David Braga *
Uma das principais tendências no mercado de trabalho hoje é a promoção da diversidade e da inclusão no ambiente corporativo. Falamos tanto sobre esse tema, mas nem sempre tratamos da diversidade de pensamento; não é verdade? As empresas e lideranças mais estratégicas já têm se apropriado desse aspecto e, consequentemente, obtido resultados fascinantes. Além disso, as gerações mais novas estão chegando, ocupando cargos de chefia e reivindicando mudanças na gestão de pessoas.
Diante desse novo cenário, é importante ter em mente que houve um tempo em que era muito frequente as empresas exigirem profissionais de faculdades de primeira linha ou que tivessem participado de algum programa no exterior. Agora isso não é mais válido, até porque novas ideias surgem de todos os níveis, sejam hierárquicos sejam sociais. É preciso que os gestores estejam atentos a isso, uma vez que quanto maior for o nível de diversidade de uma equipe, mais ampla será a gama de ferramentas e informações para resolver problemas de forma eficaz.
Portanto, proporcionar diversidade aos times dentro das empresas é muito importante, porém não é tarefa fácil. Um dos maiores desafios da sociedade e, consequentemente, das corporações é administrar a multiplicidade de pensamento. Afinal, quase ninguém gosta de ser questionado. Nas últimas eleições no Brasil, isso ficou muito claro com a enorme polarização, cada qual com suas certezas e verdades. Para garantir a pluralidade, é fundamental saber ouvir, ter empatia e, sobretudo, mente aberta para mudar sempre que necessário. É exatamente neste momento que se configura a bela oportunidade de traçar novos caminhos.
Como diria a ex-senadora de Nova Iorque, Hillary Clinton, “o que temos que fazer é encontrar uma maneira de celebrar a nossa diversidade e debater nossas diferenças, sem fraturar as nossas comunidades”. Assim, é necessário que o líder reúna o máximo de competências e habilidades para gerenciar times cada vez mais multidisciplinares. Se, antes, as respostas vinham sempre dos líderes, hoje isso já não é algo recorrente. Especialmente em um mundo “VUCA”, ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo, todos participam das decisões, com sugestões sobre o business, o mercado, as tendências e o que pode ser mudado.
Os líderes da atualidade deixaram de lado o ego para criar conexão e empatia; trocaram respostas por perguntas, uma vez que ninguém sabe tudo. Além disso, esse tipo de atitude proporciona um ambiente mais colaborativo. Todavia, cabe ao gestor envolver o máximo de pessoas possíveis para, juntos, descobrirem e construírem novas propostas e projetos. Desta forma, é instaurada uma liderança envolvente, com uma escuta ativa e com engajamento, o que propicia um senso de equipe mais profundo para que todos compartilhem a solução de problemas.
Por fim, a grande relevância da diversidade no ambiente empresarial reforça outro ponto fundamental: a necessidade de mudança no currículo das escolas e no modus operandi da educação pelos pais. As crianças precisam ser apresentadas a uma pluralidade de pensamento, sem juízo prévio sobre o que é certo ou errado. Ou seja, um conteúdo a ser sempre questionado, construído e remodelado. Afinal de contas, assim é a vida.
Artigo escrito pelo CEO da Prime Talent, David Braga
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