Resumo: Este estudo busca identificar algumas influências de Keynes, e atribuir ao mesmo a credibilidade que lhe é peculiar. Impossível é exaurimento de suas influências, entretanto, é possível a aproximação da pertinência de seu pensamento na construção das ciências econômicas;
Sumário: 1. Introdução; 2. Reflexões biográficas de keynes; 3. Tópicos do argumento, 3.1 Participação de Keynes na Social-Democracia; 3.2 Reflexões sobre concepções Keynesianas econômicas em períodos pós-modernos; 3.2.1 Visão de Keynes sobre dinheiro, 3.3 A importância da liquidez para Keynes, 3.3.1 A preferência pela liquidez e mais-valia, 3.4 Discussões Keynesianas amparadas na política monetária, teoria macroeconômica geral e a idéia de pleno emprego, 3.5 Teoria Geral do Emprego; 4. Conclusão; Referências
1. INTRODUÇÃO
Preliminarmente é pertinente sopesar que a contribuição de John Maynard Keynes se perfez em relação à múltiplas áreas do conhecimento. Notadamente econômica, política e até mesmo jurídica.
Os pensamentos de Maynard Keynes podem ser reputados como paradigmáticos na contemporaneidade e na pós-modernidade. Chega ao ponto de Gentil Corazza, ao escrever um capítulo na obra “Ensaios sobre Keynes e Teoria Pós-Keynesiana” afirma que Keynes foi o pensador mais importante do século XX. O impacto de seu pensamento pode ser explicado por inúmeros aspectos. Entre os quais o fato de este influenciou na construção de modelos econômicos e no desenvolvimento de políticas consideradas plausíveis para os nortes de uma nação.
O âmbito no qual Keynes ventila suas teorias com maior primazia consiste na economia, ramo central do presente trabalho de pesquisa. Âmbito esse vital, setor “conditio sine qua non” para a própria existência estatal.
No decorrer da pesquisa serão construídas abordagens mais específicas sobre as contribuições de Keynes. Desta forma, propedeuticamente é possível citar a importância de seu pensamento para a social-democracia, além de sua influência para a macroeconomia. Keynes que defende a manutenção do capitalismo, não obstante o abomine sob a égide moral.
Segundo Moggridge, as contribuições de autor em foco para as discussões do problema das finanças internas no período da guerra, em verdade se iniciam antes mesmo do início deste avassalador período.
O autor Corazza chega a considerar o pensamento de Keynes utópico, por tentar este modificar a dimensão fundamental do capitalismo, alterando a própria natureza de economia monetária, a partir da concepção de que o dinheiro é um fim em si mesmo.
Na opinião de Tamás Szmrecsányi, Keynes conseguiu conciliar os predicados da praticidade, e um admirável espírito teórico, pronto para realizar incontroláveis reflexões. E procurou viver de forma intensa sua vida, nos mais múltiplos âmbitos.
Quer Keynes portanto, segundo Lima, negar o sistema vigente e substituir.
Lima chega a anunciar que Keynes foi vitimado por diversas obras, que obstaram o adequado entendimento do pensamento deste. Houve a conversão da gênese, da estrutura de suas concepções.
No presente trabalho haverá a reflexão acerca de elementos centrais, bem como adjacentes dos pensamentos de Keynes, a começar pela influência na social-democracia. E por conseguinte, serão analisadas outras manifestações deste autor.
2. REFLEXÕES BIOGRÁFICAS DE KEYNES
Introdutoriamente, antes de ingressar no mérito das contribuições de Keynes, pertine abordar alguns aspectos biográficos deste, ainda que propedeuticamente.
Para a obtenção de êxito nesta proposta, é adequado invocar o autor D.E Moggridge. Este que aponta aos seus interlocutores que Keynes tem sua atuação em território inglês, especificamente em uma Inglaterra vitoriana e eduardiana. E a compreensão deste posicionamento histórico e político é sim contributivo para o melhor entendimento dos pensamentos de Maynard Keynes.
Aponta Moggridge que o entendimento da realidade socioeconômica na qual Keynes estava inserido é por demais relevante. Ora, este vivia numa época em que era possível crer na estabilidade dos preços e também da taxa de juros, ainda que parcialmente.
Acerca da família de Keynes, constata-se que os seus antecedentes, conforme preceitua Moggridge, eram concernentes à academia vitoriana. Sobre este aspecto, o pai de Keynes, chamado John Neville Keynes, era filósofo, assim como economista e, ainda notório administrador acadêmico, com contribuições literárias no âmbito acadêmico.
Na biografia de Keynes é inelutável, na mesma linha doutrinária, citar sua mãe, chamada Florence Ada, que simplesmente foi a primeira mulher de sua cidade a participar a exercer o cargo de conselheira. Como se não bastasse ainda foi prefeita.
Moggridge ainda cita que Keynes é o primogênito e tem dois irmãos. Historicamente não se vê uma infância melancólica vivia em Harvey Road. Por conseguinte, à infância se constata que em 1905 Keynes se forma, sem indiciar sua inclinação à economia.
Para findar essa breve explanação sobre a biografia de Keynes, é necessário informar a análise de Moggridge, que anuncia como ponto de partida para o entendimento da intelectualidade de Keynes sua característica distintiva na obra de geração fundadora da moderna economia de Cambridge, partilhado por Marshall, Pigou, Sidgwick e Neville Keynes.
Keynes se preocupa, segundo o mesmo autor anteriormente citado, em uma concepção otimista convergente aos poderes de persuasão, promover a libertação dos homens do nominado jugo da servidão e da privação, ampliando a possibilidade de acesso a salutares bens.
3. TÓPICOS DO ARGUMENTO
3.1. Participação de Keynes na Social-Democracia
Para o entendimento da participação de Maynard Keynes na social-democracia se faz necessário invocar o pensamento de Anthony Giddens, em sua obra Terceira Via.
Giddens inicialmente capitula a social-democracia como a de velho estilo. Vertente segundo a qual o capitalismo de livre mercado como o responsável por perpetrar uma autêntica anomia, uma assustadora balbúrdia, um descontrole e problemas sociais.
A social-democracia de velho estilo adota uma visão crítica em relação à forma de se conceber o liberalismo. Vale preponderar, o livre mercado, a mitigação da atuação estatal na economia, a permissibilidade para as iniciativas privadas convergem a um quadro de óbices sociais. E esses elementos
Todavia, este liberalismo não poderia se verificar plenamente, em decorrência dos entraves anteriormente alegados. Motivos pelos quais ponderações teóricas foram propagadas nos universos econômicos. Entre as citadas ponderações, invoca-se Marx, e o próprio Keynes.
Ambos defensores de uma maior intervenção estatal na autonomia privada do indivíduo, em prol da redução das mazelas sociais. A partir de plurais mecanismos, entre os quais a estatização dos meios de produção.
O autor Keynes é contributivo para a denominada social-democracia clássica, que exige a entrega de bens públicos, que não são naturalmente destinados pelo mercado. Isto é, o mercado por si só, em sua concepção liberalista, não é suficiente, traz lacunas perante a sociedade, especificamente de bens. Lacuna que deve ser suprida pelo Estado, por meio da referida entrega.
Keynes foi considerado, segundo Giddens, a principal referência, a principal inspiração na construção de um pensamento econômico pós-guerra. A partir da cristalização, saliente-se, do “welfare state”. Em decorrência por exemplo, de sua menor preocupação com o elemento econômico da oferta, o que é estritamente proporcional aos desígnios do estado do bem-estar social.
O “welfare state” que carregava dois corolários, ambos ratificados por John Keynes, quais sejam, a promoção da igualdade entre os cidadãos, bem como a proteção aos indivíduos. Ambos com o primevo desejo de avançar eficazmente no processo de construção da cidadania. Além da predominância da economia doméstica sobre o comércio internacional de bens e serviços.
Para o entendimento da concepção econômica de Keynes é inelutável alegar que este corroborava com alguns elementos do marxismo e do socialismo, embora não possa ser rotulado como marxista ou socialista.
Em verdade, Keynes acreditava que era possível a mantença do capitalismo. Não era portanto, primordial fulminar ou avassalar o capitalismo, para a conseguinte construção de outro regime. Nessa seara, mister seria a conservação do capitalismo, e após promover modificações das irracionalidades deste sistema, aperfeiçoando-o, aprimorando-o.
Em um breve cotejo teórico, sobre a viabilidade para a convivência da democracia diante do socialismo, o pensamento Keynesiano encontra guarida na construção teórica de Norberto Bobbio. Segundo o qual:
“A relação entre liberalismo e democracia, como vimos, nunca foi antítese radical, apesar de ter sido difícil e frequentemente contestado o enxerto dos ideais democráticos no tronco originário dos ideais, liberais, e apesar da integração entre liberalismo e democracia, onde ocorreu, ter se dado lentamente, não sem contrastes e rupturas. A relação entre liberalismo e socialismo, ao contrário, foi desde o início uma relação de antítese(…) Tornou-se corrente que o socialismo, julgado até então como incompatível com o liberalismo, não era de fato incompatível com a democracia.” (BOBBIO, p.80-81)
Esclarece-se que a ênfase a este ponto está se operando em razão da marcante participação de Keynes nos ideais da social-democracia. A possibilidade de convivência entre o socialismo e a democracia se vislumbra em razão dos seguintes elementos:
“Para reforçar o nexo de compatibilidade (melhor de complementariedade) entre socialismo e democracia, foram sustentadas duas teses: antes de tudo, o processo de democratização produziria inevitavelmente, ou pelo menos favoreceria o advento de uma sociedade socialista, fundada na transformação do instituto da propriedade e na coletivização pelo menos dos principais meios de produção; em segundo lugar, apenas o advento da sociedade socialista reforçaria e alargaria a participação política e, portanto, tornaria possível a plena realização da democracia, entre cujas promessas- que a democracia liberal jamais seria capaz de cumpri- estava também a de uma distribuição igualitária) do poder econômico e poder político. Com base nessas duas teses, a indissolubilidade de democracia e socialismo passou a ser demonstrada, por parte das correntes principais do socialismo, como uma condição necessária do advento da sociedade socialista e, por parte das correntes democráticas, como uma condição do desenvolvimento da própria democracia” (BOBBIO, p.81)
O autor em foco, conforme preceitua Anthony Giddens, tem como fito exteriorizar que o capitalismo pode atingir a sua estabilidade, por intermédio da administração da demanda. Segundo Adam, uma importante marca da social-democracia consiste no fato de se proteger os lucros das reivindicações das massas pois as políticas redistributivas não são capazes de transmitir benefícios à massa trabalhadora.
3.2. Reflexões sobre concepções Keynesianas econômicas em períodos pós-modernos
3.2.1. Visão de Keynes sobre dinheiro
Para o entendimento mais apurado é necessário invocar o pensamento de Gentil Corazza, em seu capítulo denominado “Keynes e o nosso tempo, Estado, Moeda e Liberalismo”. Segundo o autor, este pensamento foi sub-rogado em parte por concepções liberalistas individuais mais intensas. Não obstante inúmeras de suas idéias perdurem válidas e aplicáveis.
Keynes considera a economia capitalista uma economia sim monetária. Posto que o dinheiro, no mundo da incerteza, representa um fim em si mesmo. Na concepção de Keynes, o dinheiro significa um propósito, um fim essencial. Assim, entender o dinheiro é entender o processo econômico. O que é acertado na pós-modernidade e estampa de forma categórica o conhecimento de Keynes sobre o mercado.
Todavia, acerca do elemento dinheiro, nota-se que houve um abrandamento por outros elementos para o processo econômico, na visão do próprio Keynes, conforme conclui Corazza:
“Keynes não levou às últimas conseqüências suas intuições sobre dinheiro. Em conseqüência disso, altera-se também a forma como o dinheiro interfere na economia. No capítulo 17 da TG, a teoria da taxa de juros do dinheiro é generalizada os outros ativos. É através da sua taxa de juros própria que o dinheiro interfere na economia, afetando a eficiência marginal dos demais ativos”. (CORAZZA, p. 67)
O dinheiro, em consonância ao pensamento de Kurihara, tem forças que influenciam a construção do pensamento deste elemento.
Existe em sociedade a incessante busca por dinheiro. A procura comporta de dinheiro, nas palavras do mesmo Kurihara, enseja a presença de duas modalidades de procura. Procura que está associada à forma de utilização do dinheiro.
A primeira modalidade de procura, seria a procura de dinheiro como meio de troca, neste instante há uma conotação ao balanço ativo. Neste primeiro viés a procura pelo dinheiro como meio de troca se daria ou se motivaria por necessidades de transações e também de precaução.
Em um segundo viés da procura, extrair-se-ia o dinheiro como meio de armazenar riqueza, neste segundo âmbito, a conotação seria de balanço ocioso. Neste segundo parâmetro, a utilização do dinheiro com esta função aconteceria pelo afã especulativo.
Para Alvin Hansen, com um pensamento absolutamente concatenado ao de Kurihara, o dinheiro pode existir como meio de troca ou como reserva de valor.
Hansen cita segundo Keynes alguns motivos para se guardar, para se poupar o dinheiro. O primeiro motivo consiste seria aquele concernente às transações. O segundo consistira na precaução e o terceiro com a finalidade especulativa.
E ainda soma o mesmo autor que uma pessoa que tenha dinheiro, riqueza teria três possibilidades de dar destino a tal riqueza. Poderia a pessoa manter tais recursos em dinheiro. Ou, por outro lado, em dívidas. Ou ainda em ativos fixos reais, que o autor traduz como títulos de renda.
3.3. A importância da liquidez para Keynes
A partir de uma leitura da “Teoria Geral” de Keynes é legítimo destacar a importância dada em relação à preferência pela liquidez. Sobre essa questão, aponte-se a dissertação de Lauro Campos:
“Vejamos em que consiste a propensão à liquidez e qual seu papel na vida e nas relações econômicas. A propensão ao consumo indica ´qual parte da renda cada indivíduo consumirá e quanto guardará alguma forma de poder aquisitivo para consumo futuro”. (CAMPOS, p.211)
Liquidez essa que os estudiosos de Keynes colocam como elemento central de suas teorias, o que tem ensejado a disseminação de alguns críticos, bem como de discípulos.
3.3.1. A preferência pela liquidez e mais-valia
O autor Lauro Campos constrói um capítulo intitulado “A preferência pela liquidez e mais-valia – semelhança funcional na organização dos sistemas teóricos de Keynes e Marx” para esclarecer a aproximação entre os elementos protagonistas do presente item. Focado na análise sobre a comparação, no contexto global, das duas teorias.
Já foi apontado no capítulo intróito que Keynes tem alguns pensamento convergentes ao pensamento Marxista. Todavia, não é cientificamente acertado rotulá-lo como marxista.
Em verdade, especificamente sobre a liquidez, nota-se uma similitude entre mais-valia e liquidez. Entretanto, ambas não se confundem.
Verdadeiramente Marx se despreocupa com o volume de investimento e da quantia que se destinará aos novos investimentos, quantias estas que são nominadas “coeficiente de novos investimentos”. Com supedâneo no qual seriam mantidos em uma escala ascendente, devido a acumulação crescente da mais-valia.
Entretanto, Keynes tem a preocupação central no tocante ao volume investimento e à quantia que se dedicará aos novos investimentos. Ora, se não houver investimento não haverá volume global da demanda e da ocupação.
Em remate:
“A propensão à liquidez exerce dentro do sistema keynesiano, o mesmo papel da mais valia, acontece que um encara e salienta os efeitos sobre determinadas variáveis, enquanto o outro procura valorizar suas conseqüências sobre outras grandezas do sistema, segundo as predileções e as finalidades ideológicas implícitas; mas, em ambos, estes fenômenos por si, respondem pelos desequilíbrios e desajustes da economia.” (CAMPOS, p.223)
Para Alvin Hansen, citando Keynes, a preferência pela liquidez teria como fundamento a incerteza do futuro. Ora, não se pode prever ou supor um futuro certo e calculado.
3.4. Discussões Keynesianas amparadas na política monetária, teoria macroeconômica geral e a idéia de pleno emprego
Ao longo do presente trabalho estão sendo propaladas as distintas contribuições de Keynes na órbita econômica. E a idéia de pleno emprego é vital.
Para o entendimento do pleno emprego é razoável constatar que a aplicabilidade de suas idéias se cristaliza em uma Grã-Bretanha da década de 30 que clamava pela plenitude no setor em questão.
As discussões, argumentações, fundamentações de Keynes se pautavam intensamente em políticas monetárias. E o autor Moggridge, tenta contribuir para o entendimento desta matéria, enfatiza inúmeros elementos.
Em primeiro plano, afirma o autor anteriormente dito, que as autoridades para um quadro econômico desejado devem evitar taxas de juros mais exorbitantes. Inclusive sob essa égide, até mesmo há a estipulação de valores percentuais no período guerra. Vale dizer, as taxas não podem ir além, em tal período, ao percentual de 2%. Taxa essa considerada meta, porquanto contributiva para a não geração de turbações psicológicas mercadológica.
Em coerência ao pensamento nitidamente preocupado com a taxa de juros, emerge John Hicks. Segundo o qual, invocando Keynes, uma taxa de juros reduzida gera o efeito do estímulo ao investimento. Pois há inúmeros projetos que jamais seriam solidificados, com taxas substanciais de juros. Ademais, com taxas elevadas de juros, vários projetos marginais não seriam lucrativos.
Defende Keynes que as autoridades devem se comportar no sentido de obter a tributação, pois assim a finalidade de obter recursos reais necessários convergentes ao rearmamento seria mais contundente.
Em uma terceira proposta Keynes reputa que uma vez fixada a política de taxa de juros, em níveis satisfatórios aos expostos supra. Isto é, 2%, as autoridades devem se comportar no sentido de legitimar ao público a manutenção da estrutura do vencimento da dívida objetivada pelo Estado, e por conseguinte, deveria se perfazer a emissão de uma série ampla de diversos títulos. E diante de tamanha amplitude, possível será ao publicar escolher entre estes diversos títulos disponibilizados.
Com o mesmo teor reflexivo, aponta Keynes citado por Moggridge, que quando não se tiver o emprego pleno dos recursos, as autoridades deverão executar tal emprego posteriormente à realização da despesa. Isso ocorrerá nas hipóteses em que as poupanças resultantes da elevação associada por renda e por via do multiplicador se tornam disponíveis para a inserção em mercados financeiros.
Esse último parágrafo traduz um propósito flagrante. Qual seja, evita pressões que se protraiam em momentos de transições mercadológicas. Por intermédio da política invocada neste parágrafo, viabilizada estará a saudável estruturação das taxas de juros.
Moggridge cita que o começo da guerra, fez com que Maynard Keynes posicionasse como elemento basilar da concepção financeira deste período, as medidas fiscais. E concentrasse suas argumentações e reflexões em relação à dois elementos.
O primeiro dos quais a denominada mobilização completa. E o segundo o pleno emprego. Importa dizer que nesse período de guerra, que se tem uma realidade diversa daquela dos anos trinta.
Para o entendimento da influência da guerra e da política de Keynes, acredita-se na razoabilidade da transcrição da seguinte análise:
“A primeira preocupação de Keynes havia sido garantir que as implicações da expansão de procura e do seu financiamento no mercado financeiro não perturbariam a política a longo prazo do dinheiro barato, que ele cria necessária à economia. A guerra, contudo, tornou mais agudo o problema da transferência de recursos reais normalmente destinados a outros usos, sobretudo o consumo”. (MOGGRIDGE, p.96)
E prossegue o autor, afirmando sobre as formas por meio das quais as autoridades estatais poderiam lograr o comando dos recursos adicionais, por intermédio de alguns comportamentos.
O primeiro comportamento seria dos indivíduos. Esses que poderiam se comportar no sentido de reduzir os seus gastos oriundos das relações consumeiristas. Nessa esteira, a redução dos gastos não necessitaria de se sacralizar por repressões, ou imposições estatais. Nesse primeiro plano, mister seria que a analisada redução fosse voluntária.
Ainda nesse primeiro plano, outro comportamento voluntário que poderia ser praticado diz respeito a modificação da tangibilidade das poupanças dos cidadãos. Para Keynes, a poupança poderia modificar a sua conotação individual, permitindo ou colocando as poupanças à disposição de forma plena ou parcial em favor das autoridades. Através dessa disposição, possível seria a subscrição de empréstimos e o aprimoramento dos saldos considerados ociosos.
Outra forma devida de se conceber a política monetária, seria através da implementação de políticas inflacionárias oficiais que poderiam em primeiro momento, licitar os recursos considerados necessários daqueles indivíduos que pudessem efetivamente utilizá-los. E por conseguinte, tais recursos legitimados poderiam, pensa Keynes, colocar nas mãos daquelas pessoas que pudessem transferir para um destino desejado. Diga-se, transferido seria para a autoridade.
Outro ponto argumentado consiste na busca por se fomentar uma política intensa de racionamento. Racionamento, sob á óptica de Keynes que seria poderia minorar o consumo, via decreto.
Ainda se manifesta Keynes, no sentido de crer que o aumento da tributação poderia ser contributivo para atenuar os recursos que estava à disposição do público para consumo, e aí atingir o escopo de transferir o recurso para os almejados destinatários. Uma vez mais, as autoridades.
No que tangencia o pleno emprego, na mesma linha teórica, para a plenitude de tal emprego, emergia o pensamento de Keynes ponderados na década de 30.
Tudo isso permite a o intérprete dissertar que Keynes é um autor de inúmeras contribuições. Este autor, amparado em Gilberto Tadeu Lima, atarefou-se em exteriorizar e demonstrar que formulou um teoria geral da macroeconomia. E para o entendimento da generalidade do ramo macroeconômico, é mister refletir sobre alguns elementos.
Os elementos primordiais para o entendimento da generalidade se deve identificar os subsequentes elementos:
“Essa generalidade, por sua vez, pode ser associada a três características diferentes da TG [O´Donnell (1989, p.173-176)], quais sejam: a) o fato de ser ela uma teoria do produto como um todo(CW, VII, p. xxii e xxvi); sua compatibilidade com a existência de um espectro variado de níveis de equilíbrio de emprego (CW, Vii, p.3 e 16-17, Asimakopulos (1988, p.130) e Hansson (1985, p. 332), enquanto a ortodoxia clássica permanecia confinada ao equilíbrio a pleno emprego; e c) sua aplicabilidade a todas as circunstâncias sob as quais pudesse ocorrer a produção capitalista(…)” (LIMA, p.26)
As políticas macroeconômicas ventiladas por Tadeu Lima demonstram o desejo de Keynes apontar as falhas, as incorreções da formulação tipicamente clássica no que toca a compreensão da operação de uma economia de mercado. Muito especialmente com os olhos voltados aos fatores responsáveis pela determinação do grau de utilização de sua capacidade produtiva.
Com suas fundamentações, ainda segundo Lima, quer também externar que o pleno emprego não é de fato o estado normal das economias capitalistas. Keynes objetiva desconstruir a concepção clássica quanto à existência de forças consideradas endógenas, responsáveis por manter a plena ocupação dos fatores produtivos.
Quer Keynes, portanto, segundo Lima, negar o sistema vigente e substituir.
3.5 Teoria Geral do Emprego
A teoria econômica de Keynes conduz os seus estudiosos a variadas premissas. Todavia, no concerne o elemento que ora está em voga, a Teoria Geral do Emprego, Dudley Dillard delimita o seu discurso.
Em primeiro momento se deve ter a sapiência de que rendimento agregado tem relação de dependência com o volume do pleno emprego. Esta proposição inicial é esclarecida a partir da invocada relação de dependência.
Num outro momento, nota-se que conforme a propensão a consumir, a quantia do gasto para o consumo dependerá de dois elementos do rendimento e via de conseqüência, do pleno emprego.
O alegado pleno emprego dependerá da procura efetiva agregada. Procura essa, que se compõe de dois elementos. O primeiro dos quais, se traduz pelo gasto para o consumo. Por outro lado, a segunda parte se refere à procura efetiva para investimento.
Por conseguinte explana o autor que em estado de equilíbrio, a oferta agregada é precisamente igual à procura agregada. Procura que tem sua determinação pela propensão a consumir e também pelo volume de investimento.
E para o aperfeiçoamento do entendimento é devido dizer que o volume de investimento também depende de outros elementos. Quais sejam, a função da oferta agregada. Depende também da propensão para consumir e ainda do volume do investimento.
Preocupado com o estado de equilíbrio, Keynes desta vez está preocupada com a procura agregada. Procura que é igual à oferta agregada. Sobre esta questão, averigua-se que a oferta agregada termina sobejando a procura efetiva para o consumo, diga-se de quantia igual à procura efetiva para investimento.
Para o entendimento dessa vertente da teoria geral do emprego é importante ter em mente a função da oferta agregada tem relação de dependência, sobretudo das condições físicas da oferta. A referida função, assim como a propensão a consumir, são marcadas pela relativa estabilidade. Diante disso, as turbulências inerentes ao mundo do emprego dependerão do volume de investimento.
Especificamente sobre o volume de investimentos, tem-se que ele apresenta dependência direta com dois elementos. Quais sejam, a eficácia marginal do capital. E outro componente consiste na taxa de juros.
Na teoria geral do emprego, ainda se enfatiza a preocupação com a eficácia marginal do capital. Que traz dependências no tocante às previsões de lucros, bem como do custo de reposição dos bens de capital.
Por fim, para o entendimento da teoria geral do emprego, é notório que a taxa de juros dependerá da quantidade de dinheiro. E também dependerá do nominado estado de preferência à liquidez.
4. CONCLUSÃO
Ao longo do presente trabalho houve a incessante busca por transmitir diversas contribuições de Maynard Keynes. Autor que induvidosamente contribuiu para a economia e para áreas transdisciplinares e interdisciplinares a esta.
Tem-se a sapiência de que é árdua a tarefa de abordar sobre o autor, ante a disseminação de suas múltiplas e complexas teorias. Entretanto, amparado em notáveis obras keynesianas e com profundo desejo argumentativo e axiológico, objetivou-se a exteriorização de partes vitais das teorias de Maynard Keynes.
No presente tópico, não se pretende de modo algum exaurir a densa principiologia de Maynard Keynes. Nesse capítulo se tem a intenção de apenas, amparado em Moggridge, corolários genéricos capazes de ajudar no entendimento dos pensamentos do autor que abaliza este trabalho.
Acredita Keynes que deve ser sedimentado um controle cambial efetivo. Ora, a Grã-Bretanha deveria sim economizar as consideradas taxas de divisas e também outros ativos externos. E esta economia tem razão de ser, isto é, esta viabilizaria política econômica viabilizaria sua futura utilização durante um período de guerra.
Em outra órbita, tem-se que as autoridades deveriam buscar, perseguir a minimização das conseqüências danosas do pós-guerra em relação à quaisquer vendas de ativos estrangeiros.
A Grã-Bretanha ainda deveria se comportar no sentido de perseguir o máximo acesso ao volume de recursos estrangeiros, notadamente da área de libras. Mas, sem elidir o atuação convergente à outros países. Uma vez mais com o fiel desígnio de suavizar os efeitos pós-guerra.
É central ao pensamento Keynesiano, a percepção de que há uma guerra econômica contra o inimigo. Nesse sentido, as medidas de ordem financeira seriam paradoxais, seriam contrastantes com as medidas de ordem física.
Keynes acredita que as medidas econômicas em relação aos estrangeiros deveriam existir com o fito de estimulá-los, instigá-los a nortear seus recursos em produtos não essenciais e também não onerosos. Acompanhando esta medida, a Grã-Bretanha deveria mitigar os possíveis ganhos financeiros das exportações inimigas.
Professor de Direito Empresarial, Direito do Trabalho e Filosofia do Direito da Puc-Minas. Coordenador e professor de Direito Civil, Penal e do Consumidor no preparatório Projeto OAB na mesma Instituição. Professor do Cursinho preparatório da Serjus Coordenador em Minas Gerais do grupo de pesquisas do IRIB. Mestrando em Direito Privado, Pós-graduado em Direito Civil e graduado em Direito pela PUC-Minas. Advogado
Acadêmica do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, unidade São Gabriel
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