A polícia inglesa – II

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Phil Palmer é um “tira”. A primeira vista,
igual a qualquer tira. Alto, mulato, gordo para os padrões britânicos, com mais
de 30 anos de serviços na Polícia. Ele é um dos responsáveis pela formação dos
dirigentes policiais na Inglaterra e é um especialista em Direitos Humanos.
Nos recebeu afetuosamente em Bramshill
e expôs suas concepções por cerca de 45 minutos. O que nos disse foi muito
simples: primeiro, afirmou que a tarefa da Polícia é proteger e promover os
Direitos Humanos. Por isso, não trabalham com uma disciplina em Direitos Humanos,
mas procuram formar os policiais a partir da idéia de que cabe a eles a
garantia desses direitos. Palmer não é um acadêmico e suas noções são todas
voltadas para a técnica de policiamento. Ele diz que os policiais, em regra,
não podem fazer pesquisa nem dispõem de tempo para aprofundar seus estudos.
Espera-se deles que saibam como agir, especialmente nas situações mais
difíceis. Para isso, precisam interagir com os pesquisadores e trocar
experiências com outras polícias.  Ele nos contou que, de início, houve
resistência dos policiais “da antiga” a incorporarem determinadas
noções a respeito dos Direitos Humanos, mas logo esses mesmos policiais
descobriram que a idéia dos Direitos Humanos servia também para lhes proteger e
que procedimentos e regras claras para o policiamento só iriam evitar confusão.

Para demonstrar um pouco da sua
realidade, foi nos exibido um filme com cenas onde a polícia inglesa enfrenta
manifestações violentas de rua. Algo verdadeiramente impressionante, seja pela
dimensão dos conflitos, seja pela técnica policial. Isso é importante para que
não se pense que ser policial no Reino Unido seja algo muito simples. Não. Os
problemas enfrentados são outros, muito distintos dos nossos, mas são também problemas complexos e difíceis, entre eles o
terrorismo.

Aposta-se muito aqui na inteligência
policial. O “Home Office” possui um plano
de Ciência e Tecnologia para o policiamento, período 2002-2008, que foi
desenvolvido com o concurso de policiais, especialistas, pesquisadores,
universidades e representantes dos mais variados ramos da indústria. Como
resultados, os investimentos planejados deverão, por exemplo, garantir, já em 2004, a expansão dos
registros informatizados de DNA para 2,6 milhões de pessoas – todos os que já
foram condenados criminalmente no Reino Unido (estejam presos ou em liberdade).
Ao mesmo tempo, os policiais terão em breve uma nova tecnologia à disposição:
um aparelho portátil para o scaneamento de impressões
digitais que poderão ser enviadas por celular para uma central e checadas em
alguns segundos. Isso tudo em um país onde não há carteira nacional de
identidade e onde a polícia não pode solicitar documentos de um cidadão -sequer
no trânsito-  a menos que haja uma fundada suspeita contra ele.

A Polícia Inglesa, a par de toda a
técnica e acúmulo que possui, sabe que seu poder -como
o de toda a Políca-  é limitado e que sua melhor
chance, seja na prevenção do crime, seja na identificação dos culpados, exige a
colaboração e uma perfeita integração com as comunidades. Por isso, fazem muita
força para que os ingleses se orgulhem dela. Uma experiência, em síntese, com a
qual temos muito a apreender.

 


 

Informações Sobre o Autor

 

Marcos Rolim

 

Jornalista

 


 

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