Todos conhecem os rigorosos limites que a advocacia enfrenta para a propaganda e publicidade dos seus serviços, definidos no Estatuto dos Advogados, no Código de Ética e em Provimentos da OAB.
Os profissionais sempre tiveram que aprender a conviver com essas limitações, embora seus impulsos e necessidades muitas vezes os motivassem a desenvolver campanhas publicitárias, seja para sua subsistência, seja para sua ascensão.
As dificuldades da advocacia, notadamente para o profissional autônomo ou a sociedade de advogados, hoje exemplificada pelos inúmeros novos profissionais que iniciam a carreira e em pouco tempo necessitam abandoná-la, ou mesmo ingressar em cargos públicos, ou ainda tentar uma oportunidade como advogados-empregados, servem como claro desestímulo para os recém-formados, de modo que cada vez torna-se menor o percentual de uma turma de formandos que resolvem aventurar-se na profissão, como autônomos ou formar uma sociedade com colegas.
Não há dados oficiais, que eu conheça, que expressem essa afirmação, mas a vida prática e a grande proximidade com o meio acadêmico viabilizam essa conclusão.
A preocupação que assola o meio profissional da advocacia vem acentuando-se nos últimos anos, especialmente quando se observa o impressionante crescimento da oferta de cursos jurídicos, que já começam a lançar no mercado enorme contingente de novos profissionais, o que deve se agravar em curto espaço de tempo.
Por essas e outras razões que se reforça a tendência do marketing jurídico, irrefreável a essa altura. Porém, enxergar o marketing jurídico, não simplesmente como a divulgação e propaganda, é elemento essencial para que o advogado mantenha e conquiste mais espaço. A imagem que o profissional projeta da sua pessoa e do trabalho que desenvolve, assume, num mercado globalizado, que busca novas alternativas de solução de conflitos, um papel fundamental. Porque, para o sucesso, não basta ser bom, tem que parecer ser bom! E assim, a satisfação do cliente, desde o atendimento da secretária até o resultado do trabalho, é componente da moderna concepção de marketing jurídico.
Diversas são as técnicas que as grandes corporações jurídicas vêm desenvolvendo para o reforço da imagem, numa visão realmente empresarial, contando com pessoal de marketing que conhece profundamente os limites éticos da advocacia e consegue desenvolver estratégias e métodos que, sem ferir tais limites, edificam uma imagem positiva que trará novos negócios à corporação.
Porém, se os pequenos escritórios e os advogados autônomos também não se ocuparem com esta relevante preocupação, perderão cada vez mais espaços para as grandes corporações.
Alguns consultores de marketing têm se dedicado à área jurídica, propondo-se a inserir uma nova mentalidade no meio profissional que quiçá representará, inclusive, futuras flexibilizações nos rígidos limites da propaganda para o advogado.
De qualquer modo, o auxílio do marketing jurídico pode ser valioso para a subsistência e sucesso do advogado e o mistério está em laborar eficientemente no estreito espaço permitido pelo ordenamento ético.
Se não é grande o percentual dos novos bacharéis que se interesse pela árdua profissão da advocacia, também não é pequena a necessidade daqueles que se dedicam à profissão, de conhecerem, dominarem e utilizarem técnicas modernas para elevação da qualidade dos serviços que prestam, bem como difundirem uma imagem positiva, que lhes propiciará a continuidade e a evolução da carreira que resolveram abraçar.
Advogado, sócio da Asdrubal Júnior Advocacia e Consultoria S/C, pós-graduado em Direito Público pelo ICAT/UniDF, Mestre em Direito Privado pela UFPE, Professor Universitário, Presidente do IINAJUR, organizador do Novo Código Civil da Editora Debates, Coordenador do Curso de Direito da UniDF, Diretor da Faculdade de Ciências Jurídicas da UniDF, Consultor das Nações Unidas – PNUD, Editor da Revista Justilex, integrante da BRALAW – Aliança Brasil de Advogados.
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