E Serra se tornou candidato do PSDB à
Presidência da República, pelo menos por enquanto. Depois de vencer o
governador Tasso Jereissati durante conturbado debate interno, o ministro da
saúde se prepara para entrar em outra disputa, aquela que pode realmente
conduzi-lo a cadeira ocupada atualmente por Fernando Henrique. Mas para chegar
lá, terá que conquistar algo maior do que o apoio político,
terá que seduzir o eleitorado brasileiro.
José Serra provavelmente disputará
espaço em muitos meios, mas preponderantemente no eleitorado que se encontra
atualmente nas mãos de Roseana Sarney. Pelas hábeis e pragmáticas mãos do líder
pefelista Jorge Borhausen,
a governadora do Maranhão conseguiu atrair para si grande parte do eleitorado
não identificado com a esquerda e que até aquele momento não tinha candidato. A
hipótese de que Serra atraia votos que estão nas mãos de Roseana é provável,
mas nada impede que o ministro da saúde expanda seu potencial eleitoral para
outros grupos.
Várias reportagens mostraram que o candidato
governista começaria a disputa com, no mínimo, 15% das intenções de voto. Com a
demora em lançar sua candidatura, o PSDB pode já ter perdido parte deste
espaço, quando o PFL adiantou-se e jogou suas fichas na governante do Maranhão.
Caberá a Serra a difícil, porém não impossível, tarefa
de resgatar esta herança de Fernando Henrique e que, baseado neste patamar, se
credencie para disputar o segundo turno.
O potencial eleitoral do governo não
merece ser desprezado. Segundo análise recebida de um leitor, o advogado Sidarta Souza, ainda em julho de 2000, a administração de
FHC encontrava-se longe de estar morta. Naquela época, apesar
da crise energética, do dólar, da Argentina, do PIB decrescente e inflação
acima da meta, o leitor lembrou que em breve poderíamos sair da situação de
crise, afinal, estaríamos com a economia estabilizada (o “descolamento”
nacional do caos argentino é prova disto), assim, poderíamos viver um primeiro
semestre dotado de expansão econômica, redução e controle da inflação e do câmbio.
Desta forma, segundo ele, o governo se preparava para dar a volta por cima e
fazer seu sucessor.
Aliar estas condições à boa estratégia
de marketing de Serra frente ao Ministério da Saúde pode ser a estratégia do
momento. Se os leitores lembram, há poucos anos, o Presidente avisou que seu
candidato à sucessão sairia da área social do governo. Nesta linha de
raciocínio, a candidatura de Serra parece natural, mas vale lembrar que o
candidato predileto de FHC, o ministro Pedro Malan, decidiu não concorrer. Mas
o Planalto não está preso ao nome de Serra. Tudo indica que há um plano B, caso
o ministro não emplaque nas pesquisas. Neste cenário, a responsabilidade de
guiar o PSDB rumo à Presidência novamente cairá nos ombros do deputado Aécio
Neves, presidente da Câmara dos Deputados. Mas ainda fica a dúvida: Aécio será
o plano A ou B?
Os números de Roseana não mentem.
Grande parte do eleitorado não deseja e não votará com a extrema esquerda. Além
disto, FHC poderá estar deixando uma bela herança eleitoral neste primeiro
semestre, como lembrou nosso atento leitor. O governo, apesar de Lula possuir
30% de intenções de voto, ao contrário do que muitos pensam, não é coadjuvante,
mas o personagem principal da sucessão em 2002.
advogado, sócio da Governale – Políticas Públicas e Relações Institucionais (www.governale.com.br). Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. Professor de Direito Constitucional e Internacional do UniCEUB – Centro Universitário de Brasília. PIL pela Harvard Law School. MBA em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. Mestrando em Relações Internacionais pela UnB.
Vice-Presidente do Conil-Conselho Nacional dos Institutos Liberais pelo Distrito Federal. Sócio do IEE – Instituto de Estudos Empresariais. É editor do site Parlata (www.parlata.com.br) articulista semanal do site www.diegocasagrande.com.br e www.direito.com.br. Tem artigos e entrevistas publicadas em diversos sites nacionais e estrangeiros (www.urgente24.tv) e jornais brasileiros como Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Zero Hora, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, O Estado do Maranhão, Diário Catarinense, Gazeta do Paraná, O Tempo (MG), Hoje em Dia, Jornal do Tocantins, Correio da Paraíba e A Gazeta do Acre. É autor do livro “A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos brasileiro e norte-americano”, Ed. Síntese – IOB Thomson (www.sintese.com).
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