Resumo: Um ensaio que visa apresentar a distância da doutrina/ideológica apregoada para realidade daqueles que a apregoam vivendo o oposto com soberba e desprezo a classe trabalhadora que em seus discursos juraram defender.
Sumário: Introdução;1.A evolução histórica contrastada;2.Os líderes distantes do que ensinam; Conclusão.
Introdução
O comunismo é uma teoria e, como tal deveria ser testada, provada, verificada. O que apregoa esta teoria?
“Comunismo é uma doutrina social, segundo a qual se pode e deve "restabelecer" o que se chama "estado natural", em que todos teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada.” (https://www.significados.com.br/comunismo/)
Numa leitura simplista do significado usual do termo, ou teoria, poderia se chegar facilmente a ilusão que de verdade é isto que deve acontecer, afinal, “todos somos iguais”, e devemos ter “direitos iguais”. Não há muita inocência cravada nesta ideia comezinha, afinal, o que a história passada e recente tem demonstrado é algo muito diferente do pregado como ideologia e anunciado como doutrina dogmática, ou seja, irretocável, como se fosse esta uma verdade absoluta. De absoluta vem o absolutismo que os líderes que estiveram em praticamente todos os continentes assumiram ao anunciar que estavam assumindo um “regime” que seria o comunista para que a nação pudesse gozar de justiça social, justiça econômica, justiça distributiva e justiça na propriedade.
O que se viu? O que foi vivenciado pelos países que assim assumiram este “regime”? Como foi a justiça que foi oferecida para o povo, para os cidadãos destes Estados?
1. A evolução histórica contrastada
A história ainda, infelizmente está contando os acontecimentos, e eles não trazem nenhuma equidade, nenhuma imparcialidade, nenhuma distribuição de propriedade, o que se vê e viu, foram estes líderes, tão preocupados com o povo levar o país a uma situação tal, que as notícias não são de abastança, ou de provimento das necessidades mínimas. Há fome, desemprego, desabastecimento, necessidades de elementos mínimos que levam as pessoas a uma situação que se chamada de sub-humana, ainda não alcançará de longe o que fato e de verdade estes seres humanos estão passando.
Para contrastar vejamos o que dizem os “pensadores deste regime” em seus escritos, e depois passemos a mostrar como se deu esta “transformação social”:
“O comunismo pode ser compreendido como certo tipo de ordenação social, política e econômica onde as desigualdades seriam sistematicamente abolidas. Por meio dessa premissa, a experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras. A intenção de banir as diferenças entre os homens acaba fazendo com que muitos enxerguem o comunismo como uma utopia dificilmente alcançada”. (SOUSA, Rainer Gonçalves. "Comunismo"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/comunismo.htm>. Acesso em 28 de agosto de 2017).
Uma frase precisa necessariamente ser destacada “Por meio dessa premissa, a experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras".
Houve algum país destes que tenha se firmado como governo através de diálogo, de um meio pacífico, de trocas de ideias?
Claro que aqui se levantará as bandeiras dizendo que eram necessárias as revoluções para que o povo alcance seu maior fator adicional deste “regime”, o fim da desigualdade, da violência, da miséria. Ora, para alcançar estes objetivos, deveria ao menos se impor um limite, algo que determinasse um ponto de não ultrapassagem, afinal, o importante era o bem-estar do povo, e isso não poderia ser a qualquer custo.
É neste ponto que os problemas começam a surgir e ruir, afinal, ninguém traçou uma linha limite, e sim o objetivo deveria ser alcançado a qualquer custo, sem medida, sem controle, sem pensar no resultado final, como ficaria o povo, após tudo o feito, em tese, em benefício dele.
Uma pergunta a de ser feita: o povo o maior interessado, foi ao menos consultado, ou a decisão foi tomada por celebres pensadores, baseados numa teoria que já havia se demonstrado falha na União Soviética, na China, entre outros países que assumiram a postura de ser o povo, sua voz, sua vontade, seu clamor, e acima de tudo seu representante, de que forma, pensada que assim fazendo o seriam. Nada mais, nenhuma consulta ou diálogo foi estabelecido que pudesse ser apresentado nos dias atuais como motivo para todas as revoluções violentas, sangrentas, e que geraram guerras, fome e miséria.
Para que não repouse nenhuma ideia de defesa deste ou daquele regime veja o que está escrito, de forma clara e sem rodeios, sobre as lições da história:
“6ª – Ser um partido portador de uma teoria revolucionária, o marxismo-leninismo, que não só torna possível explicar o mundo, como indica o caminho para transformá-lo. (este artigo 6ª foi tirado: Primeira Edição: Intervenção enviada ao Encontro Internacional sobre a "Vigencia y actualización del marxismo", organizado pela Fundación Rodney Arismendi , em Montevideo, de 13 a 15 de Setembro de 2001, por ocasião do 10º aniversário da sua constituição. O Encontro abordou três grandes temas: "Una concepción y un método para enfrentar los desafíos del nuevo milenio"; "Democracia, democracia avanzada y socialismo"; "Por la unidad de la izquierda a la conquista del gobierno". Fonte: Portal Vermelho.Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, fevereiro 2008).”
O que facilmente leva a conclusão óbvia de que toda carnificina promovida pelas revoluções, necessárias, importantes para o estabelecimento do “regime”, para manutenção do ideal comunista continua em vigor, com a máxima imposta neste artigo 6ª “portador de uma teoria revolucionária”, ou seja, se for necessário fazer tudo novamente, por que não? Houve e há um sucesso estrondoso nessas revoluções que é inegável dizer serem elas necessárias para manutenção para o fim da “desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras".
Advindo da mesma fonte há o espetaculoso art. 2ª – Ser um partido da classe operária, dos trabalhadores em geral, dos explorados e oprimidos. (Idem). Quem foram os exploradores? Quem são os explorados?
A resposta a estas duas perguntas pode se ler nos jornais internacionais, das mais diversas linhas de editoriais, e sucumbir à questão mais avassaladora já existente no que tange a um “regime” de duração tão longa; de alcance tão vasto; de pratica tão fiel a seu “ideal” (revolução); de teoria testada; de chance ofertada, mesmo que na base da foice (símbolo tão significativo, tão compreendido atualmente); de ideologia implantada a ponto de fanatizar, de angariar fundos (estes de forma a ser demonstrada tão clara, na justiça, não só no Brasil); de mobilizar milhares, e desmobilizar milhões; de plantar tantos sonhos e destruí-los, mais rápido do que semeou; de pulverizar uma classe, colocando como única responsável por todo tormento humano; de levar a ideia de sindicatos para defesa do trabalhador, mas fazer destes fontes de desmandos e atrocidades só conhecidas por quem dependem deles; de trocar a bandeira nacional por outra, como já feito na antiga Alemanha que perdeu seu pavilhão em função de um símbolo daninho até hoje; de desnacionalizar cidadãos em nome de um “regime/partido”; de por fim, criar um “líder”, que pensou tanto nos pobres que hoje responde pela sua generosidade.
2. Os líderes distantes do que ensinam
O maior desafio do comunismo é mostrar, não pregar, não idealizar, não fantasiar; mas viver o que seus líderes maiores no mundo não conseguiram, não foram capazes de viver: de forma comum, simples, dividindo com todos, como pregaram, como ensinaram, como idealizaram.
Não houve falha, houve um embuste muito bem arquitetado, a começar pelo pai deste “regime”, que a história aponta, nunca passou necessidade, vejas as citações:
“Um curioso voraz que se beneficiou de uma educação privilegiada com o dinheiro dos pais, Marx provocou desgostos e mais desgostos em Heinrich e Henriette ao ingressar no mundo acadêmico em 1835, aos 17 anos. O pai insistiu no estudo do direito, enquanto o filho se sentia atraído pela filosofia. Dispensado do serviço militar por problemas respiratórios, Marx aproveitou a distância de casa para se jogar numa rotina digna de filmes universitários americanos: fazia parte de uma fraternidade de beberrões, de um clube de poesia, e num dos seus estupores etílicos arrumou uma confusão com um oficial do exército prussiano – na época o equivalente às Forças Armadas dos EUA em termos de reputação – que resultou em duelo. Felizmente, o jovem Karl saiu apenas com arranhões do embate” (http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-vida-intima-de-karl-marx/.)
Sua vida é tão distante quanto ele escreve como o é sua vida de uma pessoa que aparentemente sabe o que é passar necessidade e, lutar para conseguir ser alguém numa sociedade que ele dizia ser desigual. Para quem? Para ele?
Há de se admitir que há semelhanças com certo personagem atual que faz acreditar que se precisa repensar em tantas coisas quanto for possível.
Como pode um escritor que se diz observador de uma classe dominante fazer parte desta classe, se embeber dela e ainda, se fazer de quase pobre? A pobreza pode ser descrita, mas nunca será uma teoria para quem viveu de forma auspiciosa, tentando descrever o que nunca vivenciou. Aceitar tal ensinamento de quem viveu, primeiro as custas da família se importando como é descrito como membro de uma fraternidade de beberrões. Seria trágico, se não fosse descrito.
Para completar a bela biografia daquele que levou países inteiros, nações inteiras à beira do caos, encontrasse ainda esta pérola que o aproxima do líder do “povo trabalhador”:
“Quase tão espantosa quanto a jornada de Karl Marx é o fato de que seu principal parceiro vinha de um berço ainda mais privilegiado. Friedrich Engels, o coautor do Manifesto Comunista e o homem que literalmente salvou Marx e sua família da inanição, é uma das figuras mais paradoxais do século 19. Nascido numa próspera família de comerciantes em Barmen, na Prússia, em 1820, ainda jovem começou a dar dor de cabeça aos pais ao assumir seu ateísmo. Assim como Marx, Engels estudou na Universidade de Berlim e acabou ideologicamente cooptado pelas ideias do filósofo Friedrich Hegel. Também publicou artigos polêmicos no mesmo Rheinische Zeitung, que era editado por Marx. Os dois maiores subversivos de sua época, porém, só se conheceram em 1844, em Paris, e a amizade teve início – como não poderia deixar de ser – com um porre homérico e juras de amizade eterna. Engels levou a cabo sua parte do trato com afinco: além de bancar Marx, por vezes até desfalcando a empresa do pai, não mediu esforços para que a produção intelectual do companheiro não se perdesse”. (http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-vida-intima-de-karl-marx/.)
A consciência é tão equivalente que há um amigo rico para bancar as aventuras e desventuras do “líder dos trabalhadores”.
Se uma teoria tem como seu mentor, alguém que vive de ideologia que na prática nunca vivenciou, que tem apoio financeiro para bancar seus livros que curiosamente são considerados hoje como ensinamentos a ser seguidos, o que mais se pode esperar de um “regime”, que tem sua gênese neste aparato, de desfaçatez e incongruências?
O maior desafio do comunismo é fazer com que seus líderes sejam comunistas na essência do ensinamento que eles apregoam. Será que é possível?
A história passada e recente tem sido pródiga em mostrar àqueles que querem mais do que uma ideologia.
Doutorando em Ciência Criminal UBA Mestre em Filosofia do Direito e do Estado PUC/SP Especialista em Direito e Processo Penal formado em Direito e Teologia Professor de Processo Penal e Direito Penal da Faculdade de Rondnia FARO Professor de Pós-Graduação da UNIJIPA pesquisador da PUC/SP e da CNPq
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