Breves considerações críticas sobre a sustentabilidade no cenário socioeconômico e comportamental na atualidade

Resumo: O desenvolvimento sustentável é um desafio urgente que deve ser encarado com ímpeto e dedicação para que consigamos garantir um futuro digno às gerações vindouras. É preciso considerar, entretanto, que o tema é extremamente complexo e precisa ser abordado considerando-se múltiplos pontos de vista e cenários pessoais, coletivos, econômicos, sociais, políticos e ambientais. Nesse sentido, o presente artigo registra o posicionamento crítico de estudantes secundaristas acerca das diversas interfaces que permeiam o desenvolvimento sustentável, e foi elaborado depois de acurado debate acadêmico acerca do tema.

Palavras chave: Sustentabilidade; Meio Ambiente; Economia; Sociedade; Política

Abstract: Sustainable development is an urgent challenge that must be viewed with enthusiasm and dedication so that we can ensure a decent future for future generations. One must consider, however, that the issue is extremely complex and needs to be addressed considering multiple points of view and personal, collective, economic, social, political and environmental scenarios. In this sense, this paper records the critical positioning of high school students on the various interfaces that underlie sustainable development, and has been developed after accurate academic debate on the subject.

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Keywords: Sustainability, Environment, Economy, Society, Politics

Sumário: Introdução; O pensamento geral sobre a natureza humana e a sustentabilidade; Economia consumo e egoísmo numa sociedade insustentável; Sociedade política e comportamento para o desenvolvimento sustentável na atualidade; Conclusão; Referências.

Introdução

Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo (SUSTAIN, 2012). Ultimamente este conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, e que precisou do vínculo da sustentabilidade no longo prazo, um “longo prazo” de termo indefinido, em princípio (SUSTENTABILIDADE, 2012).

Como a temática exige uma abordagem múltipla, considerando-se a biologia, economia, sociopolítica e diversas áreas do conhecimento, faz-se necessária uma discussão interdisciplinar, promovida desde a base da formação acadêmica, no intuito de modelar o discurso-ação dos diversos atores que futuramente serão os responsáveis pelo direcionamento das políticas e práticas sustentáveis – ou não – da nossa sociedade.

Assim posto, o presente trabalho foi desenvolvido em uma escola particular no município de Campina Grande-PB (Brasil), e traz posicionamentos dos autores em relação a pontos que norteiam a evolução do conceito e das práticas sustentáveis em nossa realidade.

O pensamento geral sobre a natureza humana e a sustentabilidade

Em tempos remotos, a humanidade não conhecia o luxo, a riqueza, a vaidade, a avareza e a ganância. Os mais antigos preocupavam-se apenas com sua sobrevivência, lutando todos os dias para garanti-la. Com o passar do tempo, a mudança gradual que naturalmente atinge todas as espécies passou a afetar o ser humano com um bem perigosamente precioso: a inteligência.

O esperado era que essa dádiva fosse utilizada de forma benéfica para o mundo como um todo e não apenas para a melhoria egoísta das condições de alguns humanos, desconsiderando quaisquer preços pagos para isso.

Nesse cenário, a palavra necessidade mudou de significado. O que antes era suficiente, hoje tornou-se sinônimo de escassez e, em virtude da sobreposição da ganância ao bom senso, o homem egocêntrico ultrapassou limites, destruindo o que é a sua fonte de vida: a natureza.

A natureza é o “espírito do mundo”, é a força vital da Terra, contudo, muitos seres humanos não a atribuem esse valor e tratam-na com crueldade. Por sorte, a natureza possui o dom da descrição e sofreu em silêncio. Mas, até quando esse silêncio durará?

O aumento da exploração humana sobre a natureza baseado na formulação de idéias sobre o consumo dos recursos naturais causou esgotamento de recursos e induziu a uma reação “natural” da Natureza: a mudança. Ante esse panorama surge a cogente idéia de satisfazer as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras fazerem o mesmo (WORLD COMMISSION, 1987).

Sustentar, eis uma palavra que se encaixa em inúmeros contextos, mas que possui um significado essencial para a vida como um todo. Polêmica, porque não dizê-la, essa tal sustentabilidade pode ser tomada como uma atitude, como uma filosofia de vida ou até mesmo como um trejeito social que veio para causar a “queima dos miolos” daqueles que tentam entender e aplicar a idéia.

Para alguns, a sustentabilidade é algo imutável e fixista, pragmaticamente “natureba”, para outros é uma forma de publicidade extremamente lucrativa, entretanto, na concepção consciente da minoria, é uma necessidade básica à gangorra da vida que balançando tenta se equilibrar.

Economia, consumo e egoísmo numa sociedade insustentável

Vivemos em um mundo onde crescer política e economicamente é mais importante que pensar em qualquer outra coisa. Não é de se espantar a facilidade com que se esquece do meio ao nosso entorno, considerando-se o quão egoísta o ser humano pode ser. A grande indagação é: até que ponto o egoísmo humano vai ignorar o colapso eminente da natureza e daqueles que nela habitam?

Nascemos e fomos criados em uma sociedade tomada pelo egocentrismo, em que o homem tenta se sobressair a todo custo dentre os demais. Tal sentimento de egoísmo trás enormes transtornos para as gerações futuras que não poderão gozar das maravilhas naturais (ainda) disponíveis atualmente.

Não é raro encontrar-se pessoas apossadas da fala: “Que se danem as próximas gerações, eu quero mais é curtir a vida!”; Essas criaturas se detêm apenas ao seu próprio bem estar, não lembrando que as próximas gerações carregarão seus genes inglórios. “E assim caminha a humanidade” em meio ao caos ideológico vivenciado pelos incrédulos e inanimados atores da grande massa inerte ante o perigo do esgotamento da Terra.

É inadmissível que a economia mundial cresça desenfreada enquanto a natureza entra em colapso. Entretanto, certamente um futuro próximo deve revelar que a grandeza de um povo não depende apenas de seu poderio geopolítico ou econômico, mas, de sua capacidade de aderir a medidas inovadoras de conservação.

Do ponto de vista do capitalismo consciente, tem-se a necessidade de aderir a novas políticas e ações visando o desenvolvimento sustentável, através de medidas sócio-educativas. Os modelos de consumo, produção e desenvolvimento escolhidos no paradigma dominante do capital desde a revolução industrial têm desencadeado uma série de desigualdades, concentradas, principalmente, na distribuição de renda e no decesso aos direitos, garantias e condições fundamentais para a sobrevivência digna do ser humano (ZAMBOM; RICCO, 2009), fato esse que precisa ser contornado através de uma mudança de pensamento e comportamento desde o nível individual até o coletivo.

Mas, para isso, além do âmbito econômico, é preciso sensibilizar o homem em aspectos mais íntimos, como veremos adiante.

Sociedade, política e comportamento para o desenvolvimento sustentável na atualidade

Viver o agora é fácil, entretanto o futuro é algo bastante incerto, sobretudo quando não há preocupação em tentar edificá-lo da melhor forma possível. É surpreendente ver uma sociedade que fala tanto em amor, desconhecer esse sentimento na prática. Amar é realmente se preocupar e lutar pelo objeto amado de modo altruísta. Quem sabe se esse sentimento fosse direcionado à realidade ambiental não haveria maior engajamento popular. Porém, mais realista e menos sentimental no discurso, mesmo que não haja amor, o respeito é o mínimo que o ser humano deve demonstrar em relação à natureza e às futuras gerações.

Engajando-se nessa causa, o primeiro passo seria, paradoxalmente, deixar de pensar na coletividade de opinião e refletir sobre o papel individual na causa. Desse modo, deixar-se-ia de agir de acordo com os padrões impostos pela maioria e passar-se-ia a por em prática os deveres mais simples e as ações e boas vontades mais íntimas como cidadãos.

A mudança realmente é muito difícil, principalmente para hábitos corriqueiros. Porém, a natureza clama pela famosa racionalidade da espécie humana e tamanho clamor não pode jamais ser ignorado.

Seria indecente falar em mudança sem discutir educação. A educação é o principal fator para que a sociedade venha dispor de uma ordem social justa. A realidade atual exige uma reflexão cada vez mais direta, e a preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociais que não comprometam os sistemas ecológicos. Nesse sentido, há necessidade de se multiplicarem as práticas sociais baseadas no aumento ao acesso à informação e à educação ambiental, em uma perspectiva integradora.

Vivemos em um período de freqüente degradação moral, social, política e ambiental. Observa-se uma degradação das condições de vida e isso remete à necessidade profunda de reflexão acerca dos desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno sustentabilidade numa perspectiva contemporânea (CAVALCANTI, 1998).

Nessa perspectiva, é preciso fugir de um dos maiores erros humano: a busca cega pela felicidade sem preocupação com o entorno. Uma vez entendido que a verdadeira felicidade consiste em fazer e ser feito feliz, e não em uma busca solitária, a mudança de comportamento será evidenciada e o mundo poderá se tornar um lugar melhor para se viver hoje e futuramente.

Por isso não devemos ficar parados. Devemos agir o mais rápido possível para fazer alguma coisa útil e realmente inovadora. A nossa “vida é mais que um mero poema, ela é real”. O momento exige que a sociedade esteja motivada para assumir uma postura mais futurista: cada indivíduo por si só, fazendo a sua parte na preservação e utilização racional dos recursos, com consciência no consumo e sensibilidade para com o próximo, abandonando as zonas de conforto.

Conclusão

Não podemos desistir da luta por um mundo melhor, pois mesmo que seja gradativa, a mudança é possível e em alguns aspectos já pode ser notada. Aos poucos a consciência vai sendo modelada e quem sabe um dia pode tornar-se parte do cotidiano indivíduo-coletivo. Esse é o desejo de muitos que lutam por um mundo onde não haja espaço para pensamentos egoístas e mentes fechadas.

Devemos ser sim sustentáveis, ou estar prontos para a queda. O caminho mais viável e vantajoso para todos é o cuidar: cuidar uns dos outros, cuidar do planeta, cuidar do futuro.

 

Referências
Calalcanti, C. Desenvolvimento e Natureza. Red de Bibliotecas Virtuales. 1998.
Sustain. Disponível em: <http://dictionary.reference.com>. Acesso em 26 de novembro de 2013.
Sustentabilidade. Disponível em: <www.suapesquisa.com>. Acesso em 26 de novembro de 2013.
World Commission on Evironment and Development. Our Common Future. Oxford University Press, 1987.
Zambom, B. P.; Ricco, A. S. Sustentabilidade Empresarial: uma oportunidade para novos negócios. Comunicação, 2009.

Informações Sobre os Autores

José Aécio Alves Barbosa

Biólogo, Mestre em Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais/ UFCG. Membro do Grupo de Pesquisas em História, Meio Ambiente e Questões Étnicas da UFCG

Arthur Lincoln Lima Almeida

Acadêmico

Gabrielle Letícia Albuquerque Silva

Acadêmica

Lucas Silva Marques

Acadêmico

Luis Filipe Farias Santos

Acadêmico

Mariana da Silva Ramalho

Acadêmica

Milena de Farias Dôso

Acadêmica

Rute Lobo Nogueira

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Sarah Kelly Andrade de Almeida


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Equipe Âmbito Jurídico

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