A advogada Lorrana Gomes relata que com o aumento de casos durante a pandemia do novo coronavírus, também aumentaram o número de processos relativos a crimes cibernéticos e processos de família, como consequência de mais tempo online e de confinamento familiar.
O número de processos judiciais vêm tomando uma proporção cada vez maior durante a quarentena. Em tempos de pandemia da covid-19, os crimes cibernéticos e processos de Família têm disparado e já são em muito maior número em comparação com o mesmo período antes do isolamento social e do lockdown.
Especialistas apontam que com o aumento da convivência entre os companheiros, a crise econômica e com os filhos em casa, muitos casais tem procurado por ações de divórcio, regulamentação e pensão e guarda dos filhos. Além disso, os crimes cibernéticos tiveram um salto, gerando prejuízo financeiro as famílias justamente em um momento em que o desemprego é a realidade no país.
A advogada especialista em crimes cibernéticos, Lorrana Gomes, da L Gomes Advogados, revela quais têm sido os golpes mais comuns neste período da quarentena. Confira:
Boleto no whatsapp
Entre os golpes mais frequentes está aquele em que a vítima recebe um boleto via whatsapp ou e-mail para negociar o pagamento de um débito que de fato existe: “no entanto a vítima acaba pagando um boleto falso. Isso acontece porque a própria vítima é induzida a fornecer dados como a data de vencimento do boleto, nome completo e valor a ser negociado, facilitando o criminoso no envio do boleto com os dados corretos”, revela a advogada.
Falsa renegociação da Financeira
Outro crime comum é quando a vítima recebe uma ligação dizendo ser de uma instituição financeira: “a pessoa que telefona informa sobre um vínculo verdadeiro com uma financeira e, ao ver que as informações conferem, a vítima acaba passando dados como nome, CPF, entre outros. Há casos em que a vítima chega a informar até mesmo a senha do banco, permitindo que os criminosos realizem transferências online.”
É possível recuperar os valores extorquidos por golpistas
A advogada revela que seu escritório tem recebido muitos casos de pedidos de recuperação de valores que foram indevidamente obtidos por golpistas, o que aponta para o crescimento da incidência de golpes como estes durante a quarentena: “Para a recuperação dos valores, uma das teses utilizadas pelos juristas é a tese do do risco da atividade, onde se argumenta que a instituição financeira possui a obrigação objetiva em reparar o dano causado ao consumidor. Temos argumentado diante da multiplicação dos casos que agora, em isolamento, as pessoas possuem maior tendência a serem manipuladas, pois estão mentalmente fragilizadas. Por outro lado, os criminosos se aperfeiçoam a cada dia mais. Ou seja, temos o cenário perfeito para esse tipo de crime.”
Como evitar ser vítima de golpes
O conselho da especialista para evitar golpes é ter cuidado ao fazer transações bancárias e pagar boletos de forma online, pensar antes de agir: “E, em caso de dúvidas, entrar em contato com a instituição financeira para verificar a autenticidade das informações.”
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