Harmonia entre os homens

Os seres humanos podem perfeitamente
viver em paz, se o quiserem.

Basta a
vontade política, única capaz de demover fronteiras, etnias, barreiras
religiosas e sólidas e antigas desavenças.

Povos que antes viviam em harmonia, de
repente se vêem tomados de uma gigantesca fúria selvagem, como se as forças do
mal houvessem dominado seus espíritos, para sempre. É a luta de irmão contra
irmão, de pai contra filho.

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Homens, mulheres e crianças são
assassinados, impiedosamente, sob os mais diversos motivos, a justificarem essa
matança, esse holocausto moderno.

O mundo todo vê-se
dominado pela violência. Derrama-se o sangue de inocentes, de pessoas, cujo
único pecado é o desejo de viver, intensamente, de amar, de fazer o bem. Não se
lhes permite sequer concretizarem  o velho sonho de apenas viver em paz!

Não obstante, no conflagrado Oriente
Médio, onde o ódio substitui o amor, as vidas nada  valem, mata-se em nome
de Deus e as violações ocorrem a cada minuto, um exemplo, de que como a
humanidade pode e deve se encontrar, transparece nesse cenário que parecia
impossível.

Na velha Israel
e na Faixa de Gaza, ainda conturbada por uma paz que custa a vir, família de
palestino, morto em acidente de trânsito, autoriza a doação de órgãos, por
questões humanitárias, salvando a vida de quatro israelenses judeus.

O doador é FARID BAWADI, muçulmano, de
35 anos, pai de quatro filhos.

Este, porém, não é o único caso, pois,
em maio deste ano, na cidade de Petach Tikva, em Israel, dois casais israelenses – judeu e
muçulmano – também participaram de uma cirurgia de transplante duplo sem
precedentes.

Joseph Zilag,
judeu de Jerusalém, recebeu um rim de Yussuf Amach, palestino, de Jisser al Zarqa, sul da costa mediterrânea.  E Vicki Zilag, judia, doou um rim a Soham Amach,
palestina. Fontes médicas  observaram que esta permuta foi
necessária, porque havia incompatibilidade de tipos sanguíneos nos dois casais.

No Brasil, o nobre Senador Lúcio
Alcântara, com seu projeto polêmico, conseguiu romper o tabu e acordar a
sociedade, transformando-o na Lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que permite
a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante
e tratamento.

E, assim a profecia bíblica torna-se
realidade, pois todos somos irmãos, lembrando a voz dos Salmos, que não
distingue entre seus filhos, que os considera todos iguais, todos
irmãos, ao proclamar: ”Ele ama a retidão e a justiça; a Terra está cheia de
benignidade do Eterno… O Eterno olha lá do céu, vê todos os filhos dos
homens. Lá do lugar da Sua habitação, dirige Seu olhar para todos os habitantes
da Terra. É Ele quem forma o coração de todos eles, quem considera todas as
suas obras .”

E Yussuf Amash, antes da operação, declarou, em  singelas e
comoventes palavras: “para mim, não há diferença entre judeus, árabes e
cristãos. Todos somos iguais.”

 


 

Informações Sobre o Autor

 

Leon Frejda Szklarowsky

 

escritor, poeta, jornalista, advogado, subprocurador-geral da Fazenda Nacional aposentado, especialista em Direito do Estado e metodologia do ensino superior, conselheiro e presidente da Comissão de Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, juiz arbitral da American Arbitration Association, Nova York, USA, juiz arbitral e presidente do Conselho de Ética e Gestão do Centro de Excelência de Mediação e Arbitragem do Brasil, vice-presidente do Instituto Jurídico Consulex, acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (diretor-tesoureiro), da Academia de Letras e Música do Brasil, da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal, da Academia de Letras do Distrito Federal, da Associação Nacional dos Escritores, da Academia Brasileira de Direito Tributário e membro dos Institutos dos Advogados Brasileiros, de São Paulo e do Distrito Federal, Entre suas obras, destacam-se: LITERÁRIAS: Hebreus – História de um povo, Orquestra das cigarras, ensaios, contos, poesias e crônicas. Crônicas e poesias premiadas. JURÍDICAS: Responsabilidade Tributária, Execução Fiscal, Medidas Provisórias (esgotadas), Medidas Provisórias – Instrumento de Governabilidade. Ensaios sobre Crimes de Racismo, Contratos Administrativos, arbitragem, religião. Condecorações e medalhas de várias instituições oficiais e privadas.

 


 

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