Quem tem colostomia tem direito ao BPC-LOAS do INSS?

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A colostomia é um procedimento cirúrgico que pode causar limitações significativas e, em muitos casos, incapacitar o indivíduo para atividades laborais e diárias. Esse procedimento é frequentemente necessário para pessoas com condições graves que comprometem a função intestinal, como câncer colorretal, doenças inflamatórias intestinais ou traumas abdominais. A colostomia é classificada sob o CID-10 Z93.3 e, dependendo do impacto funcional, pode justificar a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS).

Neste artigo, exploraremos os requisitos para o BPC-LOAS, a relação entre a colostomia e a incapacidade, e como comprovar a elegibilidade para esse benefício.

O que é a colostomia?

A colostomia é um procedimento em que uma abertura artificial (estoma) é criada no abdômen para desviar parte do intestino grosso, permitindo a eliminação de fezes. Esse procedimento pode ser temporário ou permanente, dependendo da condição subjacente.

Causas comuns que levam à colostomia

  • Câncer colorretal.
  • Doenças inflamatórias intestinais, como Doença de Crohn ou colite ulcerativa.
  • Traumas ou lesões abdominais.
  • Obstrução intestinal.
  • Malformações congênitas.
  • Infecções graves ou perfuração intestinal.

Sintomas e complicações associados à colostomia

  • Risco aumentado de infecções no local do estoma.
  • Dor e desconforto crônicos.
  • Dificuldade de mobilidade.
  • Complicações relacionadas ao uso dos dispositivos de colostomia, como vazamentos e irritações.
  • Limitações na participação em atividades sociais e laborais.

O que é o BPC-LOAS?

O Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS) é garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e assegura o pagamento de um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência que comprovem não ter meios de se manter ou de serem mantidas por sua família.

Requisitos para concessão

  1. Baixa renda: A renda familiar per capita deve ser igual ou inferior a ¼ do salário mínimo.
  2. Incapacidade: A condição deve comprometer a capacidade de realizar atividades diárias ou laborais de forma independente.
  3. Inscrição no Cadúnico: É necessário estar registrado no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

A colostomia pode dar direito ao BPC-LOAS?

Sim, a colostomia pode justificar o direito ao BPC-LOAS, especialmente quando a condição é grave, causa limitações funcionais significativas e exige cuidados constantes. No entanto, a análise é individual e leva em consideração fatores como a gravidade dos sintomas, o impacto na vida cotidiana e o cumprimento dos requisitos legais.

Como comprovar a incapacidade

Para demonstrar que a colostomia compromete a capacidade funcional, é essencial reunir documentos médicos que evidenciem a condição e suas complicações. Esses documentos incluem:

  • Laudos médicos detalhados de especialistas como gastroenterologistas e cirurgiões.
  • Exames complementares, como endoscopias e tomografias.
  • Relatórios de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
  • Declarações que comprovem a dependência de cuidados para atividades diárias.

Manifestações leves, moderadas e graves da colostomia

A gravidade da condição varia e influencia diretamente a elegibilidade para o BPC-LOAS. Vamos entender essas classificações.

Manifestações leves

  • Sintomas: Desconforto local leve, necessidade de cuidados higiênicos regulares e uso de dispositivos de colostomia.
  • Impacto funcional: Permite a realização de atividades diárias com adaptações.
  • Tratamento: Higiene adequada, troca periódica do dispositivo e acompanhamento médico.
  • Elegibilidade: Casos leves geralmente não justificam o BPC-LOAS, salvo quando combinados com outras limitações.

Manifestações moderadas

  • Sintomas: Desconforto persistente, infecções frequentes e dificuldades para a manutenção do estoma.
  • Impacto funcional: Dificuldades significativas para realizar tarefas diárias e laborais.
  • Tratamento: Uso de medicamentos para infecções, higienização rigorosa e acompanhamento regular.
  • Elegibilidade: Pacientes com manifestações moderadas têm maior chance de concessão do benefício, desde que comprovem o impacto funcional.

Manifestações graves

  • Sintomas: Dor intensa, infecções recorrentes e severas, e complicações graves no estoma.
  • Impacto funcional: Dependência total de terceiros para cuidados diários.
  • Tratamento: Intervenções médicas frequentes, uso de medicamentos fortes e assistência constante.
  • Elegibilidade: Casos graves geralmente justificam a concessão do BPC-LOAS, devido à incapacidade total.

Passo a passo para solicitar o BPC-LOAS

  1. Inscrição no Cadúnico: Certifique-se de que sua família está registrada no Cadastro Único.
  2. Reúna documentação médica: Inclua laudos, exames e relatórios detalhados.
  3. Agende o atendimento: Utilize o site ou aplicativo Meu INSS, ou ligue para o número 135.
  4. Realize a perícia médica: Um perito do INSS avaliará sua condição e sua elegibilidade.
  5. Aguarde a decisão: O prazo para resposta pode variar, mas costuma ser de até 45 dias.

Perguntas e respostas

Todo caso de colostomia garante o BPC-LOAS? Não. A elegibilidade depende da gravidade da condição, do impacto funcional e do cumprimento dos requisitos de renda.

Quais são os principais documentos necessários para solicitar o benefício? Laudos médicos, exames de imagem, relatórios funcionais e inscrição no Cadúnico.

O que fazer se o benefício for negado? Você pode recorrer administrativamente ou ingressar com uma ação judicial para tentar reverter a decisão.

Preciso de um advogado para solicitar o BPC-LOAS? Não é obrigatório, mas contar com um advogado pode aumentar as chances de sucesso, especialmente em casos mais complexos.

Quais exames médicos ajudam a comprovar a condição? Exames de imagem, endoscopias, relatórios de especialistas e avaliações de função digestiva são essenciais.

Conclusão

A colostomia é uma condição que pode impactar significativamente a vida de uma pessoa, especialmente nos casos moderados e graves. A elegibilidade ao BPC-LOAS depende de comprovação médica robusta, inscrição no Cadúnico e cumprimento dos requisitos legais. Para garantir uma solicitação bem-sucedida, é fundamental reunir toda a documentação necessária e, em caso de dúvidas, buscar apoio profissional especializado.

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