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Manifesto hodierno


Estamos vivendo em um ciclo vicioso em que os crimes bárbaros apenas se alternam. Cada dia surge um mais violento que o outro.


Não somos seres civilizados?


Não somos racionais?


Então como se explica essas cenas constantes de violência em que seres humanos aniquilam seus pares?


Difícil de explicar. No entanto, acredito que inúmeros são os fatores. Falta de ensino de qualidade, ausência de estrutura familiar, uso de drogas, impunidade, falta de bons exemplos dados pelos governantes e etc.


Impossível saber qual será a barbaridade de amanhã.


Deveríamos estar unidos em prol de grandes movimentos, como salvar a natureza, retirar os políticos corruptos de seus cargos, discutir melhores condições de vida para a população em geral, minimizar a desigualdade social, reduzir a marginalização, dentre outros.


Mas, no geral, não estamos preocupados com isso. Parece que o negócio é cada um por si e Deus por todos.


Duvidam que seja assim?


Observe então ao seu redor. Quais são as pessoas que estão fazendo algo para uma melhoria conjunta, existe esse sentimento comunitário?


Acho que ele até existe, mas está em extinção. Assim como também está em extinção o mico-leão – de cara dourada, o muriqui, a Floresta Atlântica e se não nos atentarmos, daqui a algum tempo, a Floresta Amazônica também estará.


E por que isso?


Simples. As pessoas estão preocupadas em explorar, em ganhar dinheiro, em levar vantagem. Elas não se preocupam com o futuro do próximo. O que interessa é o imediato, o dinheiro rápido, fácil e em grande proporção. E custe o quê custar!


Querem ficar milionários, bilionários. Comprar mansões, fazendas, iates, sítios, casas de praias, ter carros importados mega luxuosos, jóias caríssimas, roupas idem. Mas para que?


Para sustentarem os seus egos. Acharem que por isso podem tudo. Estão acima de tudo, inclusive da lei e quiçá de Deus.


E qual é o resultado disso tudo? O que acarreta o individualismo, a desigualdade social, a falta de ensino qualificado, a corrupção, as drogas, a impunidade, a falta de valores na sociedade e a busca da riqueza desenfreada?


Resposta: acarreta o aumento da criminalidade e a frieza das pessoas para cometerem crimes.


Vejam que o ciclo é vicioso e para destruí-lo tem que se cortar uma raiz enorme, daquelas que se alastram a km’s de distância, raízes grossas de muitos e muitos anos, herdadas de nossos antepassados.


Na escola aprendemos que o ser humano evolui com o passar dos anos. Será que essa evolução ocorreu em todos os seguimentos?


No que tange à agressividade e à perversidade parece que não evoluímos tanto assim. Nossos pares se assemelham muito aos bárbaros de antigamente que matavam, roubavam e por aí vai.


Parece que não evoluímos muito nesse quesito. E quando será que essa evolução virá?


Ou será que a humanidade está fadada a conviver geração após geração com violência atrás de violência.


Opá, não somos racionais?


Então porque não podemos evoluir e melhorar e quem sabe extirpar da nossa realidade esses crimes hediondos, frios, bárbaros, cruéis, contra nós mesmos.


Parece que está passando da hora de todos refletirmos e pensarmos o que cada um pode fazer para contribuir para um futuro melhor.


Do jeito que as coisas estão caminhando, difícil será aquele que terá coragem de colocar um filho no mundo e dormir tranquilo, sabendo que a sua prole estará segura nesse mundão.


Na esperança de dias melhores, na convicção de existirem pessoas boas e na certeza de existir um sentimento geral de indignação por todas essas barbáries que acompanhamos na mídia, escrevo estas singelas palavras, para que elas soem como um grande raio no céu brasileiro e que de norte a sul, de leste a oeste, possamos lutar de forma pacífica e democrática por dias mais tranqüilos.


Que o homem resgate a sua humanidade e que a paz esteja em nossos corações!      



Informações Sobre o Autor

Frederico Oliveira Freitas

Mestre em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos Pós-Graduado em Direito Público pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais Pós-Graduado em Docência e Gestão do Ensino Superior pela PUC/MG Professor das Faculdades de Direito Arnaldo Janssen Professor do curso de Pós-Graduação da Escola Superior de Advocacia da OAB/MG. Advogado


Equipe Âmbito Jurídico

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