Introdução à Apologia de Sócrates

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Resumo: Trabalhamos o início do discurso de Sócrates perante os “homens de Atenas”. A simplicidade das palavras se sobrepõe à oratória daqueles que o acusam. [1] [2]


Palavras-chave: Platão. Filosofia. Vida.


Abstract: The early work of Socrates’s speech before the “men of Athens. ” The simplicity of the words overlap the oratory of those who accuse him.


Keywords: Plato. Philosophy. Life.


Sumário: Resumo. Palavras-chave. Abstract. Key-words. Introdução. Sócrates. Platão. Platão: Apologia de Sócrates. Observação.


Introdução.


No final de 2009, estive em companhia do meu amigo Mauro Kosis, na residência do Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá, nos arredores de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram horas de raro prazer onde conversamos sobre muitas coisas, dentre elas, livros, artigos, poesia, futebol (Cruzeiro Esporte Clube) e perspectivas de vida e de futuro.


Dentre os assuntos tratados, algumas falas do nosso Mestre querido, marcaram-nos sobremaneira! Uma delas foi a mensagem pela qual ele nos disse que quando temos muita facilidade em fazer algo, esta é a nossa Missão na vida!


A outra, e tão importante quanto, foi a de que temos que ler e conhecer os autores clássicos das ciências, da filosofia, da cultura universal para que nossos textos não sejam vazios de conteúdo, vazios de significado!


A partir deste intuito, pretendemos trabalhar alguns autores clássicos da filosofia para, em seguida, aprofundar nossos conhecimentos e naturalmente, torná-los úteis também para todos os leitores.


Nosso trabalho talvez não passe de uma coleta de dados, mas uma coleta de dados que ousa e deseja ser útil a todos os leitores ávidos de conhecimento. 


Sócrates [3]


Em grego antigo: Σωκράτης – (469-399 a.C.), Sócrates foi filósofo em Atenas. Considerado um dos mais importantes ícones da tradição filosófica grega e um dos fundadores da atual Filosofia Ocidental. Suas fontes mais relevantes são os também filósofos Platão, Xenofonte e Aristóteles.


Sócrates teria sido influenciado por Parmênides. Tinha a Epistemologia e a Ética como seus principais interesses. Influenciou toda a filosofia ocidental, mais precisamente os filósofos Platão, Aristóteles, Aristipo e Aristenes.


Platão [4]


Em grego Πλάτων, Platão nasceu e viveu em Atenas de 428/427 a 348/347 a. C. Seu pai, Aristão, tinha como ancestral o rei Codros e sua mãe, Perictione, era descendente de um irmão de Sólon.


Filósofo e matemático da Grécia Antiga, em seu período clássico. Fundou a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental: A Academia. Em conjunto com seu mentor, Sócrates e seu discípulo, Aristóteles, participou da construção Das bases e fundamentos da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. O seu nome verdadeiro teria sido Arístocles, afinal Platão era um apelido que fazia, provavelmente, referência à sua característica física de porte atlético ou ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a Ética, a Política a Metafísica e a Teoria do Conhecimento.


Marcante pelos seus diálogos socráticos, era autor de sofisticação evidente.


Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, seguidor de Heráclito. Quando tinha vinte anos de idade, no entanto, conheceu Sócrates se tornou-se seu discípulo até a morte deste. Esteve também em Mégara com alguns outros discípulos de Sócrates, hospedando-se na casa de Euclides por volta do ano de 399 a.C.  Em 388 a. C. viajou para a Magna Grécia visando a conhecer melhor as comunidades pitagóricas. Nesta ocasião, encontrou-se com Arquitas de Tarento. Foi convidado por Dionísio I para ir à Siracusa, na Sicília. Platão acabou preso por supostas ofensas a Dionísio I e vendido no mercado de escravos por vinte minas. Entretanto, Platão foi comprado por alguns filósofos e mandado de volta à Grécia. Foi aconselhado pelos sábios a se associar o menos possível aos tiranos, ou com o maior cuidado possível.


Em seu retorno, fundou a Academia. A instituição logo adquiriu prestígio sendo procurada por inúmeros jovens em busca de instrução e até mesmo homens ilustres a fim de debater ideias. Esteve mais vezes em Siracusa mas, de  volta para Atenas em 360 a. C., Platão permaneceu na direção da Academia até sua morte, em 347 a.C.


Platão: Apologia de Sócrates


Sócrates inicia o seu discurso aos homens de Atenas estranhando como os mesmos teriam sido afetados por seus acusadores.


É interessante observar que ele próprio afirmou: Quanto a mim, por pouco não perdi a noção de minha própria identidade tal a persuasão com que discursaram.[5] Mas alerta também que: dificilmente haja uma única palavra de verdade no que disseram.[6] E, também que, grande foi a sua surpresa ao detectar que não se sentiram seus opositores constrangidos ao serem desmascarados pelo fato de que o que foi afirmado contra si foi visivelmente refutado. 


Novamente, afirma Sócrates que na sua defesa não fará discursos expressos com frase ornamentadas e estilizadas, mas apenas palavras ditas de maneira casual, pois mesmo com sua experiência pública, apenas aos 70 anos de idade, era a primeira vez que se apresentava perante a corte.


E conclui chamando a atenção dos ouvintes para que concernissem apenas sobre a justiça do que dizia.[7]


Observação.


É interessante ver como, desde a antiguidade, a prática da oratória com palavras difíceis é utilizada pelos oradores para convencerem as pessoas de seus pontos de vista, não necessariamente justos ou verídicos.


Também deve ser lembrado que, desde a mais remota antiguidade da sociedade humana, os preceitos fundamentais de conduta, os valores e as idéias são basicamente os mesmos, apesar de toda a evolução alcançada pela raça humana. A leitura atenta dos clássicos realmente ajuda esta descoberta.


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Notas:

[1] Por apologia entende-se defesa laudatória, defesa com louvor.

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=apologia, acesso em 13.01.2011, às 09:02 horas (UTC -2).  http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=laudatório, acesso em 13.01.2011, às 09:06 horas (UTC -2).

[2] PLATÃO, Apologia; Banquete;  e Fedro/Platão; tradução: Edson Bini; Albertino Pinheiro. 1ª edição, São Paulo: Folha de São Paulo, 2010.  Coleção Folha: livros que mudaram o mundo; v.5.

[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates, acesso em 26.01.2011, às 07:32 horas (UTC -2).

[4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o, acesso em 26.01.2011, às 08:01 horas (UTC -2).

[5] 17a.

[6] Idem.

[7] 17d e 18ª.


Informações Sobre o Autor

Francisco Mafra.

Doutor em direito administrativo pela UFMG, advogado, consultor jurídico, palestrante e professor universitário. Autor de centenas de publicações jurídicas na Internet e do livro “O Servidor Público e a Reforma Administrativa”, Rio de Janeiro: Forense, no prelo.


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