Israel
defendeu seu território inúmeras vezes, desde a madrugada de 14 de novembro de
1947, quando, atacado, teve início sua guerra de
independência. Mas o processo de reconhecimento do Estado judeu ocorreu
lentamente e culminou com sua criação logo após a 2ª Guerra Mundial. Seu
território seria aquele formado pelo deserto de Negeu,
pela planície de Tel Aviv e
partes da Galiléia. No mesmo dia ocorreu a criação do
Estado da Palestina, com a divisão de seu território, compreendendo a margem
oeste do Rio Jordão, Gaza, Jafa e setores árabes da Galiléia. Jerusalém, uma terra santa para as três religiões
monoteístas, ficou com status de cidade internacional. Durante a “Guerra de
Independência” mencionada, Jordânia, Israel e Egito ocuparam o território da
palestina, inviabilizando a real formação deste Estado.
Assim, grande
parte dos palestinos que viviam na região fugiu. A maioria se dirigiu para a
Jordânia. Enquanto isto, Israel expandia sua área na medida
que respondia a ataques, assim, passou a crescer territorialmente, visto
que passava a ocupar áreas que originalmente não eram de seu domínio. O governo
de Tel Aviv passou a
receber judeus que estavam espalhados ao redor do mundo e assentá-los nas
terras de seu Estado, inclusive nos territórios ocupados durante as diversas
guerras ocorridas na região.
Yasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), se tornou líder de seu povo através da importância da
Organização para Libertação da Palestina, que apesar de não ter sido fundada
por ele (foi criada pela Liga Árabe em 1964), passou ao seu comando em 1969. De
qualquer forma, Arafat se tornou o principal líder palestino e foi sob seu
comando que as conversações de paz evoluíram, culminando com o acordo de Oslo,
onde OLP e Israel foram reconhecidos mutuamente.
Em Oslo ambos
os lados eram controlados por moderados. Na medida que
Rabin cedia, Arafat conseguia popularidade e força suficiente para controlar os
extremistas. Entretanto, em razão de um radical judeu, o Primeiro-Ministro de
Israel foi assassinado em 1995. Ali, o processo de paz começou a sair dos
trilhos. Radicais de ambos os lados começaram a possuir maior força.
Com o
desgaste nas negociações de paz e a falta de um líder com popularidade
suficiente para levar a diante novas negociações, em 2000, com apoio
fundamental de inúmeros judeus, considerados não-moderados, assentados em
Israel, Ariel Sharon foi eleito Primeiro-Ministro. Ele alega que não negociará
antes do fim das ações terroristas palestinas patrocinadas principalmente pelo Hamas e Tanzin (braço armado do Fatah). Contudo, essa negativa em negociar, além de
instigar novos atos de terror e aumentar a popularidade dos grupos extremistas
palestinos, afeta a autoridade de Arafat perante seu povo.
Arafat, um
dos únicos moderados remanescentes do acordo de Oslo, se mostra enfraquecido,
vítima de seus próprios erros (como a negativa em avançar nas negociações com Barak), da pressão sofrida por seu povo e dos ataques
ministrados por Israel em instalações da ANP, que colocaram sua vida em risco.
Mas o líder palestino pode ser o único caminho no lado palestino que pode levar
a um acordo de paz. Um futuro governante da ANP pode não ter a mesma disposição
para a paz que Arafat.
O extremismo exacerbado está levando os radicais para o controle
da situação. As negativas em negociar somente agravarão o conflito. Enquanto os
radicais israelenses procuram acabar com o poder de Arafat e expulsar os
palestinos da região, do outro, os radicais palestinos visam acabar com Israel.
Será uma guerra sem fim. Atacar Arafat é um erro. Negociar e aumentar sua
influência sobre os palestinos, um acerto. A história recente já mostrou isto.
Hoje, o líder palestino vive uma situação difícil, espremido entre os radicais
de seu povo, que crescem a cada dia e os ataques de Sharon. Como Arafat sairá
desta encruzilhada, só o tempo dirá, pois muitas vezes, como lembrou a revista The Economist, ele já foi
considerado uma carta fora do baralho, equivocadamente.
advogado, sócio da Governale – Políticas Públicas e Relações Institucionais (www.governale.com.br). Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. Professor de Direito Constitucional e Internacional do UniCEUB – Centro Universitário de Brasília. PIL pela Harvard Law School. MBA em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. Mestrando em Relações Internacionais pela UnB.
Vice-Presidente do Conil-Conselho Nacional dos Institutos Liberais pelo Distrito Federal. Sócio do IEE – Instituto de Estudos Empresariais. É editor do site Parlata (www.parlata.com.br) articulista semanal do site www.diegocasagrande.com.br e www.direito.com.br. Tem artigos e entrevistas publicadas em diversos sites nacionais e estrangeiros (www.urgente24.tv) e jornais brasileiros como Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Zero Hora, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, O Estado do Maranhão, Diário Catarinense, Gazeta do Paraná, O Tempo (MG), Hoje em Dia, Jornal do Tocantins, Correio da Paraíba e A Gazeta do Acre. É autor do livro “A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos brasileiro e norte-americano”, Ed. Síntese – IOB Thomson (www.sintese.com).
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