No planalto à beira-mar

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“É de deixar encabulado o mais conformado dos cidadãos, a quantidade de envolvidos, que ocupam cargos de primeiro e segundo escalões no Executivo, Legislativo e Judiciário”.

É bem verdade, que as notícias sobre o meliante Fernandinho Beira-mar já esgotaram a paciência do povo, que não suporta mais ver o indigitado individuo subir e descer de jatinho fretado, por esse ou aquele motivo, sempre cercado por um bando de policiais federais, que ocupam dezenas de viaturas, num aparato digno de um chefe de Estado ou do papa.

Tal tratamento dá ao recluso uma notoriedade e importância, que não acreditamos que tenha, e também margem a uma série de especulações, algumas delas só cabíveis no imaginário popular.

Numa espécie de “teoria da conspiração”, o povo especula de que haveria “muita gente boa” por traz do famoso, o que lhe garantiria uma sobrevida com a proteção da Policia Federal. Assim, ele teria direito à escolta e a uma intensa publicidade nos meios de comunicação, para evitar que, na sombra do anonimato, fosse apagado da relação dos vivos.

Justiça seja feita, se é que não feita ainda, Beira-mar goza de uma atenção peculiar, jamais dispensada ao mais comum dos encarcerados. Imagine-se, que cada viagem de “turismo judiciário” do criminoso, custa ao bolso do contribuinte, cerca de quarenta mil reais!

Por essas e por outras, que as más línguas dizem, ainda, que o famoso traficante estaria comprando “tudo” em Catanduvas-Pr, cidade que abriga a penitenciária mais segura do Brasil, onde ele teria amplos poderes e regalias.

Na noção do povo, nada se faz….

Essas considerações são feitas em cima das investigações levadas a cabo pela Polícia Federal na dita Operação Navalha, mas longe de se fazer qualquer analogia maldosa e apressada entre uma coisa e outra.

Corrupção, propinas, fraudes nas licitações, compras e obras dos governos municipais, estaduais e federal, são nossas velhas conhecidas. Em quase todos os municípios brasileiros, com raríssimas exceções, tem-se notícias sobre a existência de manobras para se lesar os cofres públicos, na maioria das vezes, envolvendo peixes pequenos, a chamada raia miúda.

Já as operações da Policia Federal, chamadas de Anaconda, Navalha, Sanguessuga, Máfia dos Bingos e outras mais, que tornaram-se rotina na vida pública brasileira, envolveram só gente muito grossa e alguns da intimidade do Planalto.

É de deixar encabulado o mais conformado dos cidadãos, a quantidade de envolvidos, que ocupam cargos de primeiro e segundo escalões no Executivo, Legislativo e Judiciário.

Não se trata só, de Renan Calheiros, presidente do Senado e do ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, ambos coincidentemente do PMDB, mas de dezenas de outros, alguns indicados pelo próprio Lula.

Lula, que no caso do presidente do Senado está tendo um comportamento no mínimo temerário. Correu em socorro do antigo integrante da tropa de choque do ex-presidente Collor e ex-ministro de FHC, ou seja, a pessoa menos indicada para se dar apoio irrestrito.

Aliás, do presidente Lula pode-se dizer o seguinte: do primeiro mandato até hoje, escolheu muito mal com quem anda, para se saber quem ele é.

O que choca e revolta o cidadão comum, é que tanto no caso do Beira-mar, como no caso das “autoridades” pegas com a boca botija, o pior que pode ocorrer a eles, é o melhor possível. Não se ouve falar, por exemplo, que fulano, envolvido comprovadamente num caso de corrupção, perdeu o cargo, a aposentadoria e terá seus bens confiscados para indenizar o Estado pelos prejuízos causados pela sua ação. Enfim, far-se-ia “justiça”.

Realmente, tem-se que concordar com o clamor do cidadão. Há algo de profundamente errado na orientação ética, moral, política e jurídica brasileiras e que precisa ser modificada. Não pelo governo Lula, que não tem estofo moral, político e até intelectual para fazê-lo. Infelizmente.

 


 

Informações Sobre o Autor

 

Luiz Bosco Sardinha Machado

 

 


 

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