Andar de UBER ou assistir um filme pela NETFLIX?
Hoje em dia é difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha ouvido falar desses serviços, mas dez anos atrás quem era a UBER e a NETFLIX? E como chegaram ao patamar em que se encontram atualmente?
As duas empresas nasceram nos EUA, a UBER em 2009 e a NETFLIX em 1997, cada uma com uma proposta diferente, mas ambas com ideias que com o passar dos anos, dominaram os smartphones de tal forma que hoje fazem parte do dia a dia dos consumidores.
Mas esse sucesso e reconhecimento mundial não quer dizer, necessariamente, que ganham rios de dinheiro e que não apresentam riscos para seus investidores.
A UBER, apesar de presente em 63 países e estar avaliada em aproximadamente US$ 120 bilhões, tem operado no vermelho, apresentando um lucro negativo de quase US$ 2 bilhões ao ano.
Esse resultado é devido ao modelo de negócio mantido desde a sua concepção, que é similar ao serviço de táxi e outros aplicativos de transporte privado, sem qualquer inovação.
Além disso, a UBER ainda enfrenta forte resistência de aceitação em alguns países, principalmente na Ásia, Oceania e América do Sul, pois se manteve inerte ao marketing negativo, que praticamente marginalizou o serviço antes mesmo de sua implantação.
Já a NETFLIX, pioneira no serviço de streaming, mudou o modelo de negócio para se manter no mercado, apostando no lançamento de filmes e séries com seu próprio selo, aumentando ainda mais sua margem de lucratividade, sem contar que possui mais de 160 milhões de assinantes e está presente em mais de 190 países.
Suas ações hoje praticamente dominam a bolsa e seu valor de mercado aumentou praticamente 50% (cinquenta por cento) nos últimos cinco anos.
Para se ter uma ideia, com base no fechamento mais recente, o valor de mercado da Netflix é de US$ 160 bilhões contra US$ 155 bilhões da Disney. E olha que oportunidades para a DISNEY não faltaram, principalmente pelos lançamentos dos filmes da MARVEL STUDIOS, que juntos lucravam mais de US$ 22 bilhões mundialmente.
Então, se você está pensando em investir em um desses serviços, dúvidas não restam, correto?
Nenhum investimento hoje é sinal de retorno garantido, principalmente nesse ramo de pontocom, que cada dia cresce mais.
A UBER, como já dito, não ofereceu nada de novo desde a sua concepção e hoje rivaliza com aplicativos semelhantes como a Cabify, a 99 e a Easy Taxi.
Já a NETFLIX pode perder a hegemonia nos próximos anos, já que grandes emissoras de TV, a GOOGLE, a APPLE e a própria AMAZON já estão investindo pesado no serviço de streaming, oferecendo, da mesma forma que a NETFLIX, filmes e séries próprios para atrair assinantes.
Se você está pensando em investir seu dinheiro, pense em investi-lo nas empresas que se reinventam e que mudam seu modelo de negócio quando o mercado dá sinais de esgotamento, pois, a cada dia que passa, as novas tecnologias tornam o serviço pontocom mais obsoleto.
Ezequiel do Carmo Munhoz
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Advogado em São Paulo; Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Especialista em Relações Sindicais e Trabalhistas pelo W.C.C.A. Wilson Cerqueira Consultores Associados; Especialista em Advocacia Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; Especializando em Compliance Digital pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; ex-membro colaborador da Comissão Especial de Direito Trabalhista da OAB/SP; membro do Grupo Interempresarial de Jurídico Trabalhista e do Instituto Via Iuris; integrante da Comissão Jurídica do Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo; coautor do livro “Advocacia Empresarial do Trabalho. Estudos em Homenagem do Dr. José Granadeiro Guimarães” (Editora Alameda, São Paulo: 2012).