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Uma aliança necessária

Ray Downey, bombeiro da cidade de NYC, chefe do comando de
operações especiais. Edmund Glazer, 41 anos,
executivo-chefe financeiro da MRV Communications Inc,
natural da Califórnia. Barbara Olson,
45 anos, advogada e comentarista de TV. Christine Hanson,
uma criança de 2 anos, natural de Massachusetts. Eles eram pais, mães,
vizinhos, amigos, filhos, jovens executivos em ascensão em suas carreiras,
garçonetes, funcionários públicos, ou melhor, cidadãos que viviam um dia
normal. Entretanto, no dia 11 de setembro estas foram algumas das vítimas dos
monstruosos ataques terroristas desferidos contra o mundo em solo americano.
Além destes americanos, inevitavelmente encontraremos pessoas de inúmeras
outras nacionalidades entre as vítimas, já que somente nas duas torres do WTC
trabalhavam pessoas de 28 nacionalidades diversas. Se o objetivo era atacar a
população dos Estados Unidos, o alvo foi errado, pois não existe cidade mais
internacional no mundo do que Nova York.

Não há
dúvidas sobre a simbologia do covarde ataque. A agressão terrorista ocorreu
contra os centros nervosos de comando financeiro e estratégico norte-americano.
Contudo, não poupou os civis e só o tempo será capaz de contabilizar o número
total de mortos e feridos. Além de tentar criar um colapso no sistema
político-econômico-financeiro do norte da América (os outros alvos eram o Air Force One e a Casa Branca),
sabemos que o outro objetivo era causar terror e pânico. Quase todos os alvos
terroristas  foram atingidos. Entretanto, todo o cuidado é pouco, pois
tenho medo que o pesadelo possa ainda não ter terminado.

Agora o mundo
volta seus olhos para a Casa Branca e as decisões do National
Security Team. O líder
palestino Yasser Arafat, com toda a sua história e
conhecimento, apareceu consternado em frente as
câmeras de TV e logo após foi doar sangue para as vítimas. Arafat, mais do que
ninguém, sabe quais podem ser as conseqüências de um ataque contra os EUA.
Arafat parecia perdido, em
pânico. O líder palestino sabe que as retaliações podem ser
brutais e se mal calculadas podem levar o mundo a um confronto de proporções
inimagináveis.

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Um confronto
nuclear. Este é o grande medo de todos, desde o cidadão comum até os principais
líderes do mundo. Retaliar certo, independentemente de quanto tempo isto leve.
Esta é a posição de cautela norte-americana e é também o melhor sinal até o
momento. Um movimento vacilante pode desencadear uma reação em cadeia,
conclamando toda a nação muçulmana para uma guerra santa, o que poderia
espalhar o terror pelo mundo. Vale ressaltar que existem informações acerca do
desenvolvimento de inúmeras mini-bombas nucleares em Kabul, Afeganistão pelo grupo de Osama
bin Laden, com vistas a
serem espalhadas pelas principais cidades norte-americanas.

No dia sete
de dezembro de 1941, os Estados Unidos haviam sofrido seu mais brutal ataque,
onde 353 aviões japoneses mataram 2.390 pessoas. Foi em Pearl Harbor, Havaí. A maior série de atentados
da história, inevitavelmente, leva grande parte dos americanos a se recordarem
do triste ataque sofrido nesta ilha do pacífico. Apesar deste paralelo, a
situação atual se mostra com características extremamente diversas. O poder
nuclear, o diferencial que venceu a segunda guerra, não é mais uma tecnologia
exclusiva dos EUA. Hoje, mais de 40 países são dotados de armas de poder
nuclear.  Outro diferencial existe no inimigo covarde e oculto, que não
tem coragem de aparecer. Se o responsável for um grupo, existe a possibilidade
de declaração de guerra pelos EUA. A revista “The Federalist” invoca um precedente como a possibilidade de
declaração de guerra a grupo ao invés de um país, pois o terceiro presidente,
Thomas Jefferson, declarou guerra contra os piratas, na época, considerados
bandidos sem fronteiras.

A melhor forma de resolver esta situação passa pela cooperação
internacional coordenada pelos Estados Unidos, vítima dos ataques. A OTAN já
demonstrou apoio total. Moscou declarou que está pronta a cooperar com a
aliança militar visando ajudar os Estados Unidos. O Presidente Chirac, em
entrevista a CNN, apresentou apoio incondicional aos americanos. A ONU se
mostra simpática a uma atuação conjunta. Uma grande aliança, até então
inimaginável, está se formando. Uma união contra o terrorismo. Rezo para que o
bom senso, a inteligência e o espírito de Churchill,
Roosevelt e Truman estejam entre nós e nossos
líderes.

 


 

Informações Sobre o Autor

 

Márcio C. Coimbra

 

advogado, sócio da Governale – Políticas Públicas e Relações Institucionais (www.governale.com.br). Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. Professor de Direito Constitucional e Internacional do UniCEUB – Centro Universitário de Brasília. PIL pela Harvard Law School. MBA em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. Mestrando em Relações Internacionais pela UnB.
Vice-Presidente do Conil-Conselho Nacional dos Institutos Liberais pelo Distrito Federal. Sócio do IEE – Instituto de Estudos Empresariais. É editor do site Parlata (www.parlata.com.br) articulista semanal do site www.diegocasagrande.com.br e www.direito.com.br. Tem artigos e entrevistas publicadas em diversos sites nacionais e estrangeiros (www.urgente24.tv) e jornais brasileiros como Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Zero Hora, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, O Estado do Maranhão, Diário Catarinense, Gazeta do Paraná, O Tempo (MG), Hoje em Dia, Jornal do Tocantins, Correio da Paraíba e A Gazeta do Acre. É autor do livro “A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos brasileiro e norte-americano”, Ed. Síntese – IOB Thomson (www.sintese.com).

 


 

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Equipe Âmbito Jurídico

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