Carro em busca e apreensão pode ser preso em blitz

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Sim, um carro em busca e apreensão pode ser apreendido em uma blitz policial. Essa é uma das formas mais comuns e eficazes de cumprimento do mandado judicial de busca e apreensão. Quando uma instituição financeira inicia o processo judicial para retomar um veículo financiado devido à inadimplência, e o juiz defere o pedido, uma restrição judicial é inserida nos sistemas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Dessa forma, ao ser parado em uma blitz de rotina, a polícia ou o agente de trânsito consulta o sistema e, ao identificar a restrição de busca e apreensão, realiza a apreensão do veículo, cumprindo a ordem judicial.

 

Entendendo a Busca e Apreensão de Veículos

 

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A busca e apreensão de veículos é uma medida judicial drástica, utilizada por instituições financeiras para reaver bens dados em garantia de contratos de financiamento, em caso de inadimplência do devedor.

 

O Que é a Ação de Busca e Apreensão?

 

A ação de busca e apreensão é um processo judicial específico movido por uma instituição financeira (credor fiduciário), como um banco ou uma financeira, contra o devedor (mutuário) que não cumpriu as obrigações de um contrato de financiamento garantido por alienação fiduciária.

Na alienação fiduciária, o veículo é dado como garantia do pagamento da dívida. Isso significa que, embora o devedor tenha a posse direta do veículo e o utilize, a propriedade resolúvel (e a posse indireta) do bem pertence à instituição financeira até a quitação integral do financiamento. Se o devedor se tornar inadimplente, o credor tem o direito de reaver o bem para satisfazer seu crédito.

Os principais elementos da ação de busca e apreensão são:

  • Inadimplência: Ocorre quando o devedor atrasa o pagamento das parcelas do financiamento. Geralmente, a ação é iniciada após 3 ou mais parcelas em atraso, mas pode ser movida a partir de uma única parcela, dependendo do contrato e da política do banco.
  • Mora: Antes de iniciar a ação, o credor precisa comprovar a constituição em mora do devedor, ou seja, que o devedor foi formalmente notificado do atraso e não regularizou a situação. Essa notificação é geralmente feita por carta registrada com Aviso de Recebimento (AR) ou por protesto do contrato em Cartório.
  • Liminar: Uma vez comprovada a mora, o juiz pode conceder uma liminar (decisão provisória, urgente) determinando a busca e apreensão do veículo. Essa liminar é cumprida por um oficial de justiça, que apreende o bem onde quer que ele esteja.

A ação de busca e apreensão tem como objetivo consolidar a propriedade do veículo nas mãos do credor, que então poderá vendê-lo (geralmente em leilão) para quitar a dívida.

 

O Processo de Busca e Apreensão no Brasil

 

O processo de busca e apreensão no Brasil é regido pelo Decreto-Lei nº 911/1969, com alterações posteriores, principalmente pela Lei nº 13.043/2014.

  1. Notificação do Devedor (Mora): O primeiro passo é a comprovação da mora. A instituição financeira envia uma notificação extrajudicial (por carta com AR, telegrama ou protesto em cartório) ao endereço do devedor, informando o atraso e a intenção de iniciar a ação de busca e apreensão.
  2. Ajuizamento da Ação: Se o devedor não regularizar a situação após a notificação, a instituição financeira, por meio de advogado, ajuíza a ação de busca e apreensão na Justiça.
  3. Análise do Juiz e Concessão da Liminar: O juiz analisa o pedido, verifica a comprovação da mora e a existência da alienação fiduciária. Se tudo estiver em ordem, ele defere a liminar de busca e apreensão.
    • Inclusão da Restrição no Renavam/Detran: Ao deferir a liminar, o juiz, ou por determinação judicial o Departamento de Trânsito (Detran), insere uma restrição de busca e apreensão no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e no cadastro do Detran do veículo. Essa restrição é crucial, pois é o que permite a apreensão do veículo em blitzen e fiscalizações.
  4. Cumprimento do Mandado: Um oficial de justiça recebe o mandado de busca e apreensão e vai ao endereço do devedor ou ao local onde o veículo for localizado para apreendê-lo. A polícia militar ou civil pode acompanhar o oficial de justiça para garantir o cumprimento.
  5. Apreensão do Veículo: O veículo é apreendido e levado a um pátio credenciado. No momento da apreensão, o devedor é citado (recebe a notificação formal do processo) e tem um prazo para apresentar sua defesa.
  6. Prazos para Defesa e Purgação da Mora:
    • 5 dias: Após a apreensão, o devedor tem 5 dias (úteis) para purga a mora, ou seja, pagar a integralidade da dívida em atraso (parcelas vencidas, juros, multas e despesas do processo) para reaver o veículo.
    • 15 dias: Após a citação, o devedor tem 15 dias (úteis) para apresentar sua contestação (defesa) ao processo, alegando, por exemplo, a existência de juros abusivos, taxas indevidas ou outras irregularidades no contrato que descaracterizam a mora.
  7. Venda do Veículo: Se o devedor não purgar a mora nem apresentar defesa vitoriosa, a propriedade do veículo é consolidada em nome da instituição financeira, que pode vendê-lo em leilão público ou particular para saldar a dívida.
  8. Saldo Remanescente ou Restituição:
    • Se o valor da venda do veículo for insuficiente para cobrir toda a dívida (incluindo juros, multas, custas do processo e despesas com leilão), o devedor ainda será cobrado pelo saldo remanescente.
    • Se o valor da venda for superior ao saldo devedor, o devedor tem direito a receber a diferença.
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Diferença entre Busca e Apreensão e Furto/Roubo

 

É fundamental não confundir a busca e apreensão com furto ou roubo de veículo, pois são situações completamente diferentes com implicações legais distintas.

  • Busca e Apreensão: É um ato judicial legal onde o veículo é retomado pelo credor (banco/financeira) em decorrência da inadimplência do devedor em um contrato de financiamento. Existe uma ordem judicial para a apreensão. O objetivo é quitar uma dívida.
    • Exemplo: Você financiou um carro, atrasou as parcelas, o banco entrou com ação, o juiz mandou apreender, e um oficial de justiça (com ou sem apoio policial) leva seu carro.
  • Furto: É a subtração do veículo sem que haja violência ou grave ameaça à pessoa. O criminoso age “às escondidas” ou se aproveita de um descuido para levar o bem. É um crime contra o patrimônio.
    • Exemplo: Seu carro estava estacionado na rua, você não estava presente, e ele foi levado por ladrões.
  • Roubo: É a subtração do veículo mediante violência ou grave ameaça à pessoa. O criminoso utiliza força física ou intimidação para levar o bem. É um crime contra o patrimônio, com maior gravidade devido à violência.
    • Exemplo: Você estava no seu carro, foi abordado por assaltantes armados, que te renderam e levaram o veículo.

A busca e apreensão é um procedimento legal e previsto em contrato, enquanto furto e roubo são crimes. As consequências e os direitos do proprietário são totalmente diferentes em cada caso.

 

Carro em Busca e Apreensão: O Que Acontece em uma Blitz

 

A presença da restrição judicial nos sistemas de trânsito é o que torna o veículo vulnerável à apreensão em uma blitz.

 

O Papel do Renavam e Detran na Busca e Apreensão

 

O Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) é um sistema nacional que contém o histórico completo de todos os veículos registrados no Brasil, incluindo dados de propriedade, licenciamento, multas, sinistros e, crucialmente, restrições judiciais. O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) é o órgão estadual que gerencia a base de dados local de veículos e é o ponto de acesso para as informações do Renavam.

Quando o juiz defere a liminar de busca e apreensão, ele ou o próprio Detran, por determinação judicial, insere uma restrição de busca e apreensão no Renavam e no sistema do Detran do veículo. Essa restrição é visível para qualquer autoridade de trânsito ou policial que consulte a placa ou o chassi do veículo.

  • Tipos de Restrições Judiciais (Renajud): As restrições judiciais são inseridas no Renavam via sistema Renajud, que interliga o Poder Judiciário e os órgãos de trânsito. As principais restrições que podem ser inseridas são:
    • Restrição de Transferência: Impede a transferência de propriedade do veículo.
    • Restrição de Licenciamento: Impede o licenciamento anual do veículo.
    • Restrição de Circulação (Busca e Apreensão): É a mais grave, pois impede a circulação do veículo e autoriza sua apreensão. É essa restrição que é ativada em casos de busca e apreensão.
    • Restrição Administrativa (bloqueios diversos): Outros tipos de bloqueios.

É a restrição de circulação (busca e apreensão) que permite que o veículo seja efetivamente apreendido em uma blitz. Sem essa restrição inserida no sistema, mesmo com um processo de busca e apreensão em andamento, o veículo não seria automaticamente apreendido em uma fiscalização de rotina, mas sim por um oficial de justiça com o mandado em mãos. No entanto, na prática, a inserção dessa restrição é quase imediata após a concessão da liminar.

 

O Cenário da Blitz e a Apreensão do Veículo

 

Uma blitz é uma operação de fiscalização de trânsito realizada por agentes de trânsito ou policiais.

  • Identificação da Restrição: Ao abordar um veículo em uma blitz, a primeira ação do agente é consultar a placa e o Renavam do veículo em seu sistema (que está interligado ao Detran/Renavam).
  • Constatação da Ordem: Se o sistema indicar que há uma restrição de busca e apreensão (ou “restrição judicial de circulação” via Renajud), o agente é autorizado a cumprir a ordem judicial.
  • Apreensão Imediata: O veículo será imediatamente apreendido. O agente não precisa de um mandado físico em mãos, pois a informação no sistema já constitui a ordem judicial válida.
  • Encaminhamento ao Pátio: O veículo será removido por um guincho e levado a um pátio credenciado, onde ficará sob custódia até que a situação seja regularizada ou o processo judicial avance para a fase de leilão.
  • Consequências para o Condutor: O condutor do veículo, mesmo que não seja o devedor (ex: um familiar, um amigo), não será preso, pois a questão é civil (dívida), não criminal. No entanto, o veículo será apreendido. O condutor pode ser orientado a procurar um advogado.
  • Custos Adicionais: A apreensão em blitz gera custos adicionais para o devedor, como taxas de guincho e diárias de pátio, que se somarão à dívida original do financiamento.
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Exemplo: Pedro financiou um carro e atrasou três parcelas. O banco entrou com a ação de busca e apreensão, e o juiz deferiu a liminar. Essa restrição foi inserida no Renavam. Pedro, dirigindo seu carro, passa por uma blitz na BR-101. O agente consulta a placa e vê a restrição. O carro de Pedro é guinchado e levado para o pátio, e Pedro precisa encontrar uma forma de voltar para casa. A partir desse momento, a situação se agrava consideravelmente para ele.

 

Consequências de Ser Pego em Blitz com Carro em Busca e Apreensão

 

As consequências de ter o veículo apreendido em uma blitz são sérias e imediatas, somando-se aos problemas já existentes da inadimplência.

  • Perda da Posse do Veículo: A principal consequência é a perda imediata do veículo. Você não poderá mais utilizá-lo.
  • Acúmulo de Dívidas: Além do saldo devedor do financiamento, você terá que arcar com as custas da apreensão (guincho, diárias de pátio, despesas administrativas), que serão somadas à sua dívida total.
  • Dificuldade de Recuperação: Após a apreensão, o prazo para “purgação da mora” (pagar a dívida total em atraso e custos) é de apenas 5 dias úteis. Se você não conseguir purgar a mora nesse prazo, o veículo será consolidado em nome do banco e vendido em leilão.
  • Saldo Remanescente: É muito comum que o valor de venda do veículo em leilão seja inferior ao saldo devedor total (incluindo custas do processo e despesas de leilão). Se isso acontecer, você ainda será cobrado judicialmente pelo saldo remanescente da dívida, mesmo sem o carro.
  • Restrição de Crédito: Seu nome continuará negativado nos órgãos de proteção ao crédito (SPC, Serasa), dificultando a obtenção de novos empréstimos, financiamentos ou cartões de crédito.
  • Problemas em Futuras Transações: A situação de inadimplência e a perda do veículo afetarão seu histórico financeiro, impactando sua capacidade de realizar outras transações no futuro.

A apreensão em blitz é um claro sinal de que a situação da dívida chegou a um ponto crítico e exige ação imediata e profissional para tentar minimizar os prejuízos.

 

Como Saber se um Veículo Tem Busca e Apreensão e Como Evitar

 

A prevenção é a melhor estratégia. Saber consultar a situação do veículo e agir proativamente pode evitar a apreensão.

 

Consultando a Situação do Veículo

 

É essencial verificar a situação de um veículo antes de comprá-lo ou, se você é o proprietário, para monitorar sua própria situação.

  • Consulta ao DETRAN: O site do Detran do estado onde o veículo está registrado permite consultar a situação cadastral. Com a placa e o número do Renavam, você pode verificar a existência de multas, débitos de IPVA/licenciamento, e, crucialmente, a existência de restrições judiciais (como a de busca e apreensão).
  • Certidão de Ônus e Gravames: Este documento, obtido no Detran, fornece um histórico completo do veículo, incluindo todos os registros de propriedade, transferências, e a existência de alienação fiduciária, hipotecas, penhoras ou ações de busca e apreensão. É um documento mais detalhado.
  • Consulta ao Poder Judiciário: Você pode consultar os sites dos Tribunais de Justiça (do seu estado e de outros estados onde a dívida poderia ter sido ajuizada) utilizando o seu CPF/CNPJ (se você for o devedor) ou a placa/chassi do veículo. Procure por ações de busca e apreensão ou execução.
  • Serviços Especializados de Consulta Veicular: Existem empresas privadas que oferecem relatórios completos sobre a situação de veículos, consolidando informações de diversas fontes (Detran, tribunais, histórico de sinistros, etc.) mediante pagamento. Essas consultas podem ser muito úteis para quem compra veículos usados.
  • Consulta ao Banco Central (SCR): O Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central mostra o histórico de relacionamento com instituições financeiras, incluindo financiamentos e inadimplências. Embora não mostre a busca e apreensão diretamente, pode indicar a existência de um financiamento em atraso.

 

Prevenindo a Busca e Apreensão

 

A prevenção começa antes mesmo da contratação do financiamento e continua durante todo o período da dívida.

  • Planejamento Financeiro: Antes de financiar, avalie sua capacidade de pagamento. Não comprometa uma grande parte da sua renda com parcelas que podem se tornar insustentáveis.
  • Análise do Contrato: Leia atentamente o contrato de financiamento antes de assinar. Verifique a taxa de juros (compare com a média do BACEN), o Custo Efetivo Total (CET), e a existência de taxas ou seguros embutidos que você não solicitou (venda casada).
  • Pague em Dia: A forma mais eficaz de evitar a busca e apreensão é manter as parcelas do financiamento em dia.
  • Não “Desapareça”: Se você começar a ter dificuldades para pagar, não ignore as ligações do banco. Mantenha contato e tente negociar.
  • Renegociação da Dívida: Antes que a dívida se acumule, procure a instituição financeira para tentar renegociar. Peça a redução dos juros, o alongamento do prazo ou a suspensão temporária das parcelas.
  • Ação Revisional de Contrato: Se você suspeita que há juros abusivos ou taxas indevidas no seu contrato, procure um advogado especialista em financiamento de veículos para analisar o contrato e, se for o caso, ajuizar uma ação revisional. Essa ação busca recalcular o valor das parcelas e do saldo devedor, eliminando as abusividades. É uma forma de defesa proativa.
  • Entrega Amigável do Veículo (Último Recurso): Em casos extremos, quando não há mais como pagar e a negociação é inviável, alguns devedores consideram a entrega amigável do veículo ao banco. No entanto, essa é uma decisão que exige muita cautela, pois, embora evite a ação de busca e apreensão, não quita a dívida automaticamente, e o valor do veículo pode ser insuficiente para cobri-la, gerando saldo remanescente. Sempre consulte um advogado antes de considerar a entrega amigável.

A proatividade e a busca por assessoria jurídica especializada são fundamentais para evitar que o sonho do veículo próprio se transforme em um pesadelo de dívidas e apreensão.

 

O Papel do Advogado Especialista em Busca e Apreensão

 

Diante da complexidade e da gravidade de uma ação de busca e apreensão, a atuação de um advogado especialista é um fator decisivo para a defesa dos direitos do consumidor.

 

Análise e Estratégia de Defesa

 

O advogado especialista em busca e apreensão de veículos tem o conhecimento aprofundado da legislação e da jurisprudência para traçar a melhor estratégia.

  • Diagnóstico Rápido: Ao ser procurado, o advogado fará um diagnóstico imediato da situação, verificando se a liminar de busca e apreensão já foi concedida, se o veículo já foi apreendido e qual o prazo para a defesa.
  • Análise Contratual Rigorosa: Ele examinará minuciosamente o contrato de financiamento em busca de abusividades, como:
    • Juros abusivos: Comparando com as taxas médias de mercado do Banco Central.
    • Capitalização de juros (juros sobre juros): Verificando se foi expressamente pactuada.
    • Taxas ilegais: Como cobranças indevidas de serviços de terceiros, avaliação do bem, registro de contrato, ou a acumulação indevida de comissão de permanência com outros encargos de mora.
    • Venda Casada: Imposição de seguros ou outros produtos.
  • Descaracterização da Mora: A principal estratégia de defesa é provar que, devido às cobranças abusivas, o valor da dívida está incorreto, e, portanto, o devedor não está em mora (ou a mora está descaracterizada). A descaracterização da mora impede a busca e apreensão.
  • Pedido de Tutela de Urgência: Em alguns casos, o advogado pode pedir uma liminar para suspender a busca e apreensão, especialmente se houver indícios muito fortes de abusividade.

 

Defesa no Processo Judicial

 

A atuação do advogado no processo judicial é ampla e estratégica.

  • Petição Inicial da Defesa: Se o veículo já foi apreendido, o advogado terá apenas 5 dias para apresentar a defesa (contestação). Ele elaborará a peça processual detalhando as abusividades contratuais, os argumentos jurídicos e os pedidos para reverter a apreensão.
  • Purgação da Mora: Se o cliente tiver condições financeiras, o advogado orientará sobre a purgação da mora, ou seja, o pagamento das parcelas em atraso (e dos custos do processo) para reaver o veículo. No entanto, o advogado pode discutir judicialmente o valor exato a ser purgado, excluindo os encargos abusivos.
  • Revisão do Contrato: Na mesma ação de busca e apreensão (por meio de reconvenção) ou em uma ação autônoma, o advogado pode pleitear a revisão do contrato para que as cláusulas abusivas sejam expurgadas, e o saldo devedor seja recalculado.
  • Produção de Provas: O advogado auxiliará na produção de provas, como perícia contábil/financeira, para comprovar as abusividades alegadas.
  • Recursos: Em caso de decisão desfavorável, o advogado poderá interpor os recursos cabíveis (agravo de instrumento, apelação) para os tribunais superiores.
  • Negociação com o Banco: Em qualquer fase do processo, o advogado pode tentar negociar um acordo com a instituição financeira, buscando um valor de quitação mais justo ou melhores condições de pagamento.

 

Consequências de Não Ter um Advogado

 

Não ter um advogado em uma ação de busca e apreensão pode ser desastroso para o devedor.

  • Perda do Veículo: Sem a defesa adequada, o veículo será consolidado em nome do banco e leiloado, geralmente por um valor abaixo do mercado.
  • Saldo Remanescente: O devedor ainda será cobrado pelo saldo devedor que restar após a venda do veículo, podendo ter seu nome inscrito em dívida ativa e seus bens penhorados.
  • Aumento da Dívida: A falta de defesa contra juros e taxas abusivas fará com que a dívida continue a crescer exponencialmente, tornando-a impagável.
  • Danos Financeiros e Morais: Além da perda do bem, o devedor sofrerá com o impacto no seu score de crédito, a angústia da situação e a incerteza jurídica.

A atuação de um advogado especialista é um investimento na proteção do patrimônio e na recuperação da saúde financeira do consumidor, oferecendo a chance de reverter uma situação desfavorável ou, ao menos, mitigar os prejuízos.

 

Perguntas e Respostas Frequentes

 


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Meu carro está em busca e apreensão. Posso ser parado em uma blitz e tê-lo apreendido?

 

Sim, absolutamente. Se o juiz já deferiu a liminar de busca e apreensão do seu veículo, uma restrição judicial de circulação é inserida no sistema do Detran/Renavam. Quando você é parado em uma blitz, a polícia ou o agente de trânsito consulta a placa do veículo, identifica essa restrição e, por ordem judicial, realiza a apreensão imediata do carro. O veículo será guinchado e levado para um pátio.

 

O que devo fazer se meu veículo for apreendido em uma blitz por busca e apreensão?

 

A primeira coisa a fazer é não resistir à apreensão, pois é uma ordem judicial. Em seguida, entre em contato imediatamente com um advogado especialista em busca e apreensão de veículos. Você terá um prazo muito curto (geralmente 5 dias úteis após a apreensão) para apresentar sua defesa no processo ou purgar a mora (pagar a dívida total em atraso) para tentar reaver o veículo.

 

A busca e apreensão quita a dívida do financiamento?

 

Não necessariamente. Após a apreensão, o veículo é levado a leilão. Se o valor arrecadado na venda for suficiente para cobrir a dívida total (incluindo o saldo principal, juros, multas, custas processuais, taxas de guincho e pátio, e despesas do leilão), a dívida será quitada. No entanto, é muito comum que o valor do leilão seja inferior à dívida total, e, nesse caso, você ainda será cobrado pelo saldo remanescente, mesmo sem o veículo.

 

Posso alegar juros abusivos para evitar a busca e apreensão?

 

Sim, essa é uma das principais estratégias de defesa. Se o seu contrato de financiamento contiver juros abusivos, capitalização de juros indevida, ou a cobrança de taxas ilegais (como venda casada de seguros), o advogado pode alegar que o valor cobrado pelo banco está incorreto, e que, portanto, você não está em mora ou que a mora está descaracterizada. A descaracterização da mora impede ou reverte a busca e apreensão.

 

Como posso saber se meu contrato de financiamento tem juros abusivos?

 

Você pode verificar a taxa de juros do seu contrato e compará-la com a taxa média de mercado divulgada mensalmente pelo Banco Central do Brasil (BACEN) para o tipo de operação (financiamento de veículos, pessoa física) no mês em que você assinou o contrato. Se a sua taxa for significativamente superior a essa média, há um forte indício de juros abusivos. Um advogado especialista pode fazer essa análise e um cálculo revisional preciso.


 

Conclusão

 

A posse de um veículo em financiamento com restrição de busca e apreensão é uma situação de alta vulnerabilidade, e a realidade de ser parado e ter o carro apreendido em uma blitz é um risco iminente. Essa medida, respaldada pela legislação e instrumentalizada pela tecnologia dos sistemas Detran e Renavam, serve como um poderoso mecanismo para as instituições financeiras reaverem bens dados em garantia de contratos inadimplidos. A restrição judicial de circulação, inserida no Renavam após o deferimento da liminar, transforma qualquer agente de trânsito ou policial em um executor potencial da ordem judicial de apreensão.

Para o devedor, as consequências de uma apreensão em blitz são imediatas e severas: a perda do veículo, o acúmulo de custas com guincho e pátio, um prazo exíguo para a purgação da mora, e o risco de, mesmo sem o carro, ainda ter que lidar com um saldo devedor remanescente após o leilão.

Diante de tal cenário, a prevenção é a melhor defesa. Um planejamento financeiro cuidadoso antes do financiamento, a leitura minuciosa do contrato para identificar e questionar cláusulas abusivas, e a proatividade na busca por renegociação da dívida ou ajuizamento de uma ação revisional são passos cruciais para evitar que a situação se agrave.

No entanto, quando a notificação da mora chega ou, pior, quando o veículo já está sob o mandado de busca e apreensão, a atuação de um advogado especialista em financiamento de veículos e busca e apreensão torna-se não apenas importante, mas indispensável. Esse profissional possui o conhecimento técnico e a experiência para analisar as entranhas do contrato, identificar abusividades (como juros e taxas ilegais), propor a descaracterização da mora e, agindo rapidamente, traçar a melhor estratégia de defesa para tentar reverter a apreensão, negociar a dívida de forma justa, ou minimizar os prejuízos.

Em última análise, a posse de um veículo financiado exige responsabilidade e vigilância. Saber o que significa ter um carro em busca e apreensão, as implicações de ser pego em uma blitz e, crucialmente, ter o suporte jurídico adequado, são elementos fundamentais para proteger seu patrimônio e garantir a tranquilidade financeira.

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