Resumo: Este artigo tem o escopo de convocar os profissionais da área para que reflitam a respeito do planejamento estratégico, expansão e melhorias nas áreas de atuação dos escritórios de advocacia.
Palavras-chave: advocacia, estratégia, planejamento.
Abstract: This article wants to show that strategic planning applied to areas in which they intend to operate, allows designing a safe manner the actions of law firms
Sumário: 1- Pluralidade de áreas de atuação. 2- Riscos. 3- O planejamento. 4- Como se posicionar. 5- Conclusão
Introdução
Neste artigo, temos o intuito de trazer a discussão para a importância do planejamento estratégico como ferramenta de atuação prática e não apenas ideológica na rotina dos escritórios de advocacia de pequeno e médio porte, bem como auxiliar os futuros advogados que ainda não possuem conhecimento da importância de sua aplicação na rotina da profissão. Contextualizamos que o conhecimento técnico por si só não é suficiente e que o sucesso profissional depende do grau de comprometimento com a aplicação de um planejamento que envolve desde a visão e motivação até o efetivo atuar.
1 – Pluralidade de áreas de atuação
Inúmeros escritórios têm percebido a necessidade de realizar projeções para expandir sua área de atuação, bem como fortalecer as áreas em que se especializaram. Ser referência na pluralização de áreas é o sonho de muitas bancas. Entretanto, todo cuidado é pouco. Aventurar-se em áreas não tão conhecidas pode ser perigoso. Apontamos para uma direção.
Além de saber identificar os pontos fortes de atuação do escritório, imperioso se torna inferir aquilo que não se pode fazer. A regra de ouro (golden rule) é: “se não puder fazer bem, não faça”.
2- Riscos
As consequências podem ser desastrosas para escritórios de pequeno e médio porte ao escolherem com esse método, o ganho financeiro de curto prazo, indo além do insucesso nas causas. Esse tipo de práxis compromete o planejamento de longo prazo do escritório, abarrota o judiciário, perdem-se clientes, provoca uma rotatividade descontrolada de funcionários no ambiente interno, míngua o reconhecimento no mercado e às últimas consequências, leva o escritório a uma crise financeira.
Clientes que não voltam, implicam em uma progressão geométrica nas chances de não mais prestar serviços a determinadas empresas e de indicações valiosas para tantas outras. Portanto, os reflexos são imensuráveis. Isso também se aplica para quem atua no contencioso. Cansamos de ver escritórios de médio porte querendo prospectar sem possuir um mínimo de marketing corporativo, planejamento de negociação e estratégias. Não investem em seus profissionais, perdem a concorrência e passam horas queixando-se de que a “coisa” está ruim. O renome profissional está perdendo parte de seu espaço para escritórios inovadores e com atendimento personalizado. A imagem que está sendo criada pelo mercado externo em relação aos escritórios de advocacia, parece estar pendendo na contramão do viés outrora percorrido.
3- O planejamento
O planejamento estratégico aplicado nas áreas em que se pretende atuar permite projetar de maneira segura as ações dos escritórios de advocacia. Entenda que é preciso definir o comprometimento dos sócios e demais integrantes do escritório nessa atividade. O advogado deve advogar, mas nem por isso deve deixar de lado o aprimoramento na gestão de seu escritório, para trabalhar ao lado de profissionais especialistas na área de administração. É necessário advogados excelentes causídicos, mas também aquele advogado político-administrador, com conhecimento de gestão empresarial, capaz de colaborar na estratégia de atuação interna e externa do escritório.
Quando há qualificação, é possível atuar em novas áreas, desenvolver as já existentes, com riscos calculados, utilizando métodos inovadores, criativos que poderão causar um impacto relevante nas projeções do escritório. Você já se perguntou o que tem feito para alcançar a visão inspiradora da sua profissão, descrita em seu site? O que tem feito para cumprir a sua missão?
Visão é inspiração, é o que sonhamos para o nosso negócio e a missão é a motivação que nos leva a alcançá-la.
4- Como se posicionar
Você sócio, que já teve a oportunidade de conhecer o ambiente de grandes escritórios e empresas nos Estados Unidos, deparou-se com uma integração impressionante dos profissionais. Todos sabem de cor a missão e a visão da empresa. Eles a vivem. Em um mundo que presencia a internacionalização da advocacia, perderemos a competitividade se não internalizarmos devidos conceitos e torná-los uma prática rotineira.
É preciso antecipar-se. A questão da publicidade em um futuro próximo talvez seja mais flexível. É no que cremos, pois teremos que conviver com estas grandes empresas jurídicas internacionais. Não sabemos qual será o posicionamento final da OAB quanto a isso. Pensamos que, se hoje a advocacia não é tão unida quanto à classe dos médicos, (cito como exemplo o fato de não cobrarem consultas em referência às pequenas bancas, pois, além de sabotar o próprio serviço desvaloriza toda uma classe) tão cedo não será. Lembre-se de que o foco aqui não está na ética, publicidade moderada, não mercantilização ou finalidade de lucro da advocacia, cujos lindes já foram definidos pela OAB e sim de gestão estratégica.
Independentemente disso, a modernização dos escritórios inexoravelmente tangencia o modus operandi de uma empresa. Por isso, não há desculpas para o insucesso com relação aos limites impostos pela legislação. Obstáculos criados por variáveis de ambiente externo, como as leis, fatores sociais e econômicos quando não podem ser enfrentados, devem ser contornados. Este é o nosso foco – encontrar oportunidades e fazer o planejamento estratégico de ação envolvendo todos neste processo. Trata-se de algo prático, atitudes e ações que excedam a vontade transformadora da atual realidade atuante no escritório. Avanços e não retrocessos.
5- Conclusão
Traçamos linhas gerais com o escopo de convocar os profissionais da área para que reflitam a respeito do planejamento estratégico, expansão e melhorias nas áreas de atuação, identificando o que tem sido feito e o que é preciso fazer para ter resultados além do desejável e considerarem no plano prático a possibilidade de agregar novos conceitos que não deixem suas mãos atadas. Precisamos reduzir a política de bombeiros na advocacia, aonde os incêndios requerem esforço para apagar que poderiam ser evitados, afinal, tempo é mais do que valor monetário, é segurança e bem estar, conquistados somente com um alto nível de eficiência.
Informações Sobre o Autor
Fernando Scheuermann
Advogado Empresarial e Trabalhista, consultor jurídico, pós-graduando em Direito Trabalhista e Previdenciário Pelo Centro Universitário Ritter dos Reis – Uniritter