Fui demitida e descobri que estou grávida o que fazer​

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Ser demitida enquanto está grávida já é uma situação difícil, mas quando a demissão vem com o rótulo de “justa causa”, a preocupação aumenta ainda mais. “Será que eu perdi tudo? Tenho algum direito mesmo assim?” Essas são dúvidas que muitas mulheres enfrentam, e a resposta depende de como a lei enxerga o caso. Como advogado trabalhista com mais de 25 anos de experiência, vou te explicar isso de forma simples e clara, para que você entenda o que pode fazer.

Neste artigo, vamos ver se uma grávida demitida por justa causa tem direitos, o que significa justa causa, como a Justiça decide esses casos e os passos para garantir o que é seu. Vou usar exemplos práticos para facilitar o entendimento e, ao final, trazer uma seção de perguntas e respostas e uma conclusão com orientações úteis. Vamos juntos descobrir como a lei te protege, mesmo numa situação tão complicada.

A Proteção da Gestante no Trabalho

A Constituição Federal, no artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), dá às mulheres grávidas uma proteção especial: elas não podem ser demitidas sem justa causa desde a concepção até cinco meses após o parto. Esse período é chamado de estabilidade provisória, criado para garantir que você tenha segurança financeira enquanto espera o bebê e nos primeiros meses depois do nascimento.

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Isso significa que, em regra, seu emprego está protegido. Mas a justa causa é uma exceção – um motivo grave que permite a demissão mesmo estando grávida. Vamos entender o que isso significa e como afeta seus direitos com exemplos práticos.

O Que é Justa Causa?

Justa causa é quando você faz algo muito errado no trabalho, dando à empresa uma razão séria para te demitir. Isso está no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e inclui coisas como roubar (improbidade), faltar por mais de 30 dias sem avisar (abandono de emprego), desrespeitar ordens importantes (insubordinação) ou brigar no serviço (indisciplina). Para te demitir por justa causa, a empresa precisa provar com documentos ou testemunhas que você cometeu essa falta.

Por exemplo, a Mariana trabalhava numa loja e foi demitida grávida de quatro meses, acusada de furtar produtos. A empresa tinha câmeras e recibos mostrando o roubo, e a demissão foi aceita como justa causa. Mas, se a prova não for clara, tudo muda, como veremos.

Grávida Tem Estabilidade Mesmo com Justa Causa?

Não, se a justa causa for comprovada, você perde a estabilidade provisória. A lei diz que a proteção contra demissão sem motivo sério não vale quando você dá à empresa uma razão grave para te mandar embora. Isso significa que, se a falta for real e bem provada, a demissão é válida, e você não tem direito a voltar ao trabalho ou receber indenização pela estabilidade.

Mas aqui entra um ponto importante: a empresa tem que provar direitinho, porque a Justiça é muito cuidadosa com grávidas. Se a justa causa for mal explicada ou injusta, você pode ter direitos. Vamos ver exemplos para entender isso melhor.

Quando a Justa Causa é Válida?

Uma justa causa é válida se a empresa mostrar que você fez algo grave e seguir as regras certas, como te avisar antes (quando possível) ou documentar tudo. Por exemplo, faltar muito sem justificativa, roubar ou agredir alguém no trabalho são motivos que, se provados, justificam a demissão, mesmo estando grávida.

A Ana trabalhava num banco e foi demitida grávida de cinco meses por justa causa, acusada de falsificar documentos. A empresa tinha provas – papéis assinados e testemunhas – e a Justiça aceitou, dizendo que ela perdeu a estabilidade por causa da falta grave. A prova bem feita é o que decide.

E Se a Justa Causa Não For Comprovada?

Se a empresa te demitir por justa causa, mas não provar direitinho que você fez algo errado, a demissão pode ser anulada. A Justiça do Trabalho é rigorosa e exige documentos claros – como advertências, filmagens ou testemunhas confiáveis. Se a prova for fraca ou parecer discriminação por gravidez, você tem direito a voltar ao trabalho ou receber indenização pela estabilidade perdida.

A Carla foi demitida grávida de três meses de uma loja, acusada de desídia (negligência) por atrasos. Mas a empresa só tinha uma reclamação verbal, sem advertências escritas. A Justiça disse que a justa causa não foi provada e mandou pagar R$ 20.000 por 11 meses de estabilidade, porque a demissão foi ilegal.

Como Provar que a Demissão Foi Injusta?

Para mostrar que a justa causa foi injusta, você precisa reunir provas que questionem o que a empresa diz. Isso pode ser a falta de advertências anteriores, testemunhas que digam que você não fez nada errado ou documentos que mostrem que a acusação não faz sentido. Um exame médico provando a gravidez na época também ajuda a reforçar seu caso.

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A Juliana foi demitida grávida de quatro meses, acusada de abandonar o emprego por faltar 10 dias. Ela levou atestados médicos ao RH, mas a empresa ignorou. Na Justiça, mostrou os atestados e testemunhas, e o juiz anulou a justa causa, mandando pagar R$ 18.000 por 10 meses de estabilidade.

Quais São Meus Direitos se a Demissão For Ilegal?

Se a justa causa não for aceita pela Justiça, você tem dois direitos principais: voltar ao trabalho (reintegração) ou receber indenização pelo tempo de estabilidade que perdeu – desde a demissão até cinco meses após o parto. A indenização inclui salários, 13º proporcional, férias com adicional de 1/3 e FGTS, e pode ter danos morais se a demissão te prejudicou muito.

A Patrícia foi demitida grávida de dois meses, acusada de insubordinação sem provas claras. A Justiça mandou reintegrá-la, e ela voltou ao trabalho até a licença-maternidade. Já a Vanessa, no mesmo caso, preferiu indenização e ganhou R$ 25.000 por 12 meses de estabilidade.

Quanto Tempo de Estabilidade Eu Tenho?

A estabilidade vai desde a concepção até cinco meses após o parto. Se a demissão por justa causa for ilegal, o tempo que você perdeu desse período é o que a Justiça calcula. Por exemplo, se você foi demitida grávida de três meses, faltariam seis meses até o parto e mais cinco depois, totalizando 11 meses de proteção.

A Jéssica foi demitida grávida de quatro meses, acusada de roubo sem provas. Ela tinha 10 meses de estabilidade (cinco até o parto mais cinco depois). A Justiça mandou pagar esses 10 meses, porque a justa causa não se sustentou.

Quanto Posso Receber de Indenização?

Se a justa causa for anulada, a indenização é o salário dos meses de estabilidade perdidos, mais 13º proporcional, férias com adicional e FGTS. Danos morais podem ser adicionados, variando de R$ 5.000 a R$ 20.000, se a demissão te causou transtornos graves, como perder consultas ou sofrer humilhação.

A Luciana, com salário de R$ 2.000, foi demitida grávida de três meses por suposta desídia, sem provas. Ela tinha 11 meses de estabilidade. O cálculo foi: 11 x R$ 2.000 = R$ 22.000, mais 13º (R$ 1.833), férias (R$ 2.666) e FGTS (R$ 1.760). Total: R$ 28.259, mais R$ 10.000 por danos morais, chegando a R$ 38.259.

A Licença-Maternidade Está Garantida?

Se a justa causa for válida, você perde a estabilidade e a licença-maternidade pela empresa. Mas, se contribuir ao INSS como autônoma ou desempregada, pode pedir o salário-maternidade de 120 dias depois do parto, desde que tenha 10 meses de contribuição. Se a justa causa for ilegal, a licença entra na indenização ou você a tira ao voltar ao trabalho.

A Sandra foi demitida grávida por justa causa válida e perdeu a estabilidade, mas contribuiu ao INSS e ganhou R$ 1.200 por mês de salário-maternidade por quatro meses. Já a Clara, com justa causa anulada, voltou ao trabalho e tirou a licença normalmente.

O Que Fazer se For Demitida por Justa Causa?

Se você for demitida grávida por justa causa, pegue um exame que mostre a gravidez na época e reúna provas que questionem a acusação – como atestados ou testemunhas. Tente falar com a empresa, pedindo explicações ou reintegração. Se não resolver, procure o sindicato ou um advogado para entrar na Justiça do Trabalho dentro de dois anos após a demissão.

A Vanessa foi demitida grávida de cinco meses, acusada de faltas sem prova. Ela levou atestados médicos ao RH, mas ignoraram. Na Justiça, ganhou R$ 22.000 por 10 meses de estabilidade, porque a justa causa não foi aceita.

Como a Justiça Analisa Esses Casos?

A Justiça do Trabalho verifica se a justa causa foi real e bem provada. Você leva o exame da gravidez e provas contra a acusação, e o juiz ouve as partes numa audiência. Se a empresa não provar a falta grave, ele anula a demissão e manda reintegrar ou pagar indenização. O processo leva de seis meses a um ano.

A Roberta foi demitida grávida de quatro meses, acusada de roubo sem filmagens ou testemunhas. Ela mostrou um ultrassom e testemunhas, e a Justiça mandou pagar R$ 20.000 por 11 meses de estabilidade, mais R$ 6.000 por danos morais, porque a justa causa não se sustentou.

Impacto na Vida da Gestante

Ser demitida grávida por justa causa é um choque: você perde o emprego e enfrenta a incerteza da gravidez, muitas vezes com a sensação de injustiça. Mas a lei te dá uma chance de lutar, seja por indenização ou outros direitos como o salário-maternidade. Saber disso ajuda a transformar o medo em ação.

A Fernanda foi demitida grávida por suposta desídia, mas a Justiça anulou e deu R$ 18.000 por 10 meses de estabilidade. Esse dinheiro a ajudou a se organizar até o bebê nascer. A lei é sua aliada para enfrentar essa dificuldade.

Perguntas e Respostas

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1. Grávida demitida por justa causa tem direito? Não, se a justa causa for provada; sim, se for ilegal, com indenização ou reintegração.

2. Quanto tempo tenho de estabilidade? Desde a concepção até cinco meses após o parto, se a justa causa for anulada.

3. Quanto recebo se a demissão for ilegal? Salários, 13º, férias e FGTS do período de estabilidade, mais danos morais, se houver.

4. Perco a licença-maternidade? Não pela empresa se a justa causa valer, mas pode ter do INSS se contribuir.

5. Como provo que a justa causa foi injusta? Com exame de gravidez e provas como atestados ou testemunhas contra a acusação.

Conclusão

Uma grávida demitida por justa causa perde a estabilidade se a falta grave for provada, mas, se a empresa não justificar bem, você tem direito a indenização ou reintegração por todo o período de proteção – da concepção até cinco meses após o parto. Casos como os da Carla e da Luciana mostram que a Justiça protege quando há injustiça.

Se isso acontecer, pegue suas provas – exame, atestados – e lute: fale com a empresa ou vá à Justiça. Com 25 anos ajudando pessoas, digo com certeza: a lei está do seu lado para garantir que você e seu bebê tenham segurança, mesmo num momento difícil. Conhecer seus direitos é o caminho para vencer.

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