Celso Braga – sócio diretor do Grupo Bridge
Diante dos cenários complexos e incertos uma das habilidades fundamentais para lidar com o futuro é o pensamento crítico, que só pode ser verificado quando a pessoa faz. Os maiores pensadores críticos são os melhores fazedores.
O que significa ser um pensador crítico – “A Critical Thinker”?
Quer dizer que a pessoa tem um processo intelectual disciplinado para sintetizar, analisar, avaliar informações coletadas e aplicar de modo prático uma solução para uma situação que precisa evoluir, para que o mundo real seja transformado em algo melhor. Tem a ver com a capacidade de gerar resultados para o individuo, para o ambiente e para os negócios a partir do pensar sobre o fazer.
Por que precisamos de Critical Thinkers?
Os problemas reais, cada vez mais complexos, não podem ser resolvidos por atividades operacionais, nem apenas por pessoas que executam tarefas sem olhar para o todo. Por isto precisamos de pessoas com a habilidade de pensar criticamente sobre o fazer.
Esta habilidade, para a maioria das pessoas, não foi ensinada na formação de base, no ensino médio, na graduação e nem na pós-graduação. Deste modo, o sistema educacional não foi suficiente para desenvolver nas pessoas o pensamento crítico, basta olharmos uma imagem da sala de aula em 1920 e outra dos dias atuais para vermos a mesma estrutura e o mesmo papel dos professores como detentores do máximo saber.
Só que as empresas precisam que seus líderes se tornem melhores pensadores críticos. Existem queixas de líderes apáticos, que contribuem pouco, que não entendem o todo e agem mais como heróis do que como analistas críticos ou tomadores de ação e decisão, nos cenários cada vez mais complexos no qual atuam.
As consequências para as organizações têm sido terríveis, como por exemplo: a centralização de poder por acreditar que o líder deve saber as respostas; criticas duras a líderes que há anos foram essenciais ao negócio e agora estão meio deslocados; trocas de líderes para injetar novo ânimo com o pensamento de “agora vai”, e que acaba não indo; sem contar a baixa autoestima da liderança e o crescente índice de “burn-out”, além de diversos tipos de desgaste observados nas pesquisas de Clima.
Parece que não há solução!
Voltemos à prancheta, vamos desenhar “como desenvolver pensadores críticos fazedores de soluções”.
Primeiro, não dá para pensar em uma educação tradicional: treinamentos de 8h para tornar o líder um “critical thinker”, ou mesmo fazer mais uma pós de 160h de teorias sobre o assunto.
O que precisamos são de líderes pensando criticamente e resolvendo problemas reais. Logo, um balanço entre o “pensar sobre o fazer” e a solução para os desafios atuais precisam estar no jogo. A formação precisa contar com múltiplas ferramentas, teorias e práticas. Novas práticas de formação para um novo tipo de habilidade.
O método de ensino-aprendizagem deve envolver o ciclo “perceber, sentir, pensar, se relacionar, agir e criar”. O Ambiente precisa oferecer o exercício da visão sistêmica, da capacidade analítica, capacidade de contar uma história em apresentações estratégicas, e também o exercício de identificar e resolver problemas reais.
No decorrer do desenvolvimento deste pensador crítico, as percepções são estimuladas através das tecnologias; a capacidade de observação é ampliada pelo diálogo; o autoconhecimento com exercícios de reconhecimento de si mesmo, onde os sentimentos encontram um equilíbrio de expressão em situações de pressão. Também é estimulada a capacidade de exercitar o pensamento coletivo, não só para absorver conhecimento, mas também para ampliar a visão estratégica. As habilidades de relacionamento são utilizadas e desenvolvidas na resolução de problemas, através de uma abordagem teórica, mas sobretudo com exercícios práticos reais.
Critical Thinkers are excellent doers
Frase do Steve Jobs, com a qual sou levado a concordar. Vamos exercitar a formação dos líderes como “Critical thinkers” e entrar num fluxo positivo de soluções para problemas complexos. Let’s do it!
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