Atingir um nível elevado de excelência operacional passa diretamente pela mudança na concepção do gestor quanto ao uso analítico dos dados
*Por Marcelo Picchioni
No contexto atual, discutir o impacto da transformação digital sobre a realidade das empresas é sempre uma tarefa difícil e bastante ampla. A inovação pode ser aplicada por diversos meios, canais e tecnologias e, para que as soluções surtam os efeitos desejados, as lideranças corporativas devem aprimorar os hábitos relacionados à governança de dados e às informações produzidas. Grande parte dessa adaptação só é possível se considerarmos a confiabilidade sobre os dados e o correto tratamento destinado a eles, e como esses servem de matéria-prima para melhora gradativa de processos e a implementação de uma cultura orientada à inteligência analítica.
Se estamos falando em governança de dados, o foco se destina à empresa (políticas e processos), às pessoas e às tecnologias empregadas, para que seja possível se ter uma gestão eficiente de toda informação digital gerada e “manipulada” na empresa.
Em termos de aplicação prática, a adoção de soluções automatizadas surge como aliada de valor para o armazenamento, classificação e extração do que há de relevante nas informações tratadas pelas organizações. Junto com o crescimento exponencial, a tendência é que o fluxo de dados seja cada vez maior. Portanto, acompanhar esse aumento nas demandas internas e externas é um desafio que pode ser amenizado e otimizado através do uso de soluções tecnológicas e processos de governança de dados.
Qual é a missão do líder (patrocinador) nesse cenário?
Naturalmente, a figura da liderança corporativa exerce uma função primordial na governança de uma empresa. Esse referencial não pode ser renegado, afinal, trata-se de um dos maiores pilares dentro de qualquer sistema de comunicação. Como esperar que o engajamento entre os diversos atores, com participação direta ou indireta nos processos, seja preservado, se não há nenhum tipo de respaldo dos que precisam encabeçar essa inserção da tecnologia nas operações diárias?
É comum encontrarmos suposições e falsas impressões sobre as reais intenções por trás da presença de soluções tecnológicas no ambiente de negócios. A conscientização tem início na medida em que o gestor oferece meios para que os colaboradores tenham o embasamento necessário para aproveitar os insumos produzidos. Treinamentos, workshops, programas de conscientização e palestras informativas são alternativas na busca de disseminar uma nova cultura organizacional; harmônica quanto à transformação digital, seus desdobramentos e os efeitos oriundos da coleta, armazenamento e correto tratamento dos dados obtidos. Resumindo, cultura organizacional sobre a governança de dados.
A influência dos dados no planejamento estratégico
Em outros tempos, a condução manual pode ter sido a única possibilidade de se organizar os dados em prol do andamento das atividades, mas, hoje, devido à complexidade dos processos e volumes cada vez mais expressivos, é inconcebível deixá-los à mercê de erros e falhas críticas. O uso da tecnologia sob o efeito de soluções inovadoras vai ao encontro da noção de que a confidencialidade, integridade e disponibilidade dessas informações exijam uma abordagem prioritária por parte das empresas e seus gestores. Além de possibilitar novos usos e funcionalidades ao fluxo informacional, ferramentas digitais trazem a certeza de que essas tarefas serão assertivas, mais eficientes e, se devidamente controladas, mais seguras.
Com o campo operacional devidamente sustentado por plataformas automatizadas, a criação de políticas de inteligência analítica irá configurar um processo gradual de adaptação, sem maiores resistências em relação à receptividade dos profissionais. Será possível extrair materiais e insights relevantes dos dados disponíveis, a fim de utilizá-los de forma mais ágil em melhores decisões, novos métodos processuais e, consequentemente, no planejamento estratégico da empresa, agora flexível e compatível com a dinamicidade do quadro externo.
Governança deve se apoiar na estabilidade financeira
A urgência acerca do uso responsável dos dados não clama pela atenção do empresariado por acaso. Essa tendência global acompanhou uma mudança crescente na mentalidade do público-consumidor, preocupado com a concessão de informações pessoais. Privacidade, transparência e consentimento são características indispensáveis em processos organizacionais que lidem com a coleta, armazenamento e movimentação de informações específicas. Sob uma ótica legal, a própria elaboração da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) simboliza um futuro no qual não é plausível flertar com estruturas internas fragilizadas, que facilitem a ocorrência de falhas danosas à imagem e à saúde financeira da empresa.
Entre as contribuições de um setor informacional unificado e resguardado pela precisão de softwares inovadores, a conquista de um ambiente interno seguro e antenado às atualizações de um país caótico nesse sentido é a porta de entrada ideal para que as políticas de Compliance sejam aplicadas de forma efetiva. No fim, o protagonismo dos dados se estende a finalidades variadas, comprovando o tamanho de seu impacto operacional. Por isso, a importância de se compreender a relevância dessa vertente tecnológica para a continuidade saudável dos negócios.
Ressalvados os aspectos apresentados e a privacidade requerida nos tempos de hoje, dados corretos, disponíveis e confiáveis se tornam naturalmente um dos ativos mais valiosos para as empresas, com um potencial imenso para a geração de valor.
A governança de dados é uma prática estabelecida em sua organização? Compartilhe sua opinião.
*Marcelo Picchioni é Diretor Comercial e de Produtos da Unidade de Soluções de Governança da Orion, especializado em Gerenciamento de Projetos e Consultoria de Negócios para bancos internacionais e nacionais. Graduado em Análise de Sistemas e Processamento de Dados pela PUC, possui MBA em Marketing pela ESPM.
Sobre a Orion
Presente no mercado há mais de 15 anos, a Orion é especializada na entrega de soluções para o mercado financeiro, atuando em três pilares: Governança Corporativa, Automação Bancária e Prevenção a Fraudes. Tendo a confiança, transparência e empatia como itens fundamentais em seu DNA, a companhia busca adequar suas soluções às necessidades específicas de cada cliente. A Orion atua lado a lado com as mudanças e reinvenções de bancos, criando know-how avançado nos processos das mais diversas instituições presentes no Brasil e globalmente. Veja mais: https://www.orion.inf.br/