Auxílio acidente, como funciona?

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O auxílio-acidente é um benefício previdenciário concedido pelo INSS aos trabalhadores que, após sofrerem um acidente ou serem acometidos por uma doença ocupacional, acabam ficando com sequelas permanentes que limitam sua capacidade de exercício de suas atividades laborais de forma plena. Esse benefício tem caráter indenizatório, funcionando como uma compensação financeira pelo dano causado, e pode ser recebido cumulativamente com o salário do trabalhador. Neste artigo, explicaremos como funciona o auxílio-acidente, quais são seus requisitos e as principais questões jurídicas envolvidas.

O que é o auxílio-acidente

O auxílio-acidente é um benefício pago pelo INSS ao segurado que sofreu um acidente ou doença, seja relacionado ou não ao trabalho, que resultou em sequelas permanentes que diminuem sua capacidade de trabalho. A concessão desse benefício é regulamentada pela Lei nº 8.213/91, que estabelece as normas gerais sobre os benefícios da Previdência Social.

Diferentemente de outros benefícios previdenciários, o auxílio-acidente não exige que o trabalhador se afaste do emprego. Ele é um valor indenizatório que pode ser acumulado com o salário, desde que o segurado ainda tenha condições de continuar trabalhando, mesmo que de forma limitada.

Quem tem direito ao auxílio-acidente

O auxílio-acidente destina-se a segurados do INSS que, após sofrerem um acidente de qualquer natureza ou desenvolverem uma doença ocupacional, ficaram com sequelas permanentes que comprometeram sua capacidade de trabalho. O benefício é garantido a diversas categorias de trabalhadores, como:

  • Empregados com carteira assinada .
  • Trabalhadores avulsos , que prestam serviços a diferentes empresas, mas sem vínculo empregatício direto.
  • Segurados especiais , como agricultores familiares e pescadores artesanais.

Os contribuintes individuais , como independentes, e os segurados facultativos , que pagam o INSS de forma voluntária, não têm direito ao auxílio-acidente, pois a legislação não prevê esse benefício para essas categorias.

Condições para a concessão de auxílio-acidente

Para que o trabalhador tenha direito ao auxílio-acidente , é necessário que ele cumpra certos requisitos, sendo os principais:

Ser segurado do INSS no momento do acidente ou doença
O trabalhador deve estar contribuindo para a Previdência Social no momento em que ocorreu o acidente ou foi causado a doença que causou sequela permanente. Isso garante a proteção previdenciária.

Sofrer um acidente ou doença que gere sequelas permanentes
O benefício é subsídio quando o acidente ou doença resulta em uma redução permanente da capacidade de trabalho . Essa incapacidade pode ser causada tanto por um acidente de trabalho quanto por acidentes fora do ambiente laboral.

Passar por uma perícia médica no INSS
A perícia médica é obrigatória e serve para que o INSS possa avaliar se o trabalhador realmente ficou com sequelas permanentes que afetaram sua capacidade laboral. O laudo emitido pelo perito será fundamental para a concessão do benefício.

Comprovação da redução da capacidade de trabalho
Além da perícia médica, o trabalhador deverá apresentar documentos médicos , como laudos, exames e relatórios que comprovem as sequelas e a limitação funcional resultante do acidente ou da doença.

Valor do auxílio-acidente

O valor do auxílio-acidente é calculado com base no salário de benefício do segurado, que corresponde à média da contribuição de contribuição ao INSS durante o período de vínculo com a Previdência. O auxílio-acidente é equivalente a 50% do salário de benefício do trabalhador.

Por exemplo, se o salário de benefício calculado com base nas contribuições de R$ 2.500,00, o valor do auxílio-acidente será de R$ 1.250,00 mensais. O benefício será pago ao trabalhador até que ele atinja a aposentadoria, e pode ser acumulado com o salário enquanto o segurado continua trabalhando.

Como solicitar o auxílio acidente

O processo de solicitação de auxílio-acidente começa com o agendamento de uma perícia médica no INSS. Esse agendamento pode ser feito por meio do site Meu INSS , do aplicativo de mesmo nome, ou pelo telefone 135. A perícia é necessária para que um médico do INSS avalie a condição de saúde do seguro e determine se há sequelas permanentes que justifiquem a concessão do benefício.

No dia da perícia, o trabalhador deve apresentar todos os documentos médicos , como laudos e exames, que comprovem as lesões ou limitações causadas por acidente ou doença. Caso a perícia reconheça a incapacidade parcial e permanente do seguro, o INSS concederá o auxílio-acidente.

Natureza indenizatória do auxílio-acidente

O auxílio-acidente tem natureza indenizatória , o que significa que ele não substitui o salário do trabalhador, mas funciona como uma indenização pelas limitações que o trabalhador enfrentará ao longo de sua vida profissional. Isso também significa que o benefício pode ser acumulado com o salário do segurado, desde que ele continue trabalhando.

Além disso, o auxílio-acidente é pago de forma contínua até que o seguro atinja os requisitos para a aposentadoria. Quando isso ocorrer, o benefício será automaticamente interrompido, pois a legislação não permite que o auxílio-acidente seja acumulado com a aposentadoria.

Auxílio-acidente e aposentadoria

O auxílio-acidente é concedido até que o seguro atinja os requisitos para a aposentadoria . No momento em que o trabalhador se aposenta, o pagamento do auxílio-acidente é encerrado, pois a legislação previdenciária não permite a acumulação de dois benefícios.

É importante lembrar que os valores recebidos do título de auxílio-acidente até os dados da aposentadoria não precisam ser devolvidos ao INSS. O benefício simplesmente deixa de ser pago a partir do momento em que a aposentadoria é concedida.

Diferença entre auxílio-acidente e auxílio-doença

Uma confusão comum envolve a diferença entre o auxílio-acidente e o auxílio-doença , já que ambos estão relacionados à saúde do trabalhador. No entanto, o auxílio-doença é um benefício concedido ao seguro que se encontra temporariamente incapacitado para o trabalho e precisa se afastar das suas funções. O trabalhador recebe o auxílio-doença enquanto estiver totalmente incapacitado de trabalhar e, ao recuperar sua capacidade, o benefício é encerrado.

Já o auxílio-acidente é pago quando o trabalhador, após um acidente ou doença, fica com sequelas permanentes que reduziram sua capacidade de trabalho, mas não o incapacitaram completamente. O trabalhador pode continuar exercendo suas atividades laborais e, ao mesmo tempo, receber o auxílio-acidente.

Acúmulo com o salário

Uma das vantagens do auxílio-acidente é que ele pode ficar acumulado com o salário do trabalhador. Isso significa que, mesmo recebendo o benefício, o segurado pode continuar trabalhando normalmente, sendo o auxílio uma compensação pela perda parcial de capacidade de trabalho causada pelas sequelas permanentes.

Essa característica diferencia o auxílio-acidente de outros benefícios, como o auxílio-doença, que exige o afastamento total das atividades laborais.

Importância da perícia médica e da documentação

A perícia médica é um dos aspectos mais importantes no processo de concessão de auxílio-acidente . O trabalhador precisa comprovar, por meio da perícia e de documentos médicos , que sofreu uma limitação parcial e permanente de sua capacidade de trabalho.

Para garantir que o benefício seja concedido, é fundamental que o seguro apresente todos os laudos médicos, exames e relatórios que comprovem as sequelas. A ausência de documentação pode comprometer a análise do caso, dificultando a aprovação do auxílio-acidente.

Conclusão

O auxílio-acidente é um benefício de grande importância para os trabalhadores que sofreram acidentes ou desenvolveram doenças e, como resultado, ficaram com sequelas permanentes que impactam sua capacidade laboral. O benefício funciona como uma compensação financeira, sendo pago até que o trabalhador atinja a aposentadoria.

Para ter direito ao auxílio-acidente, o trabalhador deve cumprir alguns requisitos, como estar vinculado ao INSS, passar por uma perícia médica e comprovar a limitação funcional por meio de documentos médicos. O valor do benefício é calculado com base no salário de benefício do segurado e corresponde a 50% dessa média. Além disso, o auxílio-acidente pode ser acumulado com o salário, garantindo ao trabalhador o suporte financeiro necessário durante sua vida profissional, mesmo com as limitações decorrentes do acidente ou doença.

Compreender como funciona o auxílio-acidente é essencial para que o trabalhador saiba como garantir seus direitos previdenciários e receber o suporte necessário em caso de incapacidade parcial.