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Direito e economia – analisando a conjuntura e a elevação no preço do petróleo

Resumo: O preço do petróleo, e as circunstâncias e conjunturas que favorecem a elevação de valores, em uma análise didatica, usando e conceitos básicos e ferramentas da economia para identificação da especulação ou problemas de globalização.Ainda uma possível expectativa do que pode ocorrer nosmercados internos e externos.


Sumário: 1. Introdução, 2. Conceito de formação de preço – interação entre oferta e demanda, 3. Fatores relativos à demanda que podem ter contribuído para o aumento dos preços, 4. Fatores relativos à oferta que podem ter contribuído para o aumento dos preços, 5. Previsão fundamentada acerca do futuro dos preços do petróleo, 6. Conclusão


1-Introdução


A elevação do preço do petróleo ao longo de uma análise histórica está no âmago do desenvolvimento da civilização, diretamente ligada as mais diversas circunstâncias de mercado até então encontrado. Só é possível analisar este histórico de elevação, quando adentramos aos critérios básicos, e/ou ferramentas desenvolvidas pela economia. Somado a isto, deve-se ter o conhecimento do produto e a evolução nas formas de extração, bem como, expectativas de avanços tecnológicos, e atualmente a contraprestação de um sistema sustentável de sobrevivência no planeta. Ou seja, o uso das ferramentas de analise econômicas, a forma operacional do sistema energético, e ainda a articulação entre a oferta e a procura de um bem escasso são capazes de, denotar toda uma estrutura contemporânea de especulação? Em torno das diversas discussões e divergências nas possíveis soluções, analisam-se, conceitos sobre demanda e oferta, formação do preço, fatores históricos e políticos, geopolíticos, influência microeconômica e futuro da volatilidade do preço do petróleo.


2 – Conceito de formação de preço – interação entre oferta e demanda


De forma simplista torna-se evidente que o petróleo ainda é a principal fonte de energia do mundo[1]. A conexão entre oferta e procura é um dos pontos determinantes do preço final do petróleo nos mercados internacionais. É evidente também que para a composição do seu preço, temos o custo da extração, os custos de desenvolvimento da produção, e os custos marginais. Estes três itens formam o custo de produção do barril, que varia com o país[2]


Sabendo dos pontos básicos, dar-se inicio ao grande conceito de demanda e oferta, que são forças básicas de funcionamento de uma economia capitalista. A oferta é o desejo de vender, por parte dos vendedores, e a demanda, está relacionada ao desejo de comprar, por parte dos compradores. Ainda com relação à lei geral de demanda, temos que a relação quantidade/preço procurada pode ser representada por uma escala de procura. A demanda em si relaciona-se com os possíveis preços a determinadas quantidades.


Já a quantidade demandada é um ponto especifico da curva, relacionando um preço a uma quantidade. Paralelo a estes entendimentos, e focalizando o preço do barril do petróleo, tem-se que o petróleo é um bem caracterizado por uma procura inelástica no curto prazo, de forma que arrisco em revelar, que a variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço. É certo que a médio ou longo prazo essa procura reage a um aumento acentuado dos preços, no qual, se configurará que a demanda deste produto denomina-se elástica em relação a seu preço. Desta afirmação diga-se, que a reconversão energética da maior parte dos setores é complexa e morosa pela própria dificuldade de inovação tecnológica para extração e refino.


3 – Fatores relativos à demanda que podem ter contribuído para o aumento dos preços


Neste instante, instala-se um momento em que o cenário do setor asiático, (até pouco tempo atrás, isto estava evidenciado), nas necessidades crescentes, de um mercado fortalecido – principalmente China, e Índia, apontaram para aceleração da demanda.


Neste mesmo sentido ainda inclina-se atenção aos países da OCDE (os 20 países mais industrializados), que são particularmente penalizados pela volatilidade dos preços neste mercado, pois dependem dos principais produtores. Devem-se incluir os muitos países em desenvolvimento, cujas necessidades cresceram nos últimos anos. Então forma-se aqui uma demanda que tem influenciado no preço aplicado, seja pela mudança do padrão de procura mundial acompanhada pela evolução e crescimento dos países emergentes (vez a crescente China/Índia/Rússia/Brasil), e até potencias (EUA), que vislumbraram um cenário de circunstancias e expectativas positivas, ou ainda pela evolução considerável do crescimento dos países importadores.


Devemos considerar a liberalização dos preços do mercado, por ter ficado a mercê dos principais produtores, e a falta de explorar novas tecnologias de extração petrolífera. Acrescentam-se os fatores geopolíticos instáveis (guerras na África, furacão no golfo do México etc. Então, se observa que a influência na quantidade demandada e a ofertada está relacionada a todos estes fatores comportamentais descritos acima, o que favorece o deslocamento da curva da demanda. No entanto o que pode ser creditado a médio e longo prazo, é que ainda não existe equilíbrio para o ajuste de preço, vez que especialistas apontam por uma preocupação da qual a produção possa ser insuficiente para atender a demanda. Deve-se considerar ainda, que a oferta tem sido rigidamente controlada pela OPEP.


4 – Fatores relativos à oferta que podem ter contribuído para o aumento dos preços


É perceptível que o petróleo é usado principalmente para a área de transporte, e centrais termos elétricos, e ainda uma infinidade de produtos que nascem a partir do seu desenvolvimento. Com o preço alto, o controle da oferta da forma que tem sido feito, ante o cenário que a própria OPEP analisa, e, em um dado instante, com a demanda impulsionada até certo limite de confiabilidade, tem-se, um mercado que favorece a especulação dos produtores. Sendo esta apenas uma das visões, pois é possível considerar a decrescente desvalorização do dólar, para contribuição da demanda e o aumento do preço, frente à procura dos países ícones no crescimento do seu PIB, o que não altera a forma de oferta pela OPEP.


Mas o mercado e o preço do petróleo têm dessas variáveis, e esta tendência já havia sido marcada desde a década de 70, e principalmente nos choques petrolíferos das décadas de 70/80, também em um momento que as economias estavam a crescer, mas sem a preocupação das observações em sistemas de energia alternativa e do desenvolvimento sustentável. Hoje se observa consumidores e sistemas produtivos preocupados com o compromisso ambiental, ainda que em pequena escala, mas avante principalmente na União Européia.


Com efeito, na micro economia ,descrevemos que o aumento generalizado contribui para retrair ou adiar as decisões de consumo, o que agrava a situação em possível retração da produção. Neste mesmo sentido, conseqüentemente amplia a tendência de desemprego, e as possíveis contratações ficam congeladas. Já por outro lado os que mantêm seu posto de trabalho reinvidicam a subida dos salários em termos nominais com o propósito de compensar perdas. Portanto um circulo perigoso que poderá trazer recessão no mercado. Diante disto é verídico que os sinais dão margem ao qual o preço será automaticamente ajustado as circunstancias; e nenhum dos lados saia perdendo. A oferta e demanda encontrará um novo equilíbrio, frente ao cenário livre que cada país deverá apresentar. Neste sentido, vale ter um sistema monetário e financeiro forte, com capacidade de poucas alterações, e continuar crescendo mesmo que, em um ritmo menor. Isto é a conseqüência de um mercado globalizado.


Portanto aquele que continuar investindo internamente for produtor, ou tiver um bom estoque, e gastos públicos menores, poderá contribuir para que um choque como o que ocorreu em décadas passadas não ofereça margem para inibição do desenvolvimento interno, bem como a situação de consumo e produção, mesmo que de forma diminuta.


5 – Previsão fundamentada acerca do futuro dos preços do petróleo


Tanto que, as últimas noticias, ainda no mês 10 deste ano de 2008, apontadas pelo site UOL economia, relatam que o preço caiu pela metade, onde por alguns é apontado o fato da então existência de especulação, e por outros é dito que a demanda do petróleo é muito sensível ao desempenho da economia; e isto, pelo atual detrimento no quadro de crescimento mundial causado por uma confiabilidade extraordinária no mercado imobiliário nos EUA, o qual despencou. Assim temos a escassez de credito, a queda de intenção de consumo, e a redução de investimentos. Revela-se fato importante que se somado ao atual momento, torna-se a valorização do dólar, e a sensação de insegurança dos investidores como total atenção.


Portanto o mercado terá muito que analisar, vez que parte dos países já sinalizam o uso de energia de forma ponderada e sensível a sua estabilidade, obedecendo aos padrões criteriosos. Mas os países em desenvolvimento têm a sua transição econômica largamente dependente do sucesso energético que irão adotar.


6 – Conclusão


Este é um momento de cautela, pois se as economias desenvolvidas pararem de crescer essa demanda cairá e vai causar queda nos preços, isto como conseqüência natural da atuação do mercado. Em contraposição poderão crescer as alternativas em torno de novas fontes de energia Na contramão, os países emergentes que superarem este novo momento de crise global, manterão a tendência da demanda, mesmo que abaixo da expectativa esperada (muito antes da crise que atingiu a todos). Então o mercado apresentará suas flutuações diante de um cenário positivo ou negativo, e caberá às ferramentas econômicas, a melhor análise diante de todo um histórico que auxiliará nas soluções futuras de médio e longo prazo.


 


Referências bibliográficas

Baum, C.Choque de oferta imaginado chegou.Valor Econômico. 05/09/2005 São Paulo. Disponível em http//www.clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=218163 – 12k.Acesso 29/10/2008.

Confira a composição do preço do petróleo. O Globo on line__06/06/2008. Disponível em www.oglobo.com/economia/mat2008/06/06/confira_do_preço_do_petroleo.Acesso 31/10/2008.

Larousse Cultural 1988, Ed. Universo Grande Enciclopédia Larousse Cultural São Paulo 1988 Composto pela Editora Nova Cultura p.4666/4667

Larousse,Dicionário da Língua Portuguesa Coordenação Diego Rodrigues, Fernando Nuno.1ed.São Paulo:Larousse do Brasil,2005.ISBN 85-7636-082-3.

Mendes, D.OPEP,CLIMA GEOPOLITICA EO PETRÓLEO (Minas) 2004,1.f.Resenha(Análise Economia e Comercio/Integração Regional/Desenvolvimento) PUC MINAS –Minas Gerais.

Preço do petróleo caiu pela metade em um mês;enteda por que. 24/10/2008. São Paulo. Disponível em http//economia.uol.com.br/ultnot/2008/10/24ult429ul774.jhtm.Acesso 31/10/2008

Vasconcellos, M.A.S.; Garcia, M.E. Fundamentos de Economia, Editora Saraiva, 2002, p.36

Preço em petróleo segue alta em NY e atinge novo recorde. ____ ___p.80


Notas:

[1]De forma didática, podemos descrever sobre o petróleo, que é o resultado da lenta degradação bacteriológica de organismos aquáticos vegetais e animais que, há dezenas, ou talvez centenas de milhões de anos, proliferaram nos mares, acumulando-se em camadas sedimentares. O conjunto dos produtos provenientes dessa degradação, hidrocarbonetos e compostos voláteis, misturado aos sedimentos e aos resíduos orgânicos, está contido na rocha-mãe; a partir daí o petróleo é expulso sob o efeito de compactação provocada pela sedimentação, migrando para impregnar areias ou rochas mais porosas ou mais permeáveis, tais como arenitos ou calcários. Uma camada impermeável (marga ou argila, por exemplo), quando constitui uma “armadilha”, permite a acumulação dos hidrocarbonetos, impedidos-os de escapar. O petróleo apresenta-se, na maioria das vezes, sob uma camada de hidrocarbonetos gasosos e, geralmente, acima de uma camada de água salgada (mais densa que o petróleo).A espessura de uma jazida varia entre alguns metros.Seu comprimento pode atingir várias dezenas de quilômetros.Larousse Cultural 1988 Ed. Universo Grande Enciclopédia Larousse P. 4.666/4667 Cultural São Paulo 1988 Composto pela Editora Nova Cultura.

[2]Segundo especialistas, na Arábia Saudita, onde o petróleo é extraído da terra, o custo de produção está em torno de U$$ 2 por barril, um dos mais baixos do mundo.Na Noruega, está na faixa de U$$5.No Brasil, como maior parte da exploração é em águas profundas, os custos são maiores.No primeiro Trimestre, somado o pagamento de participações governamentais, ele ficou em R$ 43,20 (cerca de U$$26),fonte O Globo on line em www.oglobo.com/economia/mat2008/06/06/confira_do_preço_do_petroleo visitado em 31/10/2008.

Informações Sobre o Autor

Ricardo Francisco de Sales

Bacharel em Direito, pós graduando em MBA de Direito Empresarial pela FGV.


Equipe Âmbito Jurídico

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