Por: Roberto Ribeiro.
O advogado Jean Severo, à frente da banca de outros cinco defensores do produtor musical Luciano Bonilha Leão, está otimista em relação ao futuro do cliente. Leão é um dos quatro réus levados à júri no caso que envolve a tragédia da boate Kiss. O julgamento ocorre no Foro Central de Porto Alegre.
Além do réu representado por Severo, outros três respondem por homicídio simples com dolo eventual pelo incêndio que matou 242 pessoas e feriu outras 636 na madrugada de 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria (centro do Estado). São eles os empresários e sócios da Boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos. O julgamento entra neste domingo (5) no seu quinto dia.
“[Luciano] é o único réu inocente que estou defendendo na minha vida”, diz o advogado, fiel ao seu estilo. Prossegue: “Eu não preciso orientá-lo, não preciso alterar uma vírgula do que vai falar, só digo ‘fala o que aconteceu’ e pronto.”
No caso desde setembro de 2019, quando foi procurado pelo réu, Jean Severo também não mede palavras sobre quem devia estar no banco dos réus no lugar do seu cliente: cita o prefeito de Santa Maria na época (Cezar Schirmer – MDB), secretários municipais, bombeiros e representantes do Ministério Público. O advogado lembra que são entes responsáveis pela fiscalização e teriam permitido o funcionamento da casa noturna da maneira em que se encontrava naquela madrugada de janeiro de 2013.
Mas além desses, Severo cita Daniel Rodrigues da Silva, o gerente da loja onde Luciano Bonilha Leão comprou os artefatos pirotécnicos que provocaram o incêndio na boate. Foi com a testemunha arrolada pela acusação, e com o juiz Orlando Faccini Neto, que preside o júri, que o advogado protagonizou um bate-boca sexta-feira, configurando a principal polêmica do julgamento até agora. Na ocasião, Silva se recusou a responder se a loja havia sido fechada após a tragédia. “Foi desmascarado, pôs um inocente no banco dos réus, quem devia estar sentado lá era ele”, dispara. “Meu cliente comprou o artefato indicado pelo dono da banda, e comprou unitário, fora da caixa, o que não é permitido, e ainda assim a loja vendeu.”
Severo minimiza as conseqüências para a defesa da suposta espetacularização do julgamento (“frescura”, diz) e ressalta que foi o único dentre os defensores dos réus que não pediu desaforamento (transferência do julgamento para outra comarca). Admite, no entanto, que o processo merecia ser cindido para esgotar o debate acerca da suposta culpabilidade de cada um. Para ele, o ideal seria dois júris para que fossem julgados “dois e dois réus”. “Muito ruim”, responde ele sobre a opção de um único júri. Enquanto a acusação irá dispor de duas horas e meia para argumentação, cada uma das partes da defesa terá 37 minutos, mais 30 em caso tréplica. Situação que Severo criticou no primeiro dia de júri, dando o que falar pelos corredores do Foro Central de Porto Alegre: “Não dá tempo pra fazer um miojo.”
Ainda assim, continua otimista quanto à sorte do cliente: diz que está acostumado, ama o que faz (“por mim faria um júri por dia”) e garante que mesmo com um tempo menor que o da acusação vai emplacar a tese de negativa de autoria, contar o que aconteceu e, conforme ele, mostrar para os jurados quem devia estar no banco dos réus: “Temos argumentos, o Ministério Público só tem fotos das vítimas.”
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