Dez anos atrás um artigo como esse seria um devaneio, uma utopia sem precedentes, mas o fato é que os Estados Unidos da América se encontra em crise, não apenas econômica, também, social e política.
Alguns fatores contribuíram para o colapso, porém três são emblemáticos: o incidente de 11 de setembro, a Guerra com o Iraque e, acima de tudo, a presença de um dos piores presidentes de todos os tempos.
Bill Clinton pode não ter uma folha corrida das mais impecáveis, que o diga algumas estagiárias, todavia, a prosperidade da economia norte-americana foi notável, o crescimento reiterado ao longo de seu segundo mandato foi impressionante, com uma herança invejável em termos de superávit para seu sucessor o Republicano George W. Bush.
Seria muito inocente afirmar que o período presidencial de Bush foi marcado pura e simplesmente por azar, em completa oposição ao seu antecessor. O governante de uma das maiores e mais poderosas nações do Planeta não pode se dar ao luxo de uma resposta casuística e simplista como essa, o ideal é assumir o óbvio, ou seja, a sua própria incompetência.
Quando os Estados Unidos foram vítimas de um inimigo invisível que praticou atos odiosos de terrorismo a Nação estarreceu e, em conformidade com suas tradições de soberba e empáfia, a atitude norte-americana foi declarar guerra…ao Mundo.
Inicialmente Bush ordenou uma investigação desenfreada em busca do terrorista Osama Bin Laden, homem treinado e aperfeiçoado pelos…Estados Unidos.
O resultado foi pífio, inócuo e gerou insegurança àquele País, afinal, uma fortuna foi despendida e o inimigo ainda estava sobre a proteção das sombras.
Quando os especialistas pensaram que o Presidente Bush iria promover uma reestruturação interna e buscar a recuperação da auto-estima da sua própria casa um novo ato de arrogância é desferido: na continuação do que fizera seu pai é iniciada uma segunda guerra contra o Iraque, com qual finalidade? Caçar e exterminar o inimigo que escapara anos antes: Saddam Hussein.
Antes do saldo financeiro, a pergunta: valeu a pena? Seguramente não, porque além de perder um número incontável de soldados na guerra, número apenas inferior a pior derrota da história norte-americana no Vietnã, o Presidente Bush se viu impossibilitado de deixar o Iraque por uma questão simples: quem ficaria no lugar? Um novo inimigo?
Então, em ato contrário ao Congresso e à Nação, Bush determina a mantença de seu exército em solo iraquiano e, evidentemente, um ato deliberado como tal tem um custo financeiro, para dizer o mínimo, já que politicamente o resultado foi um desastre.
A estratégia foi completamente equivocada porque ao atacar o Iraque em uma demonstração pura e simples de um garoto mimado, num ato de que “eu posso e irei fazer” o governo Bush perdeu força ante à comunidade internacional, prova disso são os avanços constantes da União Européia, os países da América Latina emergindo no cenário mundial, o fim das tratativas da ALCA, tão em alta no inicio do primeiro mandato Bush, etc.
Esse foi o único saldo? Não, o bolso do americano também esvaziou…
O dólar se desvalorizou, o euro cresceu no mercado internacional, as bolsas entraram em crise e com trilhões de dólares gastos numa guerra sem solução o saldo não poderia ser outro: recessão.
Alguns otimistas poderiam prever um período conturbado à economia norte-americana, mas jamais contaram com a capacidade insuperável de seu governante em aperfeiçoar a catástrofe.
A dívida cresce em números progressivos e assustadores e o impacto é sentido de forma assustadora, a ponto de o Banco Central americano ser obrigado a gastar metade de suas reservas, apenas e tão somente, para tentar equilibrar a economia, medida corriqueira em economias de países de terceiro mundo, jamais da Nação mais rica do globo.
Um novo duro golpe a essa combalida situação econômica foi o socorro emergencial do FED ao quinto maior banco de investimento americano o Bear Stearns, que sem o dinheiro daquele órgão sequer teria condições de abrir a porta…
A situação somente não se agravou porque o banco foi adquirido pelo JPMorgan Chase, num valor que não chega a 10% do preço de venda, um ato como esse não ocorria desde os tempos de depressão na década de trinta do século passado.
O Banco Central gastando dinheiro, o FED socorrendo bancos, as bolsas em constante instabilidade e o Presidente com uma falsa imagem de solidez e segurança, como se ainda fosse o líder dos Estados Unidos e esse País fosse o mesmo do final da era Clinton.
O gigante caiu, as rachaduras na economia são visíveis assim como o planejamento sucessório com a disputa entre a esposa de Clinton e aquele que pode vir a ser o primeiro Presidente negro da história norte-americana.
Em meio a essa crise existem três candidatos que herdarão uma bomba-relógio, até novembro restarão somente dois e, com Bush declarando seu apoio abertamente ao candidato republicano o número pode cair apenas ao candidato democrata.
Aliar sua imagem ao pior Presidente da história além de significar acorrentar-se a uma âncora do Titanic pode representar ganhar a missão de governar os Estados Unidos que vendem ao mundo a imagem de caviar importado, mas, em verdade, hoje está mais para carne de pescoço.
Advogado, Membro da Association Internationale de Droit Penal, Membro da Associação Brasileira dos Constitucionalistas. Membro da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/SP, Mestrando em Filosofia do Direito – PUC/SP, Especialista em International Criminal Law: Terrorism´s New Wars and ICL´s, Responses – Istituto Superiore Internazionale di Scienze Criminali, Especialista em Direito Penal Econômico Europeu pela Universidade de Coimbra, Pós Graduado em Direito Penal – Teoria dos delitos – Universidade de Salamanca, Pós Graduado em Direito Penal Econômico da Fundação Getúlio Vargas – FGV
O salário substituição é um tema relevante no direito do trabalho, especialmente quando se trata…
A audiência de justificação é um procedimento processual utilizado para permitir que uma parte demonstre,…
A audiência de justificação é um procedimento processual utilizado para permitir que uma parte demonstre,…
O trânsito brasileiro é um dos mais desafiadores do mundo, com altos índices de acidentes…
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) implementou uma nova resolução que regula as especificações dos…
A partir de janeiro de 2025, uma importante mudança entrará em vigor para todos os…