Boate Kiss: réus são condenados mas permanecerão em liberdade

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Por: Roberto Ribeiro.

O Tribunal do Júri do Foro Central dePorto Alegrecondenou por homicídio simples com dolo eventual por volta das 18h desta sexta-feira (10) osquatro réus acusadospeloincêndio da boate Kiss. Os sócios da casa noturna, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Lodeiro Hoffmann, foram condenados respectivamente a 22 anos e seis meses e a 19 anos e seis meses de prisão. O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o assistente de palco do grupo musical, Luciano Bonilha Leão, receberam a mesma pena: 18 anos em regime fechado.

O juiz que presidiu o júri, Orlando Faccini Neto, chegou a decretar a prisão dos quatro. A concessão de um habeas corpus obtida pela defesa de um dos réus no final da tarde desta sexta-feira junto ao Tribunal de Justiça (TJRS), no entanto, manteve os condenados em liberdade. O magistrado decidiu estender o benefício aos demais réus. A decisão do desembargador, cujo nome não foi divulgado até as 19h30 desta sexta, será avaliada por um colegiado.

O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, região central do Estado (a 293 quilômetros de Pelotas), aconteceu na madrugada de27 de janeiro de 2013. A tragédia deixou242 mortose 636 feridos – a maioria estudantes entre 17 e 30 anos de idade.

“Os dados do processo indicam, sem qualquer margem para dúvida,a presença de intenso sofrimento, decorrente das razões pelas quais morreram as vítimas. Quem, num exercício altruísta, por um minuto apenas buscar colocar-se no ambiente dos fatos, haverá de imaginaro desespero, a dor e o padecimentodas pessoas que, na luta por sua sobrevivência, recebiam, todavia, a falta e a ausência de ar, os gritos e a escuridão, em termo tão singulares que não seria demasiado qualificar-se tudo o que ali foi experimentado ao modo como assentado pelaliteratura, “o horror, o horror”, disse o juiz Orlando Faccini Neto antes de pronunciar as sentenças.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ/RS) o julgamento foi o mais longo da história do Judiciário gaúcho. O júri teve início dia 1° deste mês, totalizando dez dias de trabalhos ininterruptos.

*com informações da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS).

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REPRODUÇÃO TJ-RS