a arritmia, consultas médicas frequentes e até a instalação de marcapasso ou dispositivos semelhantes, pode demandar períodos de afastamento, o que impacta diretamente a vida profissional. Isso leva muitos trabalhadores a buscar benefícios previdenciários para garantir sua subsistência.
Quando a arritmia cardíaca se torna incapacitante de forma permanente, o trabalhador pode ter direito à aposentadoria por invalidez. Esse benefício é destinado a aqueles que não conseguem mais exercer suas atividades profissionais devido a um problema de saúde irreversível. No caso da arritmia, a condição precisa ser severa o suficiente para incapacitar o trabalhador de maneira permanente.
Para solicitar a aposentadoria por invalidez, o trabalhador precisa apresentar laudos médicos detalhados, emitidos por cardiologistas ou outros especialistas, que comprovem o impacto da arritmia na capacidade de trabalhar. A perícia médica do INSS também é essencial para avaliar o quadro clínico do paciente e determinar se ele está apto a continuar no mercado de trabalho.
Durante a perícia médica, o INSS analisa o grau de comprometimento do trabalhador. Para quem sofre de arritmia cardíaca, os seguintes fatores são avaliados:
Esses fatores são fundamentais para a decisão sobre a aposentadoria por invalidez.
Para solicitar a aposentadoria por invalidez devido à arritmia cardíaca, o trabalhador precisa seguir algumas etapas:
Em casos em que a arritmia cardíaca não é permanente, mas resulta em incapacidade temporária para o trabalho, o paciente pode solicitar o auxílio-doença. Esse benefício é concedido quando a pessoa não pode trabalhar por um período determinado devido a uma condição de saúde.
Para solicitar o auxílio-doença, o trabalhador precisa apresentar um laudo médico atualizado e passar por perícia médica. O benefício será concedido enquanto o trabalhador estiver incapacitado temporariamente de exercer suas funções.
Se a arritmia cardíaca resultar em uma incapacidade permanente e o paciente se encontrar em situação de vulnerabilidade econômica, ele pode solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS). Esse benefício é voltado para pessoas com deficiência ou idosos que não possuem meios de prover seu próprio sustento e não têm direito a outro benefício do INSS.
Para solicitar o BPC-LOAS, o paciente deve comprovar que a renda familiar per capita é inferior a um quarto do salário mínimo e que a condição de saúde impede a realização de tarefas essenciais.
O processo para solicitar benefícios como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença ou BPC-LOAS inclui os seguintes passos:
O primeiro passo é buscar a ajuda de um cardiologista ou especialista em arritmia cardíaca para obter um laudo médico detalhado sobre a condição.
Com o laudo médico, o trabalhador deverá agendar a perícia médica no INSS, onde será avaliado se a condição compromete a capacidade de trabalho de forma permanente ou temporária.
O trabalhador deve entregar todos os documentos exigidos ao INSS, como laudos médicos e exames complementares, para que o processo de concessão do benefício seja iniciado.
Caso o pedido de benefício seja negado ou haja dificuldade no processo, é importante buscar a ajuda de um advogado especializado em direito previdenciário. O advogado pode auxiliar na organização da documentação, interposição de recursos e até mesmo ajuizamento de ação judicial para garantir que o trabalhador com arritmia cardíaca tenha acesso aos direitos a que tem direito.
A arritmia cardíaca pode ser uma condição debilitante que prejudica a qualidade de vida e a capacidade de trabalho. Para os trabalhadores afetados por essa condição, benefícios como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e BPC-LOAS são cruciais para garantir uma fonte de sustento enquanto enfrentam os desafios impostos pela doença.
Cumprir as etapas necessárias para solicitar esses benefícios, obter a documentação médica adequada e, se necessário, buscar assistência jurídica, são passos essenciais para garantir que os direitos do trabalhador com arritmia cardíaca sejam devidamente respeitados e que ele receba o suporte financeiro necessário para viver com dignidade.
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