Em uma das apresentações de nosso programa Tribuna da Cidadania, na TV Cidade, em São Luís, um telespectador, referindo-se à minha luta pela cidadania, em defesa da educação como instrumento de libertação e combate à corrupção como meios essenciais para reverter o caos em que vive a população brasileira, insistiu em que eu deveria candidatar-me a um cargo eletivo.
Seu argumento era o de que pessoas com esse perfil – e são um número crescente – deveriam candidatar-se para ocupar os lugares daqueles que criticamos pela conduta avessa, qual seja a do uso do poder para satisfazer seus interesses pessoais, de familiares e de amigos, em detrimento absurdo e imoral das finalidades de seu cargo: a defesa dos interesses coletivos, o bem estar social, o desenvolvimento comunitário, a defesa da cidadania, dos valores da decência e da moralidade.
Respondi-lhe – e para tantos outros que eventualmente me fazem a mesma abordagem – que para isso seria necessário, pelas leis brasileiras, estar filiado a um partido e eu não confio nos partidos brasileiros.
Não que eu seja contra a atividade partidária, mas porque não há, no Brasil, uma filosofia ou diretriz partidária sólida, acima dos interesses e das conveniências de seus integrantes, especialmente de suas lideranças. Daí, se você fizer uma opção partidária acreditando no programa do partido – muitos deles verdadeiras obras primas de boas intenções -, lá adiante você vai amargar o fato de que as lideranças vão usá-lo (ao partido ou a você, tanto faz) para atender conveniências pessoais ou de interesses de grupos excludentes, em total afronta ao suposto ideário do partido. E, confesso, não consigo conviver com essa malandragem.
Por outro lado, uma eleição é algo muito caro e, se você não tiver recursos para bancá-la ou alguém que o faça para você, dificilmente poderá ser mais do que uma aventura decepcionante.
Como não sou filiado a nenhum partido, não tenho dinheiro para custear uma eleição e não poderia aceitar que alguém a custeasse para mim, a possibilidade de candidatar-me é zero.
Isso, contudo, não me torna um omisso, como alguém poderia supor. Omisso seria se eu não procurasse, por outros meios, dar minha contribuição à sociedade. E isso procuro fazer, especialmente, em minha permanente atividade jornalística, na qual acabei de completar quarenta anos, bem como através de minha participação em outros instrumentos e instituições da sociedade civil.
Entendo, assim, que todo e qualquer cidadão pode e deve fazer muito pela construção de sua comunidade sem que, necessariamente, pense em candidatar-se.
Por outro lado, o quadro que descrevi sobre a vida partidária brasileira não me induz a defender a extinção dos partidos. Ao contrário. Impõe-nos o dever de lutar pela transformação dessa realidade, com a permanente cobrança e uma visão consciente da cidadania. Além do mais, há, na vida partidária, contrapondo-se aos maus políticos, um grande e significativo contingente de pessoas que estão dispostas a reverter essa situação. É a sociedade em construção.
Por isso acredito no Projeto Construir, liderado por João Bentivi, que pertence a um partido político, mas se posicionou suprapartidariamente para convidar os maranhenses a uma reflexão para construir o futuro, independentemente de serem deste ou daquele partido ou de nenhum partido. O requisito é o desejo de libertar-se do passado e do presente de corrupção, miséria e exclusão. É a esperança num Maranhão administrado com decência para todos os maranhenses.
É um desafio para que as pessoas assumam “a responsabilidade social como compromisso de cidadania.”
Vamos acreditar e aceitar esse desafio. Ignorá-lo será alimentar esse ciclo vicioso de sucessão de corruptos; será desperdiçar a força da esperança acreditando que para se livrar da corrupção se tenha que se aliar a outros corruptos.
Não. Temos de tomar consciência de que somos capazes de construir uma sociedade decente, onde prevaleça o interesse social e não a mesquinhez pessoal.
Por isso é de importância ímpar o movimento popular desencadeado por João Bentivi. Com ele, quer “contribuir para a construção e reconstrução do estado que desejamos e merecemos é a meta de todos os integrantes e parceiros do Instituto Maranhão em Movimento”.
Publicado no Diário da Manhã, São Luís, 24 de abril de 2005
João Bentivi é médico, advogado, jornalista e músico em São Luís do Maranhão
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