Como processar o banco

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Sim, é possível processar um banco quando há violação dos direitos do consumidor. Instituições financeiras estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), que protege clientes de abusos, cobranças indevidas, falhas na prestação de serviços, entre outros problemas. O banco, como fornecedor de serviços, deve atuar com transparência, segurança, boa-fé e informação adequada. Quando isso não ocorre, o cliente pode buscar reparação por danos materiais e morais por meio de um processo judicial.

Neste artigo, você entenderá passo a passo como processar um banco, os direitos envolvidos, os documentos necessários, os tipos de problemas mais comuns, como reunir provas, onde ajuizar a ação, quanto custa, quanto tempo leva e qual a chance de vitória. Também explicaremos os caminhos extrajudiciais, como o Procon e o Banco Central, e apresentaremos uma seção de perguntas e respostas para tirar dúvidas frequentes.

Quais os direitos do consumidor perante um banco

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) se aplica às instituições financeiras. Isso significa que o cliente bancário tem direito:

  • À informação clara e adequada sobre produtos e serviços

  • À proteção contra práticas abusivas, como vendas casadas

  • Ao cancelamento facilitado de contratos

  • À revisão de cláusulas abusivas

  • Ao acesso a canais de atendimento eficientes

  • À reparação de danos, sejam eles materiais ou morais

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Além do CDC, o setor bancário é regulado por normas do Banco Central do Brasil (Bacen), do Conselho Monetário Nacional (CMN), e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que têm jurisprudência consolidada em favor dos consumidores em diversas situações.

Quais motivos justificam processar um banco

Processar um banco não é apenas um direito do consumidor, mas uma ferramenta legítima para coibir abusos e obter compensações. Os principais motivos para ajuizar uma ação contra instituições financeiras incluem:

1. Cobrança indevida
Débitos lançados sem autorização, tarifas não contratadas, juros abusivos ou duplicidade de cobranças.

2. Inclusão indevida em cadastros de inadimplentes (SPC/Serasa)
Quando o consumidor é negativado por erro do banco, o dano moral é presumido.

3. Fraudes em conta bancária
Saques não reconhecidos, clonagem de cartão, transferências indevidas, empréstimos fraudulentos.

4. Empréstimos não autorizados
Crédito consignado feito sem solicitação, especialmente com idosos e beneficiários do INSS.

5. Desconto indevido em aposentadoria ou pensão
Débitos de cartão de crédito, seguros ou empréstimos em benefícios previdenciários sem autorização.

6. Venda casada de produtos bancários
Obrigar o cliente a adquirir seguro ou título de capitalização para ter acesso a crédito é ilegal.

7. Dificuldade de encerramento de conta
Impedimento de cancelamento de serviços bancários pode configurar abuso de direito.

8. Erro de cálculo ou renegociação com cláusulas abusivas

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9. Falta de prestação de serviço
Como falhas em TED, DOC, PIX, emissão de boletos ou desbloqueio de contas.

10. Dano moral por constrangimento
Exemplo: recusa indevida de atendimento, bloqueio de valores essenciais, exposição pública.

Essas situações podem justificar uma ação judicial, que deve ser bem fundamentada com provas e baseada na legislação de proteção ao consumidor.

Quais provas são necessárias para processar o banco

Toda ação judicial depende de provas. Contra bancos, as principais provas são documentais, podendo ser acompanhadas de testemunhas ou perícias em casos mais complexos. As mais comuns incluem:

  • Extrato bancário

  • Comprovante de pagamento

  • Prints de tela (celular, aplicativo, site)

  • Contrato assinado (ou ausência dele)

  • Gravações de ligações (se disponíveis)

  • Cartas, e-mails e mensagens

  • Boletim de ocorrência (em casos de fraude)

  • Protocolo de reclamação no SAC ou Ouvidoria

  • Resposta do banco ao consumidor

  • Notificações ou cartas de cobrança

Também é recomendável fazer print do score do Serasa antes e depois da negativação indevida, e anotar todas as interações com a instituição (datas, horários, nomes de atendentes).

Onde processar um banco: Juizado Especial ou Justiça comum?

O consumidor pode ajuizar a ação:

1. No Juizado Especial Cível (JEC)

  • Para causas de até 40 salários mínimos

  • Não exige advogado até 20 salários mínimos

  • Procedimento mais simples e rápido

  • Sem custas iniciais, salvo recurso

2. Na Justiça Comum (Vara Cível)

  • Para causas com valor superior a 40 salários mínimos

  • Exige advogado em todos os casos

  • Procedimento mais técnico e demorado

  • Pode gerar custas processuais

A escolha do foro depende do valor da causa, complexidade e objetivo do processo. Reclamações por cobranças indevidas ou negativação indevida são comumente resolvidas no Juizado Especial.

O foro competente é o do domicílio do consumidor, conforme o CDC (art. 101, I).

Como entrar com o processo contra o banco

O caminho para processar um banco envolve os seguintes passos:

1. Juntar os documentos e provas
Reúna tudo que comprove sua relação com o banco e o problema ocorrido.

2. Tentar resolver de forma extrajudicial
É recomendável registrar reclamação no Procon, na Ouvidoria do banco e no site Consumidor.gov.br. Essas tentativas documentadas mostram a boa-fé do consumidor.

3. Escrever a petição inicial (caso Juizado Especial)
Se a causa for até 20 salários mínimos, o próprio consumidor pode redigir a reclamação. Use linguagem clara, conte os fatos com datas, detalhe o pedido e apresente provas.

4. Levar à Vara do Juizado Especial Cível
Apresente a documentação e aguarde o agendamento da audiência.

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5. Acompanhar o processo
Após protocolar, você será intimado para audiência de conciliação. Se não houver acordo, haverá julgamento.

6. Contratar advogado (opcional ou obrigatório, conforme o caso)
Se a causa for superior a 20 salários mínimos ou for ajuizada na Justiça comum, será obrigatória a atuação de advogado.

Quais pedidos posso fazer contra o banco

Os pedidos variam conforme o problema enfrentado, mas geralmente incluem:

  • Indenização por danos materiais
    Como restituição de valores cobrados indevidamente, correção de saldo, cancelamento de juros.

  • Indenização por danos morais
    Por constrangimentos, negativação indevida, bloqueio de conta, entre outros.

  • Declaração de inexistência de débito
    Quando a dívida não existe ou já foi paga.

  • Exclusão do nome dos órgãos de proteção ao crédito

  • Revisão de cláusulas contratuais abusivas

  • Suspensão de descontos indevidos

  • Obrigação de fazer ou não fazer
    Como desbloquear conta, cessar cobrança, reverter empréstimo indevido.

O valor da causa deve ser indicado, mesmo que estimado, com base no dano alegado.

Quanto custa processar um banco

O custo varia conforme o tipo de processo:

Juizado Especial Cível:

  • Sem custas iniciais

  • Pode haver custas recursais, se houver apelação

Justiça Comum:

  • Pode haver custas judiciais, taxas e despesas processuais

  • Honorários de advogado, geralmente de 20% a 30% do valor obtido

Se o consumidor não tiver condições financeiras, pode pedir gratuidade da justiça, apresentando declaração de hipossuficiência.

Advogados podem atuar por contrato de risco, cobrando apenas em caso de êxito (honorários sucumbenciais e contratuais).

Quanto tempo leva um processo contra banco

O tempo de tramitação varia:

Juizado Especial:

  • De 3 meses a 1 ano, em média

  • Processos mais simples, com audiências rápidas

Justiça Comum:

  • De 1 a 3 anos, dependendo da complexidade

  • Possibilidade de recurso, perícia e demora no cumprimento de sentença

Se houver acordo, o processo pode terminar ainda mais rápido. Se for necessário executar a sentença, os prazos podem se estender.

Quando o consumidor ganha a ação contra o banco

A jurisprudência brasileira é farta em decisões favoráveis ao consumidor quando há:

  • Cobrança indevida

  • Negativação sem notificação

  • Empréstimo fraudulento

  • Desconto sem autorização

  • Cláusula abusiva em contrato

O STJ já decidiu que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes gera dano moral presumido, e que a responsabilidade do banco por fraude é objetiva — ou seja, independe de culpa, bastando provar o dano e o nexo com a atividade bancária.

Canais extrajudiciais para reclamação

Antes de processar judicialmente, é possível tentar soluções administrativas:

1. Procon
Órgão de defesa do consumidor estadual. Registra reclamações e pode mediar acordos.

2. Consumidor.gov.br
Plataforma oficial do Governo Federal. O banco responde em até 10 dias úteis.

3. Banco Central
Reclamações sobre funcionamento, tarifas e condutas bancárias. Pode aplicar sanções administrativas.

4. Ouvidoria da instituição
Passo obrigatório em muitas instituições antes de judicializar.

Esses canais são importantes para documentar a tentativa de solução e servem como prova de boa-fé no processo.

Perguntas e respostas

Qualquer pessoa pode processar um banco?
Sim. Todo cliente bancário tem direito de buscar o Judiciário quando se sente lesado.

Posso entrar com processo sem advogado?
Sim, em causas de até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível.

Em quanto tempo recebo a indenização, se ganhar a ação?
Depende do trâmite e da fase processual. Após a sentença, pode levar de semanas a alguns meses, conforme o cumprimento pelo banco.

Cobrança indevida dá direito a indenização?
Sim, principalmente se houver negativação ou reincidência.

Se não tiver contrato assinado, posso processar mesmo assim?
Sim. A ausência de contrato escrito não impede a ação. O banco tem obrigação de apresentar o contrato, sob pena de presunção a favor do consumidor.

O banco pode alegar que a culpa é do cliente em caso de fraude?
Não necessariamente. A responsabilidade do banco é objetiva. Cabe a ele provar que adotou todas as medidas de segurança.

Ganhei uma ação, mas o banco não pagou. O que faço?
É possível pedir execução da sentença, com bloqueio de valores via Bacenjud ou PixJud.

Posso processar por juros abusivos?
Sim, mediante análise do contrato e prova do abuso. A Justiça pode revisar cláusulas e limitar juros.

É necessário fazer B.O. para processar por fraude?
Não é obrigatório, mas ajuda a fortalecer as provas do caso.

Conclusão

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Processar um banco é um direito garantido ao consumidor sempre que houver lesão, cobrança indevida, falha na prestação de serviços ou prejuízo material ou moral. A legislação brasileira, especialmente o Código de Defesa do Consumidor, oferece meios eficazes para a reparação desses danos, e a jurisprudência costuma ser favorável quando há prova do erro da instituição financeira.

O consumidor pode optar por caminhos administrativos, como o Procon e a plataforma Consumidor.gov.br, ou recorrer ao Judiciário por meio do Juizado Especial ou Justiça comum. O sucesso da ação depende de provas, clareza na exposição dos fatos e fundamentação legal, podendo resultar em indenizações, cancelamentos de cobranças, retirada do nome dos cadastros de inadimplentes e outras obrigações por parte do banco.

Buscar orientação de um advogado especializado é sempre recomendável, especialmente em causas complexas, com valores altos ou envolvendo cláusulas contratuais duvidosas. Mais do que um direito, acionar o Judiciário é também uma forma de fortalecer a cidadania e fazer valer a proteção garantida por lei aos consumidores brasileiros.

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