A verdadeira paixão pelo Direito

Dizia Goeth que “só a arte permite a
realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem
”. Arte também
pode ser traduzida pela fala que leva o ouvinte a viajar para o até então mundo
desconhecido, conviver com fatos até então estranhos e conhecer um pouco dos
artistas, os criadores daquele universo, que era só deles e passou a pertencer
também ao ouvinte, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante
compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua
imaginação um novo e fascinante espaço – tempo, com novas interpretações ou
vontade de fazê-lo, ou, como no caso das palestras, participar
da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e seguindo-as.

Eis o poder de
um artista, de um conferencista, de um estadista, de um cientista do direito,
de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da
inteligência, o construtor de um diálogo, de fatos, teses e, porque não de
novos caminhos.

O talento dos
cultores do direito desenvolvem-se no amor que põem no que fazem. Talvez
até a essência da arte seja o amor pelo que se faz, o amor pelo próprio
trabalho.

O talento e a
arte demonstrados pelos palestrantes e organizadores no I Congresso de Direito
no estado de Goiás realizado pelo Instituto de Estudos e Promoção do Direito
(IGEPD). Um evento de grande porte onde juristas dos estados de São Paulo,
Goiás e Belém expuseram as mais importantes tendências ocorridas no Direito
brasileiro elevando o estado a um promissor centro de encontro de juristas
nacionais.

Mencionado
Colóquio demonstrou para nós uma série de virtudes que deveriam permear toda a
classe jurídica nacional. O amor pelo estudo do direito foi, sem sombra de
dúvida, a mola mestra para a construção desse evento. Seus organizadores apesar
da juventude demonstraram um elevado compromisso com o fim social do Direito.
Por isso cabe aqui falar de um por um a título de exemplo a ser seguido por
toda a classe jurídica:

O primeiro a
ser referido chama-se Selmar Serafim Cruz, ilustre e
famoso presidente do IGEPD, que apesar das dificuldades e resistências de toda
ordem conseguiu levar a cabo o idealismo de ver seu estado no centro das
discussões jurídicas trazendo como conseqüência melhorias para a vida em sociedade. Figura
ímpar que nos reavivou sonhos de faculdade um pouco esquecidos por
profissionais incompetentes apenas interessados em benefícios financeiros, além
de ter causado admiração e merecido aplauso de nossa parte.

A segunda
chama-se Juliana Silva Marinho, diretora do IGEPD, pessoa de luz que traduz
toda a beleza física e intelectual da mulher goiana determinada a transformar
as relações sóciais através da evolução dos estudos
jurídicos.

O terceiro
chama-se Cássio Leite de Oliveira, diretor do IGEDP, pessoa que tive o prazer
de conversar e que demonstrou para nós o quanto podemos aprender com jovens
inteligentes que vestem a camisa do direito e tentam utiliza-lo
da maneira mais adequada possível mesmo que para isso tenha que descordar do entendimento de importantes juristas.

Por fim no que
concerne aos organizadores do Congresso não poderíamos esquecer do Dr. Eduardo
Costa, bacharel em direito e diretor do IGEPD, sujeito brilhante, a frente de
seu tempo que proporcionou literalmente a sociedade local um “Fino trato
ao direito, quase tão fino quanto seu modo de ser e suas vestes impecáveis.

Quanto aos
Congressistas poderemos citar alguns para que o leitor tenha uma pequena idéia
do evento realizado:

Professor
Marco Antônio Ribeiro Tura ou só “Turrão”, advogado,
Doutorando, e uma série de outros incontáveis títulos. Indivíduo carismático,
despojado, simples, e super inteligente, de idéias no
mínimo diferentes e inovadoras a semelhança de seus óculos, o que nos fizeram a
discordar de todas as suas colocações. Idéias estas defendidas 24hs junto a
todos que o cercavam fazendo com que sua refeição ficasse congelada.

Professor
Renato Flávio Marcão ou só “Marcão”, nobre e viril representante do parquet estadual da maior instituição
jurídica fiscalizadora do país. Pacato e de qualidades raras nos trouxe uma
série de ensinamentos na área sentimental e editorial, além de ter dado um show
em sua exposição.

Professor
Nelson Nery Júnior, ou só “Nelson” este dispensa comentários pela sua
penetração no mundo jurídico. Foi surpreendente pois
imaginava um homem velho, rabugento, vaidoso e principalmente inacessível. Após
o primeiro contato no hotel e a conversa em uma churrascaria pude perceber o
quanto de valor aquele homem tem. Apesar do doutorado na Alemanha, Titularidade
da Cadeira de Processo Civil da PUC/SP e vendagem invejável de seus livros o
mesmo continua a dar aulas a alunos de graduação, mostrando seu compromisso com
a formação dos futuros profissionais do direito. Sujeito simples, sorridente,
exímio comedor de picanha e extremamente equilibrado pois
até mesmo depois do garçom ter derramado café em seu paletó continuou a
conversa como se nada tivesse acontecido.

Professora
Érica Bechara, ou só “Érica” ou a “Protetora dos bichinhos”, figura tão bela
quanto seus olhos verdes. Extremamente consciente e capacitada levando para
esse país o exemplo de respeito a natureza até mesmo
na confecção de seus cartões de visita recicláveis.

Depois desse
breve retrospecto e biografias, o leitor pode perguntar-me o porquê desse
ensaio? Qual a importância? Quais os benefícios? O que esse relato pode trazer
de bom para nós?

Esse relato
traz consigo o exemplo um exemplo a ser seguido por nós, de pessoas que apesar
de seus altos títulos agem como pessoas comuns, serem humanos que foram dotados
do brilho da simplicidade, qualidade esta muitas vezes raras
nos que lidam com o direito. Nenhum dos conferencistas, depois de verificar a
proposta do Instituto teve a coragem de cobrar por suas palestras pois compromissados com o aprimoramento das questões
jurídicas, proporcionaram aos participantes um passeio pelas avenidas e
alamedas de um Congresso de mestres, que conseguem dar muito de si e
transmitir, em pequenas doses, qual o bom perfume, o muito que sabem,
instruindo, educando e acendendo a chama do espírito, em busca do aperfeiçoamento
e do equilíbrio social , razão maior do Direito e do Ser Humano.

 


 

Informações Sobre o Autor

 

Mário Antônio Lobato de Paiva

 

Advogado em Belém; sócio do escritório Paiva & Borges Advogados Associados; Sócio-fundador do Instituto Brasileiro da Política e do Direito da Informática – IBDI; Presidente da Comissão de Estudos de Informática Jurídica da OAB-PA; Conferencista

 


 

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