Resumo: Este trabalho visa a abordar a existência e essência de Deus na filosofia de Tomás de Aquino tratando, inicialmente de aspectos básicos sobre o autor como sua vida e obras, prosseguindo com a exposição do argumento de Anselmo de Aosta sobre a existência de Deus o que culminará com a explicação das provas da existência de Deus defendidas pelo Doutor Angélico e com a apresentação da investigação de Tomás sobre a essência de Deus.
Palavras-Chave: Deus. Existência. Essência. Filosofia. Tomás.
Abstract: This work aims to address the existence and essence of God in the philosophy of Thomas Aquinas treating initially basic about the author and his life and works aspects, continuing with the exposition of Anselm of Aosta argument about the existence of God which culminate with the explanation of the evidence of God's existence advocated by Angelic Doctor and the presentation of research of Thomas on the essence of God.
Keywords: Lord. Existence. Essence. Philosophy. Thomas.
Sumário: Introdução. 1. Vida e obras. 2. A existência de Deus. 2.1. O argumento ontológico da existência de Deus. 2.2. Refutações de Tomás de Aquino ao argumento ontológico. 2.3. Provas da existência de Deus. a. Primeira via: pelo movimento. b. Segunda via: pela natureza da causa eficiente. c. Terceira via: dos seres contingentes ao ser necessário. d. Quarta via: o grau de perfeição nos seres. e. Quinta via: a ordem do universo. 3. A essência ou natureza de Deus. 3.1 Atributos negativos. a. Deus é simples: simplicidade de Deus. b. Deus é infinito: a infinidade de Deus. c. Deus é imutável: a imutabilidade de Deus. d. Deus é eterno: a eternidade de Deus. e. Deus é uno: unidade de Deus. 3.2 Atributos positivos: a. Deus é a inteligência absoluta; b. Deus é bondade. c. Deus é verdade e amor. Conclusão. Referências.
Introdução
É imprescindível ao homem que estuda Metafísica não fazer uma reflexão sobre o ser, seja na Ontologia, seja na Teodicéia, as quais respectivamente referem-se ao estudo do ser enquanto ser e, ao estudo de Deus à luz da razão humana. Tomar-se-á por referência este último, sobre os quais se envergarão os discursos diversos nesta pequena obra.
Acerca da Metafísica, muitos filósofos discutiram, comentaram, sobretudo sobre a Teodicéia que, sob certo aspecto, tange o assunto que todos os homens tem o desejo de conhecer, Deus, que parece ser o fim último do homem.
Toda a reflexão da Teodicéia fundamenta-se em duas perguntas básicas: “Deus existe?” e, se existe, “o que é Deus?” ou, de forma mais clara, sobre a existência e a natureza ou essência de Deus. Filósofos como Anselmo de Aosta, Descartes, Kant (sem falar em outros antes deles como os agnósticos e os fideístas) refletiram sobre essas questões. Além desses, não importando para critério de análise a ordem de suas existências, outro filósofo e teólogo de cuja filosofia trata este escrito, Tomás de Aquino (1973) discorre de forma clara e acessível, até ao senso comum, na sua metafísica do ser sobre a existência e a essência de Deus.
O estudo sobre a metafísica do ser em Tomás está aqui desenvolvido em três extensos tópicos (MONDIN, 1982) – extensos, mas diluídos – que tratam desde sua vida de monge, pensador, mestre e anjo do conhecimento à explicação de sua sabedoria nas suas principais obras (2); perpassando a exposição dos argumentos acerca da existência de Deus (3), nos quais será priorizado o argumento ontológico de Anselmo de Aosta (3.1) que será refutado por Tomás (3.2) pela explicitação de suas vias ou caminhos para se chegar à prova da existência de Deus (3.3). Depois da demonstração de seus vias, que é feita pelo método a posteriori, refletir-se-á sobre a essência de Deus (4) da qual investigar-se-á a possibilidade de ser conhecida e, se esta, realmente, pode ser especulada pelo juízo humano, tudo isso, se desenvolverá pela aplicação de atributos positivos (4.1) e negativos (4.2) a Deus, que serão prova de um conhecimento sobre Ele.
Conforme a descrição, há a discussão da metafísica do ser de Tomás aplicada à procura da resposta sobre a existência e essência divinas que seão expostas a seguir.
1 Vida e obras
Justamente no conhecido século de ouro da idade Média, nasce um dos maiores gênios e expoentes no campo da filosofia e teologia, chama-se Tomás de Aquino, de linhagem real, dos condes de Aquino (por isso de “Aquino”).
Nasce, Tomás de Aquino, em 1225, em Rocasseca, sul do Lácio, filho de Londolfo de Aquino, um dos homens mais ilustres da Itália e amigo da família imperial, conde de Aquino de origem italiana e, de Teodora Teate descendente de normandos. Em 1230 ingressa a Abadia Beneditina de Monte Cassino, da qual é abade seu tio Sinibaldo; neste período, tem sua primeira educação.
Em 1239 prossegue seus estudos ma Universidade de Nápoles. Em 1245 entra para a Ordem dos dominicanos, ação que sua família repudia reagindo rigorosamente, prendendo-o e despojando-o de seu hábito, mas logo tudo se resolveria e Tomás seria posto em liberdade, desimpedida para seguir seu caminho. Daquele ano até 1248, Tomás terá sua formação acompanhada por Alberto Magno (1205-1280), que muito influenciou seu pensamento e a quem ajudou a fundar o Centro de Estudos Gerais em Colônia, na Alemanha.
Em 1253 tornou-se Magister in Theologia e passou a ensinar tal disciplina em Sorbona. Indicado por Alberto Magno, ensinou em Paris como baccalaureus biblicus de 1252 a 1254 e, deste ano a 1256, como baccalaureus sententiarum. Visitou várias universidades européias, dentre elas as maiores, Roma, Bolonha, Nápoles e Colônia, pois sendo mestre em Teologia podia desfrutar de tal vantagem porque fazia parte do costume de sua ordem.
O Aquinate teve uma brilhante vida, dedicada ao estudo, meditação e reflexão principalmente sobre Deus[1]. Admirável foi seu claro, claro e tão profundo pensamento. Aquino viria a falecer em 1274, quando se dirigia a Milão, para participar de um importante Concílio a convite de Gregório X.
A vida de Tomás foi inteiramente dedicada à meditação e ao estudo. Hábil e metódico, sintetizou o que de valor a inteligência humana até então havia desenvolvido em filosofia e teologia.
Como método, expunha em ordem as questões, prevendo as objeções e as respostas de forma detalhada, o que revela sua preocupação em evitar omissões. A piedade espontânea fez com que aceitasse com simpatia tudo o que conduzisse a Deus, mas isto não superava seu senso crítico. Demonstrou, por exemplo, a ineficácia do argumento sobre a perfeição, de Santo Agostinho, na prova da existência de Deus. Negou todas as tentativas de provar por via racional a Trindade das pessoas divinas. Separou a teologia e a filosofia como ciências especificamente distintas.
Tomás produziu vários escritos, dentre eles destacam-se estes: As obras sistemáticas, In quattuor libros sententiarum (1254-1256), Summa contra gentiles (1258-1260) e, Summa Theologia (1266-1273); As “Quaestiones disputates”, De Potentia (1259-1263), De Malo (1263-1263), De Anima (1269-1270), De Virtutibus (1270-1272), e De Veritate (1256-1259); Os comentários filosóficos, que se referem às obras de Aristóteles, Boécio e do Pseudo-Dionísio. De Aristóteles, comentou a Física (1265-1270), a Metafísica (1265-1270), a Ética (1266), a Política (1268), os Analíticos Posteriores (1268), Da Alma (1270), o Perihermencias (1269-1272); Obras de menor valor geral, De ente et essentia e o De regimine principium; E, por fim, Opuscula, De occultis operationibus naturae (1269-1272), De unitate intellectus (1270), De aeternitate mundi (1270), In libros causis (1269?), e De regimine Iudaeorum (1269-1272).
A vasta obra de Tomás é resultado de sua vida dedicada ao ensino. Muitos de seus textos são comentários de livros da Bíblia, dos santos padres, de Aristóteles e outros autores.
Tomás foi um homem e estudioso que unindo a fé e a razão buscou, de forma clara, explicar aquela, visto que sua empresa, em toda a sua vida, foi tratar com categorias sucintas e objetivas a realidade divina.
O seu estudo sobre a realidade fixou-se num racionalismo moderado, como o de Aristóteles e Abelardo, tomando como ponto inicial o “ser” captado pela inteligência no âmbito do conhecimento sensível, de onde o abstrai para em seguida buscar novos resultados da especulação, sem nunca ultrapassar o campo limitado do sensível. Com isso, rejeitou o aspecto idealista de filosofia de Platão e de Agostinho.
No entanto, em todas as suas obras predomina a intenção de polêmica contra aqueles que, no entender de Tomás, fazem mau uso da razão, seja avançando os limites de sua competência, seja diminuindo o seu valor.
Tendo, mais ou menos por base, as obras, bem como o contexto cultural e intelectual de Aquino, ocupar-se-á agora com mais propriedade do estudo do tema propriamente dito.
2 A existência de Deus
As várias posições de defesa da existência de Deus como o ontologismo, o fideísmo, o agnosticismo e o cosmologismo engendraram-se das perguntas: “Deus existe?” e se existe, que provas consistentes oferecer? E como soluções propõem respectivamente as provas “a priori” (Anselmo de Aosta), a fé, o não conhecimento de Deus à luz natural da razão ou à luz natural da fé e, “a posteriori” do existir divino. Esta última, defendido por Tomás de Aquino com cujo pensamento será gasta a tinta do intelecto nesse trabalho.
2.1 O argumento ontológico da existência de Deus
A posição sustentada pelo ontologismo é a de que Deus existe por necessidade essencial. Entre os seus principais defensores estão Malebranche (1632-1715), Gioberti, Anselmo, Descartes (1596-1650), Leibniz (1646-1716) e por alguns seguidores de Hegel (1770-1831).
Anselmo foi quem primeiro utilizou esse caminho da prova da existência de Deus. Ao pensar e inquirir sobre a existência de Deus o filósofo trilhou dois métodos. Em sua obra “Monologium”, procede “a posteriori” (necessita ser demonstrado), tentando provar a existência de Deus a partir dos fatos; noutra obra, “Proslogium”, Anselmo persegue uma forma de apresentar a existência de Deus de modo que ela seja irrefutável, neste caso o filósofo procederia “a priori” (é evidente imediatamente). Por esta última forma, Anselmo defenderia este argumento: Deus é ser do qual outro maior não se pode pensar (ANSELMO apud MONDIN, 1982); com isso, afirma que Deus é aquele que toda perfeição contém e, por isso, existe; a sua existência está no conceito de perfeição que, por conseguinte, é aplicada à natureza e a Deus. Portanto, a concepção de Deus sem sua existência seria absurda. Não existe nenhuma necessidade de demonstração da existência de Deus, pois ela é evidente imediatamente – isto é, prova sem mediações.
Anselmo consegue provar a existência de Deus de forma “absoluta”, de modo que não possa ser contestado por qualquer argumento que tente refutá-la, porque seria contraditório.
Este argumento ficou conhecido como argumento ontológico – nome cunhado por Kant. Posteriormente, esse argumento seria duramente questionado, primeiro pelo monge Gaunilon, que foi discípulo de Anselmo, mais tarde, por Tomás de Aquino que refutaria tal método.
2.2 Refutações de Tomás de Aquino ao argumento ontológico
Assim como Gaunilon aponta o problema do argumento utilizado por Anselmo, que vai contra o princípio do realismo, Tomás também o faz, mas de modo mais sistemático e consistente, fazendo uma série de questionamentos e apontando os erros mais bruscos. O exame do argumento, Tomás o fez em duas de suas principais obras, Summa contra gentiles e Summa Theologica.
Tomás, de início, toma as proposições agnóstica e fideísta, às quais acusa de oporem-se à razão natural, que tem por sua expressão mais perfeita demonstrar as verdades, partindo dos efeitos às causas. Deduz-se disto, que segundo os fideístas e os agnósticos toda ação e trabalho dos filósofos são prescindíveis. Contra aqueles, Tomás afirma que todo conhecimento da existência de Deus provém da realidade sensível, que é efeito do poder deste. Esse conhecimento pelos efeitos não exaure o que é Deus, mas é suficiente para se chegar a concebê-lo como causa de toda e qualquer realidade.
Contra o argumento ontológico, Tomás utiliza duas objeções: a primeira é a que “nem todos possuem a mesma noção de Deus”[2] que o argumento defende deste modo: “ens quo maius cogitari nequit”[3]. Nem todos possuem a mesma concepção de Deus que Anselmo, pois antes houve quem o pensasse de outro modo – os panteístas, os estóicos; e se possuíssem a mesma noção de Deus esta não seria critério de existência real de Deus, mas apenas uma demonstração de que o ser do qual não se pode pensar nada maior deve existir (mas também pode não existir – neste implica a possibilidade) (AMEAL, 1941). Portanto, segue-se que Deus exista não na realidade, mas somente na mente do homem que pensa, Deus é lógico.
Outra objeção seria a da confusão entre os conceitos de quoad se e quoad nos (AQUINO, 1934) – ou evidente em si e evidente para nós que Tomás afirma serem dois tipos de proposições de diferentes. Quando se afirma que “Deus é”, é sustentada uma proposição quoad se, porque no sujeito compreende-se o predicado e, se assim é, Deus é evidente; mas quando se refere aos homens a proposição não é evidente porque o homem não tem a compreensão do predicado a Deus atribuído, e ainda porque não exaurem aquilo que é o ser próprio de Deus. A evidência da existência de Deus, quoad se, não significa que deva ser também a quoad nos ou em relação á realidade (JASPERS, 1926).
É preciso com sutileza distinguir o que seja a coisa em si e coisa como se apresenta. Por exemplo, uma coisa é uma árvore em si e outra a árvore como se apresenta a Pedro. Na primeira proposição é evidente, mas na segunda depende do conhecimento que Pedro tem dela (conhecimento lógico).
Conclui-se, portanto, Deus não é evidente para os homens.
Tomás ao analisar minuciosamente o argumento nota nele a sutileza sofística e aponta suas principais inadequações.
O doutor Angélico partindo da crítica aos argumentos sobre a existência de Deus aponta que Deus deve ser demonstrado, primeiro porque a demonstração é o ato próprio da razão e depois porque Deus não é evidente quoad nos. Tomás oferecerá provas que demonstrarão a existência de Deus de forma precisa e compreensível, o que de agora em diante procura abordar este escrito.
2.3 Provas da existência de Deus
Para se tratar da existência de Deus em Tomás é mister um preâmbulo de como o Doutor Angélico chegou ao conhecimento de Deus.
Tomás procede criticando os principais argumentos que, outrora, foram usados para a defesa da existência ou não-existência de Deus e, de cada um deles, aponta as falhas.
Para o Aquinate há duas formas de demonstração da verdade, uma pela causa, propter quid e outra, pelos efeitos, quia. A esta Tomás toma para fundamento de sua argumentação, porque mais viável – Deus será conhecido pelos efeitos (criaturas), e exclui a primeira em vista de que Deus não é evidente ou pelo menos é mais fácil conhecer os efeitos e, destes passar à causa que passar desta àqueles (JOLIVET, 1965).
Pelo método a posteriori Tomás constrói cinco argumentos, ou como ele mesmo chama viis, fundamentadas na filosofia aristotélica (filosofia realista) (JOLIVET, 1961) [4], sobretudo, ao que diz respeito ao princípio de causalidade: relação de causa e efeito. As vias são estas: a que parte do movimento, afirma, Deus é o motor imóvel; a natureza da causa eficiente, diz, Deus é a causa eficiente e primeira; dos seres contingentes e necessários, Deus é o ser necessário; dos graus de perfeição, Deus é o ser perfeito; e, por fim, da ordem do cosmo, Deus é o ordenador supremo. Antecipando o que se pode entender com maior facilidade depois da exposição do esquema das vias de Tomás, as vias podem ser divididas desta forma: as três primeiras (motor imóvel, causa eficiente primeira e ser necessário) se referem a uma causa eficiente, são chamadas de prova cosmológica; e as duas últimas (ser perfeito e supremo ordenador) relacionadas às causa final, podem ser chamadas de prova teleológica (ZILLES, 1997).
O doutor Angélico, pela pureza e lógica de seu pensamento, organiza de tal modo as provas da existência de Deus que estas se tornaram de fácil compreensão, porque ao observar o universo qualquer homem (senso comum) poderá chegar ao raciocínio das vias e, à posterior prova da existência de Deus, mesmo que esta seja limitada e imperfeita.
Em seguida há a apresentação das vias.
a. Primeira via: pelo movimento
Na primeira via há o desenvolvimento da afirmação: Deus é o motor imóvel; a proposição que introduz o argumento é “omne ergo movetur, oported ab alio moveri” (AQUINO, 2001, q. 1. a. 3)[5], e é de fácil compreensão que o universo esteja em movimento e se assim ocorre o deve ser por algo que esteja em ato para fazê-lo. Por exemplo, quando Pedro joga uma taça no chão, o que move a taça é Pedro e se é movida, está em potência e aquele em ato –, mas nesta relação de causa e efeito dá a entender que há sempre uma causa e um movido com abertura ao infinito (o que é engano).
Nesta relação de movido e motor não se pode estender ao infinito, porque há a necessidade de um motor primeiro que mova tudo e não seja movido por nenhum outro ser a senão por si mesmo. A este ser que se move a si mesmo, está em ato sempre, que tudo move, dá-se o nome de Deus. Deus é o motor primeiro e imóvel.
Nesta via há a argumentação com base no fato do movimento. Para que ele exista é imprescindível que haja um primeiro motor, que mova sem ser movido, conforme já advertia Aristóteles.
b. Segunda via: pela natureza da causa eficiente
A atribuição de causa eficiente a Deus é desenvolvida na segunda via, nela Tomás parte da natureza da causa eficiente (AQUINO, 2001, q. 1. a. 3). Ora, tudo o que há, é observável, ou é causa ou é efeito (relação); uma esfera de bilhar move-me sobre a mesa em razão da tacada forçada pela mão do jogador, isto é um exemplo do que seja causa e efeito; não se pode suprimir a força do jogador, porque senão ela não se moveria; não se pode também proceder ao infinito nessa atividade, de sempre procurar uma causa para determinado efeito, porque se assim acontece não se poderá chegar a uma causa primeira eficiente.
Deve haver uma causa que seja primeira (sem causa primeira seria, pois absurdo a existência de algum efeito) senão, não haveria efeito e não haveria causalidade. Conclui-se, com isso, que há uma causa primeira e eficiente que todos chamam de Deus.
Nesta via o Aquinate alega que as causas da existência devem, em última instância, supor uma causa primeira eficiente. O silogismo tem a mesma estrutura daquele da primeira via.
c. Terceira via: dos seres contingentes ao ser necessário
Na terceira via, há procedência de Tomás da necessidade e da possibilidade dos seres para explicar Deus como ser necessário. É notável no universo a corrupção dos seres, o que denota que eles são em potência e conseqüentemente podem ou não existir. Se algo existe, é porque há algum ser necessário que o sustente. Este se sustenta a si mesmo e é ser pela própria necessidade e, em contrário daquele não precisa de causa porque de si é a causa – basta-se a si mesmo. Todo ser que se corrompe está em movimento, é contingente, está em potência e, por isso, necessita de algum ser que o suporte, que o ponha em movimento (ver item a).
É-se preciso que se compreenda que se o mundo que é contingente existe deve haver um ser necessário existente que o sustente, porque caso contrário ele não existiria; este ser necessário que sustenta o mundo é Deus, só ele basta-se a si mesmo.
Nesta via, Tomás considera o fato de que as coisas que se apresentam no mundo são contingentes e que, nesta condição, não existiriam se não houvesse um ser não contingente. Aqui podemos notar a influência do pensamento de Avicena. Lembremos que em filosofia, contingente significa aquilo que não possui, em si mesmo, sua própria razão de ser. Assim como Deus é necessário, porque é a causa e sua própria existência, o homem é um ser contingente.
d. Quarta via: o grau de perfeição nos seres
No exame dos seres como portadores de certa proporção mais ou menos de bem, verdade, entidade etc., ou seja, dos graus de perfeição Tomás delimita a quarta via, na afirmação de que Deus é o ser perfeito que em todos os outros seres fundamenta a perfeição e, no qual, estão todas as perfeições como beleza, bondade no mais alto grau (ABRÃO, 1999). Se existem graus de perfeição nos seres é devido à relação destes com Deus que possui a máxima perfeição (tem-se em relação a este argumento a idéia de Deus como fonte das perfeições). Por isso, tudo o que é bom não importa em que grau, se é, é em vista de uma causa perfeita – Pedro é mais belo que João, mas ambos por analogia comungam da mesma fonte de perfeição que é Deus, só ele pode ser a fonte de todas as perfeições.
A via de Tomás implica a passagem da perfeição em grau relativo para um grau absoluto que só pode ser Deus.
Nesta via, Tomás alega os graus de perfeição constatados nos seres que conhecemos e que postulam um grau máximo de perfeição – um argumento tipicamente platônico. O caminho até Deus se processa aqui por certos graus de perfeição encontramos no mundo dos fatos, e que somente se explicam por um grau máximo, Deus.
e. Quinta via: a ordem do universo
Deus é o ordenador supremo. Esse é o argumento de conclusão da quinta via que inicia o seu discurso da ordem cosmológica passando ao supremo ordenador. Tudo o que há no universo possui uma ordem e um fim para o qual se dirige que pode sua vez devem ter sido elaborado por uma inteligência ou ordenador supremo e não pela mente humana que é limitada ao conhecimento de parte do universo. Por isso o intelecto supremo que criou e ordenou o mundo só pode ser Deus (AQUINO, 1973). Este, todas as coisas se orienta para um fim que é ele mesmo.
Nesta via, Tomás de Aquino toma como ponto de partida a ordem do mundo, dada como um fim intencional. Em outras palavras, como as coisas sem conhecimento não tem capacidade de querer um fim, deve-se admitir que a ordem do mundo prova a existência de um ordenador exterior a ele: Deus. O mundo foi criado conforme a Bíblia, mas Deus poderia tê-lo criado desde toda a eternidade. Nesse ponto Tomás contraria a doutrina dos agostinianos, pois admite a evolução (ciência e fé); Agostinho não chega a esse ponto. A quarta via parte do argumento dos graus para conduzir da multiplicidade à unidade superior; já a quinta parte da multiplicidade ordenada para a unidade de concepção.
Muitos que lerem as vias de São Tomás não as entenderão, mas isso é irrelevante, é preciso, pois, apenas saber qual o fim a que tal meio se remete.
3 A essência ou natureza de Deus
A ciência que trata de Deus à luz da razão é a Teodicéia, à qual procura resposta à pergunta: “Deus existe?”, que gerou e ainda gera grande polêmica e divisão de teorias acerca de tal assunto. Mas a Teodicéia não fica apenas nesta questão e vai mais além e indagando que coisa é Deus ou qual natureza ou essência de Deus? Ora, saber de Deus a existência é um tanto quanto fácil, mas chegar à sua essência non autem possuimus scire quid sit como afirma o próprio Tomás (AQUINO, 2001, q. 3. a. 4), porque Deus ultrapassa tudo o que dele conhecem os homens, tudo o que exista ou que seja ser, Deus é inalcançável e incontível. Mas o fato de ser Deus incompreensível em perfeição não quer dizer que seja impensável.
Pode ser que o homem não o conheça na sua perfeição, mas dele deve conhecer algo por mínimo que seja, e por fazer parte do conhecimento de Deus é verdadeiro. Pode-se, portanto, dizer que o conhecimento sobre Deus em essência e em perfeição é impossível, mas de forma imperfeita é possível. Não obstante chegar à essência perfeita de Deus ser uma tarefa impossível não impede que pelo menos em parte ele seja compreendido.
Comparando Deus e a criatura numa referência à relação causa e efeito pode-se assim por dois modos encontrar os atributos predicados a ele. Pela via da negação, que respeita a negação em Deus daquilo que há nas criaturas e, pela via da eminência que se refere àquilo que é aplicado ao homem, mas que em Deus é em absoluto.
3.1 Atributos negativos
A via da negação foi defendida por Pseudo-Dionísio como a única forma de conhecer a Deus; encontram-se os atributos divinos negando-lhe os atributos imperfeitos das criaturas.
Tomás utiliza-se desta defesa para procurar atributos negativos. Deus está além do que é a realidade, senão seria uma criatura no mundo. Deus é transcendente, portanto, deve-se-lhe negar as deficiências das criaturas e serão obtidas qualidades a ele aplicáveis.
É preciso saber por quais formas, pela via negativa, pode-se explicar o quid de Deus, e, a saber, são por sua simplicidade, infinitude, imutabilidade, eternidade e unidade. Começa-se, pois, tal esclarecimento pela simplicidade.
a. Deus é simples: simplicidade de Deus
É visto que toda e qualquer criatura é formada por composição, seja ela metafísica, lógica ou física. A primeira refere-se à ontologia, substância, acidente etc.; a segunda, ao composto de gênero e espécie; e por fim, a física, à reunião das partes (REALLE, 2002). A Deus não pode ser aplicado nenhuma destas composições e negando-as a Deus, chegar-se-á à simplicidade dele. Pode-se esclarecer tal questão recorrendo-se às vias, deste modo: Deus é causa in-causada (ver segunda via) e o que possui tal qualidade não pode ser composto, porque tudo o que assim é possui uma causa e, Deus não possui causa.
Deus é o ser necessário e primeiro (ver terceira via), se Deus fosse composto haveria partes que o anteporiam, mas antes dele não há partes, Deus é, por isso, simples. Em Deus, há, além desses caracteres, identidade entre essência e existência, portanto, ele é simples por perfeição e em absoluto.
Dessa negativa, passa-se a outra que é-lhe como que conseqüente. Só o ser simples é subsistente, porque não se corrompe.
b. Deus é infinito: a infinidade de Deus
Negando-Lhe a finitude das criaturas, atribui-se-lhe a infinidade. Deus é o ser que possui todas as perfeições, ou seja, todas em plenitude; se alguma perfeição lhe faltasse seria limitado e não seria infinito, mas finito (ex.: se em Deus faltasse à sensibilidade, ele seria a insensibilidade; e se a possuísse e, pequeno grau seria participante de algo que possuísse o grau de amor perfeito, conclui-se, deus seria limitado ou a insensibilidade ou a um pequeno grau de sensibilidade). Prova de tal atributo, infinitude, é que existe por si, sed ipse suum esse subsistens; tudo que existe o é por participação e, por conseguinte, limitado a algo.
Deus não precisa participar do ser porque ele é o ser subsistente, existe por si e não possui limites assinalados por alguma coisa. Uma vez que possui todas as perfeições, tem existência infinita, também possui essência infinita – porque nele essência e existência se identificam. Deus sem dúvida é infinito absolutamente. Dessa via, Tomás passa a imutabilidade de Deus. Se simples, subsistente; se subsistente, imóvel, porque não precisa de nenhum outro ser para movê-lo.
c. Deus é imutável: a imutabilidade de Deus
Tudo está em movimento afirmou Heráclito. Realmente o que existe está em movimento, muito embora não da maneira que afirmou. Eliminando em Deus este caráter encontrar-se-á a imutabilidade, só a ele aplicada. Mas Deus move-se a si mesmo, então ele é mutável? Afirmar que algo seja mutável supõe-se que haja um motor, que haja trânsito da potência para o ato (quem é movido sofre ação de um motor e passa de um estado a outro), por fim, que haja outra causa que não ela mesma.
Demonstrou-se que Deus é subsistente (ver o ítem b) a simplicidade de Deus) – existe por si mesmo –, que ele é motor que tudo move e que está em ato puro e, com isso, em hipótese alguma pode passar da potência ao ato – se assim fosse aconteceriam uma série de falsificações. Explica o Angélico que Deus move-se a si, mas esse movimento não se relaciona ao que existe em potência. Ex quo patet quod impossibile est Deus aliquo moto mutari (AQUINO, 2001, q. 9. a. 1)[6]. Deus, está concluso, é imutável por perfeição.
Tomás vai levando adiante seu intento procedendo de forma conseqüente. Deus não é complexo; Deus não é depende de nenhum outro ser; Deus não precisa ser movido, porque, sendo ato puro, não é movido por nenhum outro. Mas Deus, porque tem essas negações é também ser que existe sempre.
d. Deus é eterno: a eternidade de Deus
Acerca da eternidade de Deus, Tomás inicia respondendo deste modo: sicut in cognitionem simplicium oportet nos venire per composita, ita in congnitionem aeternitates oportet nos venire per tempos (AQUINO, 2001, q. 9. a. 1)[7]. O angélico faz uma relação definindo o tempo como consistente numa enumeração no movimento e, a eternidade, numa semelhança do que está fora do movimento. Da mesma forma do discurso acima produzido, assim pode-se trabalhar este; o que é imutável é eterno e não se sujeita à corrupção à qual se algo se sujeita relaciona-se também ao tempo que por sua vez existe em razão de um número de antes e depois, em outras palavras, o que é corruptível está situado no tempo, ao passo que o que é incorruptível a ele não se sujeita e, portanto, é eterno.
Deus é ato puro e imutável necessariamente é eterno e não está enquadrado à sucessão numérica de antes e depois. Embora entenda-se que a simplicidade logicamente refere-se também à unidade, é preciso ser atento à ordem de termos e proposições que Tomás define.
Deus é o ser cuja essência e existência são as mesmas. (para melhor entendimento leia-se os fundamentos metafísica de Tomás).
e. Deus é uno: unidade de Deus
Outro atributo aplicado a Deus é o da unidade. Pode-se ou não dizer que Deus é uno? Deus é uno, primeiro pela identificação nele da essência e da existência, e por isso, só a ele pode ser comunicada a unidade, nam ipse Deus est natura […] (AQUINO, 2001, q. 11. a. 3)[8]; a essência de homem é comunicada a vários outros homens (Pedro é homem, João é homem, Antônio é…). Exclui-se, com essa afirmação, a existência de outros deuses, porque isto implicaria a essência de Deus aplicada a vários outros, o que seria absurdo.
Outro fator relevante é que Deus é uno porque contêm todas as perfeições, a fonte para onde afluem e origem de tudo o que existe. Se Deus não fosse uno conviria negar os atributos até agora afirmados dele, impossibile est igitur esse plures Deos et est necessario quis Deus sit unus (AQUINO, 2001, q. 11. a. 3)[9].
3.2 Atributos positivos
O Pseudo-Dionísio sustentou que de Deus só se conhecia as negações das criaturas, ao que Tomás contraria certificando que se pode acerca de Deus formular proposições afirmativas. Mas faz-se necessário observar que o conhecimento afirmativo de Deus que, consiste tomar aquilo que nas criaturas se manifesta de forma imperfeita e aplicar a Deus em eminência absoluta, mas é importante não confundir com antropomorfismo ou uma sublimação do homem, porque Deus não é isto, mas está muito além, porque ele é transcendente.
a. Deus é a inteligência absoluta
Todo ser humano possui ciência, uns em maior e outros em menor grau. Como se pode proceder na prova de que em Deus a perfeição de ciência está em grau supremo? Conhece-se não por meio da materialidade, mas pela imaterialidade – o intelecto espiritualiza as coisas por isso pode conhecê-las. Os sentidos só podem conhecer uma vez que fazem representações das coisas materiais – sensações, impressões que as coisas lhe causam, se não fosse assim não haveria capacidade de os sentidos conhecerem.
O intelecto possui uma faculdade espiritual, não recebe impressão material, por isso, mais espiritual e tanto mais pode conhecer; fica claro que quanto mais imaterial é o ser, tanto maior e mais válido e verdadeiro é o seu conhecimento que pode explicar a ciência de Deus, o de que ele é o ser ordenador e a inteligência supremos (ver Deus, o ordenador supremo) por fazer tão estupenda obra de ordenação do mundo só pode ser Deus.
Mas Deus não é somente inteligente, mas também bondade e vontade plena.
b. Deus é bondade
Numa relação de causa e efeito há sempre algo neste que seja semelhante àquele (AQUINO, 2001, I, q. 6, a. 1)[10], por isso, se nas criaturas que, são efeitos de Deus – por ele causadas –, há bondade, então também em Deus há; convém afirmar que Deus é bom, mas não bondade tal e qual como está nas criaturas e sim a bondade suprema (os seres que são efeitos tem a bondade como efeito, enquanto Deus que é causa a possui como causa e fonte de toda e qualquer bondade).
Se Deus é o motor primeiro e é bom e causador da bondade nos seres, é oportuno dizer que é a suma bondade ou a eminência daquilo que é deficiente nos seres (SINIBALDI, 1961). Deus pode-se ainda dizer, é bom por essência, além dele não há ser a que possa ser aplicado a sua essência porque apenas nele está.
E, além de bondade e vontade plena é também a relação perfeita entre o pensamento, que faz a inteligência ser perfeita, e realidade existente, e por isso mesmo, verdade, e, suma vontade.
c. Deus é verdade e amor
A verdade é a adequação da mente à coisa, o que se pode chamar de verdade lógica. Em Deus esta relação funciona de forma eminentíssima, ou melhor, ao máximo. Em Deus não há divisão entre ser e intelecção, ele é sua intelecção e seu ser – esta relação de união de ser e pensar é a verdade, o que permite concluir que deus seja verdade e não apenas que ela esteja nele.
O homem mesmo não é capaz de chegar à verdade absoluta porque não pode pensar a coisa tal e qual ela é (ser e pensar são diversos), mas pode fazê-lo de forma imperfeita o que em Deus se dá de forma eminente e perfeita, pois ser e pensar são a mesma atividade. Deus, está concluso, é a verdade em eminência absoluta.
Em Deus existe o amor. O apetite e a vontade – da qual é próprio a busca (o amor) do bem –, são próprios dos seres que tem sentido e intelecto. Deus possui intelecto, ele é a inteligência suprema, por isso supõe que em Deus haja vontade suprema que possui seu movimento arraigado no amor.
Todo ser que deseja algo supõe que o ame e que o desejado e amado seja um bem (Pedro deseja ser professor porque quer ajudar os ignorantes; é suposto que ame o ser professor porque é um bem para ele e para os outros). Se Deus é o intelecto absoluto, possui vontade que, por sua vez supõe a existência do amor que subjaz a qualquer ação volitiva.
Resta apenas atribuir a Deus o atributo amor porque nele há vontade. Deus é amor supremo, o qual está nele em eminência e no homem está em deficiência (o homem ama, mas aquele que possui o amor por antonomásia é Deus, e não apenas o possui, ele mesmo é amor).
Observou-se, portanto a procura pela essência de Deus a partir da negação e afirmação das individuações das criaturas nele. Não o que se questionar Deus é por negação: simples, infinito, imutável, eterno e uno; e por afirmação nele das predicações positivas das criaturas: inteligente, bom, verdadeiro e amoroso.
Conclusão
Conclui-se que a reflexão sobre a existência de deus é complexa, principalmente quando o homem não é capaz de formular conceitos precisos por causa da transcendência que é própria de Deus.
São plausíveis os argumentos de Tomás sobre Deus baseados na causalidade e necessidade que foram usados para provar sua existência e, por conseguinte, buscar atributos aplicáveis a ele de maneira analógica. Além disso, o que mais fortalece essa filosofia é a originalidade de Tomás em aplicar as categorias de Aristóteles, purificando-as, na fundamentação da existência de Deus, sem falar na facilidade que os homens têm de entendê-los porque passam do mundo a Deus do qual a existência não é evidente a não ser em si.
Haverá homem que não entenda que, se há um efeito haverá também uma causa que o movimentou; se a cadeira move-se (efeito), isso acontece porque João nela aplicou uma força (causa).
E, além de, neste final, saber-se por demonstração que Deus existe, pense-se que também se conhece algo de sua natureza, como a bondade, a simplicidade, a eternidade etc. que lhe foram atribuídas por negação ou por eminência.
No entanto, é mister lembrar que o discurso de Tomás sobre se Deus existe e que coisa seja, não se exaure neste escrito (comentário), mas há muitos outros argumentos que o Angélico utiliza contra os que não acreditavam na existência de Deus e, contra os que acreditavam, mas que negavam a possibilidade de se afirmar algo sobre ele senão pela fé. Mas afinal foi a isso que Tomás se dedicou, à síntese da Teologia na tentativa de relacionar Fé e Razão em um discurso sobre o transcendente.
Mestrando de Ética e Epistemologia da Universidade Federal do Piauí – UFPI na Linha de Pesquisa Ética e Filosofia Política Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas Saúde Exatas e Jurídicas de Teresina – Centro de Ensino Unificado de Teresina – CEUT Advogado Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB Seccional Piauí e Licenciado em Filosofia pelo Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí – ICESPI
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