Educação ambiental na perspectiva da sustentabilidade dos recursos hídricos

Resumo: A necessidade de desenvolver ações estratégicas através da Educação Ambiental–EA que despertem as pessoas para a sustentabilidade dos recursos hídricos existentes no planeta, é urgente, pois, todos nós sabemos que a falta de água é um dos maiores problemas que afeta milhões de pessoas. Daí a grande preocupação que deve existir no tocante a valorização desse líquido que é tão necessário a nossa existência. Um dos maiores desafios contemporâneos é a sustentabilidade na utilização dos recursos naturais e a EA significa uma importante ferramenta para a promoção desse processo. Contudo, se faz necessário a elaboração de políticas públicas que venham a efetivar de fato a EA como parte do cotidiano de escolas, empresas, instituições, associações, famílias, enfim, todos os grupos onde o estudo e a apropriação do conhecimento sejam possíveis. Estas são providências indispensáveis para que a sociedade em geral esteja consciente do seu papel, cuidando de maneira colaborativa e responsável dos recursos hídricos, visto que estes são essenciais à vida na terra.

Palavras chaves: Recursos Hídricos. Educação Ambiental. Sustentabilidade.

Abstract: The need to develop strategic actions through the Environmental-EA Education to awaken people to the sustainability of existing water resources on the planet is urgent, because we all know that the lack of water is a major problem that affects millions of people. Hence the concern that should exist regarding the valuation of this liquid that is so necessary to our existence. One of the greatest contemporary challenges is sustainability in the use of natural resources and EA means an important tool to promote this process. However, it is necessary the development of public policies that will actually effect of EA as part of the daily schools, companies, institutions, associations, families, in short, all groups where the study and appropriation of knowledge are possible. These are necessary steps to that society in general is aware of its role, caring for collaborative and responsible way of water resources, as these are essential to life on earth.

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Keywords: Water Resources. Environmental Education. Sustainability.

Sumário: 1. Introdução. 2. Revisitando o conceito de educação ambiental. 3. Os recursos hídricos sob ameaça. 4. Conclusão. Referências

1 Introdução

"Todos concordam que a água é tão indispensável para nossas vidas quanto o ar que respiramos. Apesar de sua importância, a água não recebe o cuidado que merece." Roberto Malvezzi

Os recursos hídricos são considerados pela maioria da humanidade como um recurso inesgotável e/ou infinito, e mesmo este sendo visto como indispensável para a vida sobre a terra, pouco se percebe em relação a cuidados e zelo com esse recurso tão precioso.  

Não importa quem somos o que fazemos, onde vivemos nós dependemos dos recursos hídricos para viver. No entanto, por maior que seja a sua importância, as pessoas continuam sem atitudes voltadas aos cuidados com esse liquido que a cada dia se torna mais escasso, e que sabemos ser essencial a vida.

Os recursos hídricos já não atendem a grande massa da população mediante suas necessidades, pois, em muitos lugares, a água já não estar disponível em quantidade suficiente para atender às demandas. Na realidade, muitas pessoas são afetadas pela escassez desses recursos e já sentem os efeitos, às vezes, drásticos. E como o crescimento da população mundial é perceptivelmente alto, ao contrário as ações em defesa dos recursos naturais, e em especial, a água não tem acompanhado esse crescimento.  Assim sendo, é difícil pensar que terá no futuro água em abundância para suprir todas as necessidades dos indivíduos. A Organização das Nações Unidas – ONU em um de seus relatórios, revela a possibilidade de haver uma guerra pela disputa e posse das reservas de água doce disponíveis no planeta.

A educação ambiental surge nesse contexto, como uma estratégia para a sensibilização e articulação de ações que venham a despertar em todos a consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente. Podendo também superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.

Percebemos, sobretudo, nas últimas décadas, inúmeras ações que tem como cerne a discussão a educação ambiental. No entanto, pouco ou quase imperceptíveis mudanças têm acontecido no que diz respeito a tomadas de atitudes na sociedade em relação ao uso hídrico. A falta de cuidados para com a natureza em geral, e para com os recursos hídricos, especificamente, tem dificultado a construção de coletividades e grupos sustentáveis.

Contudo, a educação ambiental ainda representa uma das maneiras para que se alcance uma consciência da coletividade sobre a necessidade urgente de adoção de ações que busquem a sustentabilidade de todos os recursos naturais, e de urgência, a valorização aos recursos hídricos.  

Alguns estudos de pesquisadores sobre a gestão dos recursos hídricos na terra podem nos ajudar a compreender essa realidade e impulsionar a tomada de consciência. Dentre estes podemos citar: estudos da UNESCO (2015) mostram a necessidade dos cuidados com os recursos hídricos, visto que este liquido estar a cada dia mais escasso,  Leal e Vicácia (2007), nos chama atenção, de que o mundo está descobrindo que a escassez de água não é uma questão exclusiva de quem mora em regiões desérticas e secas como o semiárido nordestino, por fim temos (MALVEZZI, 2010), que faz um paralelo do Brasil com a má distribuição, e utilização das águas.

Vale destacar que a compreensão da Educação Ambiental na perspectiva da sustentabilidade dos recursos hídricos e o entendimento da necessidade de fortalecimento das políticas voltadas para a efetivação de programas de educação ambiental, podem favorecer a adoção de estratégia para o enfretamento da problemática ambiental.

2 Revisitando o conceito de educação ambiental

As definições para a educação ambiental são inúmeros, porém no Congresso de Belgrado em 1975 promovido pela ONU, esta definiu a educação ambiental como:

“[…] formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam […”]. (apud SEARA FILHO, G. 1987, p. 32).

No Brasil, a educação ambiental tornou-se lei em 27 de Abril de 1999, sob a Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirmando que: "A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.”

“Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política”. (BRASIL,1999, p. 12).

Educação ambiental também assume uma perspectiva mais abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de recursos naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construção de sociedades, pautando-se em duas categorias básicas: Educação Formal: que envolve estudantes em geral, desde a educação infantil até a fundamental, média e universitária, além de professores e demais profissionais envolvidos em cursos de treinamento em Educação Ambiental, e a Educação Informal: Envolve todos os segmentos da população, como por exemplo: grupos de mulheres, de jovens, trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores, profissionais liberais, dentre outros. Assim sendo, EA pode ser também considerada como sendo:

“Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política”. (MOUSINHO, 2003, p. 25).

Todas as diferentes concepções sobre a EA como: alfabetização ecológica; ecopedagogia; educação ambiental crítica, transformadora e emancipatória; educação no processo de gestão ambiental entre outras, buscam a construção da sustentabilidade e o Brasil tem realizado e protagonizado esse debate, abrigando uma enorme gama de discussões sobre as especificidades da educação nesta construção, mas tais ações têm sido insuficientes para percebermos mudanças de hábitos efetivamente

No Brasil, a história da educação ambiental vem sendo construída, pelo menos nas últimas décadas, por atores e instituições de vários estados, com os debates sempre voltados para que se tenha uma  compreensão das características de uma educação ambiental, que esteja pautada em princípios, resgatando também,  um pouco da história da EA, bem como, a legislação brasileira, para que se possa contemplar nas agendas os reais  princípios de coletividade, onde todos são corresponsáveis pelos cuidados com os ambiente natural.

“[…] essa tendência da educação ambiental […] deixa de ser politicamente neutra, ao ir além das consequências da crise ambiental. Consolida uma argumentação que legitima a crítica ao sistema capitalista, evidenciando que a causa da degradação ambiental é a mesma da degradação social. Discute os modos de apropriação e uso privado dos recursos naturais e humanos, aponta os conflitos socioambientais daí advindos, e identificando não apenas a degradação ambiental, mas também as vítimas dos seus efeitos”. (LAYRARGUES; LOUREIRO, 2000, p. 6).

Dessa maneira, acreditamos ser possível atingir uma demanda significativa de pessoas que venham a modificar seus hábitos e concepções sobre a utilização desregradas de todos os recursos naturais, em especial os hídricos.

3 Os recursos hídricos sob ameaça

Não se tem dúvidas de que em pouco tempo os recursos hídricos poderão estar escassos em diversas partes do planeta. Conforme Rebouças (2002), a quantidade total de água na Terra, atualmente, é de 1.386 milhões de km³ e têm permanecido constante durante os últimos 500 milhões de anos. Entretanto, as quantidades estocadas nos diferentes reservatórios individuais de água no planeta, variaram ao longo desse período.

“Desde o início das civilizações antigas, a posse da água foi um instrumento político de poder.  Destaca-se que o controle dos rios como forma de dominação dos povos que habitavam os setores hidrográficos de jusante foi desenvolvido desde, 4 mil a.C. na Mesopotânia.” (REBOUÇAS, 2002, p. 18).

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É percebível, que a água tem se tornado um elemento escasso, ultimamente assistimos na grande cidade de São Paulo uma falta de água que abalou milhares de pessoas, fazendo com que estas, viessem a adotarem hábitos que antes não vivenciavam, pois precisaram economizar e reaproveitar a água que usavam no dia a dia.

Um relatório do Banco Mundial alerta para o fato de que as próximas guerras serão por causa da água, não pelo petróleo ou política.  É importante lembrar que em 1967, um dos motivos da guerra entre Israel e seus vizinhos foi justamente a ameaça, por parte dos árabes, de desviar o fluxo do rio Jordão, cuja nascente fica nas montanhas no sul do Líbano. O rio Jordão e seus afluentes fornecem 60% de água necessária à Jordânia. A Síria também depende do mesmo rio.  Como a própria história nos relata a guerra por água é um conflito milenar, expandindo-se para além de Oriente Médio, Norte da África, mesmo assim, pouco tem sido feito para evitar esse problema.

Até 2050, quando 9,3 bilhões de pessoas devem habitar a Terra, entre 2 bilhões e 7 bilhões de pessoas não terão água de qualidade. Esses dados fazem parte do relatório da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), órgão responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica. Segundo seu diretor geral, as reservas de água estão diminuindo, ao passo que a demanda cresce de forma insustentável.

O Brasil é um país privilegiado no que se refere a quantidade de água, pois temos alguns dos maiores recordes encontrados no “Planeta Água. Em entrevista à edição 404 do Jorna Mundo Jovem de março de 2010, Roberto Malvezzi (Gogó) assevera:  

“Não há como negar que o Brasil é o maior do mundo em relação à água. O país detém em seu território 13,8% das águas de superfície do planeta. São dados do Plano Nacional de Recursos Hídricos. Se considerarmos as tais águas internacionais, como a bacia amazônica então, chegou perto de 20%. Mesmo o Nordeste, região mais pobre de água do Brasil, a rigor, tem água suficiente para abastecer toda sua população. O problema nordestino é a distribuição dessa água para que todos tenham acesso a ela”.

Conforme Rebouças (2002), a nossa abundância de água doce sustenta a cultura do desperdício da água disponível, a não realização dos investimentos necessários ao seu uso e proteção, e isto é, a água tem sido vista como um bem livre de uso comum. Na mesma entrevista supracitada Malvezzi descreve: “Nosso problema é o desleixo, a depredação, a irresponsabilidade que vai desde os cidadãos até as autoridades, passando pelos grandes usuários, como a agricultura irrigada, a indústria e as empresas de saneamento urbano”. Diante de tudo que foi descrito anteriormente, fica cada vez mais evidente a necessidade de desenvolver ações de sustentabilidade dos recursos hídricos.

“A Educação é fundamental para a conscientização da sociedade quanto ao uso correto e à preservação da água. A informação sobre a utilização racional de água deve incluir questões de economia, reuso das águas, proteção dos mananciais, poluição por uso desordenado do solo, destinação correta do lixo produzido, reciclagem […]. Devem-se envolver nesse processo educativo as instituições científicas, universidades, escolas, companhias de saneamento, serviços de hidrogeologia, ONGs, igrejas, clubes, e associações de bairros. Principalmente os grandes consumidores de água dos setores agrícola, industrial e comercial”. (SOARES, 2004, on line).

Pelo visto é urgente a necessidade de iniciarmos o trabalho consistente que esteja pautado na sustentabilidade dos recursos hídricos, e que este possa estar alavancado por uma educação ambiental ressignificante e estruturada em princípios coerentes com a política da EA.  Nesse contexto, a escola pode representar um espaço significativo e potencializador, para que se possa desenvolver inúmeras ações e atividades, que venham a contemplar a sustentabilidade em sua essência. Segundo Malvezzi, na mesma entrevista anteriormente mencionada,

“A escola pode desempenhar um papel diferente e diferenciado nesta luta. Ela é essencial. Nossa geração já veio com defeito de fabricação. Fomos mal educados no trato com a água e o meio ambiente. Portanto ficou mais difícil de nos responsabilizarmos. As novas gerações têm mais facilidade, até porque serão as grandes vítimas da tragédia ambiental que deixaremos para elas”.

E precisamos pensar que nossas ações educativas precisam também estar interligadas com outras esferas contemplando e superando o que chamamos de transversalidade em busca da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade.

Conclusão

Não adianta negar que mesmo estando em constante discussão a questão dos recursos hídricos na mídia atualmente, pouco ou quase nada tem sido feito para que a população em geral assuma uma postura responsável sobre o uso consciente da água.

Para tanto, é urgente a tomada de decisão de elaborar políticas públicas que venham contemplar a realização de ações tendo como cerne a EA em todos os espaços da sociedade, onde os cidadãos sejam esclarecidos sobre a urgência de se cuidar dos recursos naturais, e em especial os recursos hídricos. 

A EA precisa ser uma realidade vivenciada em cada canto do mundo, onde as pessoas saibam realizar a gestão consciente de cada bem natural. Acredito que as escolas podem ser transformadas em espaços potenciais para esse processo educativo, que deve promover uma discussão constante sobre os desafios do uso responsável de “cantinho” do planeta terra.

 

Referências
BRASIL, Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/ Lei%209795.cfm> Acesso em: 20 jul. 2015.
LAYARGUES, P.; LOUREIRO, C. F. Educação ambiental nos anos 90. Mudou, mas nem tanto. In: Políticas Ambientais. v. 9, n.25. Rio de Janeiro, 2000.
LEAL, R.; VICÁRIA, L. Vai faltar água. Época, São Paulo, n. 478, p.108-117, Jul., 2007.
MALVEZZI, R. (Gogó). Um grito em defesa da água. Entrevista. Jornal Mundo Jovem, edição nº 404, março de 2010.
MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
REBOUÇAS, A. da C. (2002). Água Doce no Mundo e no Brasil. In: REBOUÇAS, A.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. (orgs.). Águas Doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 2. ed. São Paulo: Escrituras Editora, p. 01-37.
RELATÓRIO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ÁGUA NO MUNDO. Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Disponível em: <http://nacoesunidas.org/unesco-lanca-nesta-sexta-feira-20-relatorio-mundial-sobre-o-desenvolvimento-de-recursos-hidricos/>. Acesso em: 26 Ago. 2016.
SEARA FILHO, G. Apontamentos de introdução à educação ambiental. Revista Ambiental, ano 1, v. 1, p. 40-44, 1987.
SOARES, J. F. ÁGUAS subterrâneas.  Presidente da ABAS (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas). Disponível em: <http://www.abas.org>. Acesso em: 26 Ago. 2016.

Informações Sobre os Autores

Ana Célia Lopes Cavalcante

Graduada em Ciências pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); Especialista em Atendimento Educacional pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Especialista em Gestão da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Jangirglédia de Oliveira

Mestranda em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis – UNILAB; Especialista nas Áreas: Gestão Pública – UECE, Gestão Escolar – UVA e Biologia e Quí­mica – URCA; Licenciada em Ciências com m habilitação em Biologia e Quí­mica – UECE. Bacharela em Administração – UFC. Professora da Educação Física da Rede Pública Municipal e Estadual

Antônio Roberto Xavier

Doutor UFC e Pós-doutor UFPB em Educação. Professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas e do Mestrado em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis MASTS ambos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira UNILAB. Líder do Grupo de Pesquisa Gestão de Políticas Sociais GPS-UNILAB/CNPq


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