Planejava dedicar o presente texto à pátria e ao sentimento cívico que predomina quando se aproxima o 7 de setembro, data em que comemoramos a Independência, porém quando me preparava para escrever, um nó entalou em minha garganta, meus dedos sentiram-se presos, e minha memória só conseguia recordar das matérias jornalísticas envolvendo mensalão e corrupção e de um sem número de falcatruas no Poder, descobertas dia-a-dia, fazendo ruir a credibilidade de um número expressivo de pessoas, especialmente de políticos.
Diante, talvez, da maior crise ética já existente no País, falar de patriotismo poderia parecer brincadeira de mau gosto, mas prossegui a pensar e notei que não seria tão inoportuno. Afinal, o sentimento patriótico sucumbiu na escala de valores dessas pessoas que se envolveram em negociatas e favorecimentos. Falar de patriotismo seria a tentativa de fazer aflorar um sentimento adormecido, talvez em muitos de nós.
Logo senti aliviar a garganta e liberar os dedos, veio a súbita vontade de gritar, sim, gritar com veemência – Inndeeepenndênnciaaa ou Mensalão! No desabafo de quem acredita que devemos lutar, novamente, pela independência para que não sejamos lenientes com o Mensalão, enfim, para extirpá-lo dos bastidores do Poder.
E que alegria senti ao alardear em alta voz minha indignação, imediatamente notei – renovar minha disposição. Quando ouvi o eco do meu próprio grito, fechei os olhos… e imaginei que do alto do poder, as instituições empunhando erguida a espada da Justiça e, por vontade popular, estavam estabelecendo um novo Grito de Independência.
Ao abrir os olhos, meu abatimento deu lugar a uma gostosa confiança, os olhos que só viam podridão, passaram a enxergar a força das nossas instituições e acreditar na capacidade de se libertar do mal e dos maus.
Portanto, entendi que não poderia deixar de escrever sobre patriotismo, porque sempre será oportuno falar de amor, de um amor puro, que não é egoísta, ao contrário, queremos que todos amem, como nós amamos, o mesmo ser – a nossa pátria Brasil.
Falar de patriotismo é falar de amor às causas coletivas, de amor ao próximo, de fraternidade, de justiça social. Falar de patriotismo é defender a nação do que lhe aflige, é combater os que lhe fazem mal ou a colocam em risco, é combater os parasitas e os déspotas, é defender a integridade, a honradez; enfim, é revitalizar a confiança nas instituições e reconhecê-las maiores, muito maiores, que aqueles que transitoriamente passam por elas.
Se tudo isso lhe parecer um sonho… um sonho bom… então, sonhe mais! Sempre! E, acredite nesse sonho, com toda sua força, faça a sua parte, como se todos estivessem fazendo as suas também! Assim, o sonho vira realidade!
O Brasil é o nosso país, e devemos fazer dele o melhor lugar do mundo para viver, para se orgulhar, para ser feliz!
A nossa independência só depende de nós! Assim, juntos poderemos cantar:
“Souu brasileeiroooo com muuuitooo orguuulhoooo… com muito amooooorrr…”
Advogado, sócio da Asdrubal Júnior Advocacia e Consultoria S/C, pós-graduado em Direito Público pelo ICAT/UniDF, Mestre em Direito Privado pela UFPE, Professor Universitário, Presidente do IINAJUR, organizador do Novo Código Civil da Editora Debates, Coordenador do Curso de Direito da UniDF, Diretor da Faculdade de Ciências Jurídicas da UniDF, Consultor das Nações Unidas – PNUD, Editor da Revista Justilex, integrante da BRALAW – Aliança Brasil de Advogados.
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