Uma das consequências do mundo globalizado e competitivo que estamos vivendo hoje é a síndrome do Burnout (distúrbio causado pelo esgotamento físico e mental dos profissionais), resultado das cobranças excessivas, stress, comunicação violenta, menor empatia, dentre outros, normalmente no ambiente corporativo.
A busca incessante das empresas por lucro rápido e resultados financeiros desafiadores tem gerado uma excessiva cobrança dos gestores em relação aos seus colaboradores, que acabam sendo cobrados a bater metas quase surreais. Muitas empresas consideram tais metas como desafios aos colaboradores, visando extrair dos mesmos ideias e ações diferenciadas. Entretanto, a sensação que pode ser gerada, além de impotência, seria o medo de perder o emprego.
Fica a sensação para o colaborador de que nada do que o mesmo faz seria bom o suficiente. Se um colaborador consegue fechar um acordo de valor alto em um determinado ano, normalmente no próximo ano terá que lutar para fechar um negócio cujo valor será o dobro. As áreas estratégicas das empresas, lideranças e recursos humanos desenvolvem planos de mercado baseados em técnicas de planejamento. Contudo, se esquecem que existe questões que impactam o planejado, ou seja, a vida real. As empresas que fizeram o planejamento para o ano de 2019 não levaram em consideração a real ameaça de uma pandemia global.
Isso gera, portanto, um extremo stress e ambiente predatório. Dois ingredientes que juntos não conseguem transformar nada em inovação. As empresas precisam mudar o mindset de busca do lucro para realização de um proposito maior. O fomento desse ambiente predatório leva os colaboradores a vestirem uma máscara e armadura para caberem naquele ambiente, afinal na mente estão indo para uma “batalha” diária. Esse fato se agrava com o mundo multicultural no qual no acolhimento à diversidade, tudo vale, fazendo com que a conduta ética seja questionada. Porém só conseguimos ser éticos quando deixamos nossa essência e verdade aflorarem.
Para que uma empresa tenha uma governança corporativa forte ela precisa ser transparente e posicionada, para que isso ocorra, essa empresa precisa viver sua verdade e seu propósito, para viver isso precisa de líderes com princípios e valores iguais aos dela atuando ativamente e diariamente no engajamento dos colaboradores. Tudo está interligado e tem início nos valores e princípios éticos. Quando entendemos que princípios são itens não negociáveis conseguimos ter uma segurança e confiança nas pessoas, afinal os princípios e valores dos líderes e colaboradores que estão alinhados com os da empresa.
O que realmente ocorre são pessoas cansadas e estressadas, vestindo armaduras para lutar diariamente e sobreviver a um ambiente predatório, não conseguindo assim viver com a guarda baixa, em sua verdade e essência, levando então a um esgotamento físico e mental (burnout) afinal de contas, ninguém consegue sustentar um personagem por muito tempo! Essa necessidade contínua de se obter mais e mais lucros levam pessoas a viverem no piloto automático deixando de usar sua intuição e percepção sobre as ações, não permitindo ter senso crítico e empatia para avaliar a ética nas situações do cotidiano.
A solução para a melhoria da saúde mental dos colaboradores seria então um maior foco das empresas em metas reais, de médio e longo prazo, com uma cultura orientada para o acolhimento e empatia. Encarar de frente que a pandemia fez os problemas de saúde mental aumentarem incrivelmente e que se não for tratado de forma humanizada, o afastamento dos colaboradores será uma realidade, o turnover uma normalidade e, finalmente, afetará a imagem da empresa, pois o mundo não tolera mais culturas tóxicas.
Patricia Punder, advogada é compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020.
Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o
DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil).
Marcela Argollo, profissional com vasta experiência em organizações de grande porte como Odebrecht, Ernst & Young e Motorola, que vivenciou projetos corporativos nas áreas de governança, planejamento, auditoria e Compliance.
Head do programa de Compliance na Leo Learning, professora de Compliance e Liderança na FGV, coordenadora do EAD da Brain School, professora convidada de Compliance do INSPER e CEDIN, consultora e palestrante.
Formação em Administração de empresas e Ciências Contábeis. MBA Finanças pela FGV, Pós em Compliance pela USP e ESG pelo CFI (Corporate Finance Institute).
Membro do CWC.
Receber uma multa de trânsito pode ser uma experiência frustrante, especialmente quando o motorista acredita…
Recorrer de uma multa de trânsito é um direito do motorista, mas esse processo requer…
Recorrer de uma multa de trânsito pode ser uma medida eficaz para evitar penalidades injustas…
As notificações de multa são instrumentos utilizados pelos órgãos de trânsito para comunicar aos motoristas…
As multas de trânsito podem ter um impacto significativo na vida dos motoristas, especialmente quando…
A Lei Seca é uma das legislações mais rigorosas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB),…